Ponto 14

Promotor que descumpriu medidas protetivas da ex-esposa 101 vezes é afastado do cargo, determina corregedoria

Por Giuliano Saito


Bruno Vagaes é promotor de Justiça em Ibiporã, no norte do Paraná. Ex-esposa afirma que descumprimentos a fizeram mudar de cidade. g1 procura contato com a defesa do promotor. Ex-companheira do promotor de Justiça Bruno Vagaes o acusa de descumprir medidas protetivas g1 O promotor Bruno Vagaes, de Ibiporã, foi afastado temporariamente do cargo pela Corregedoria Nacional do Ministério Público. O afastamento ocorre após ele descumprir, por 101 vezes, medidas protetivas que a ex-esposa tinha contra ele. Relembre abaixo. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Conforme o Ministério Público do Paraná (MP-PR), a decisão de afastamento é de quarta-feira (5). O g1 procura a defesa do promotor. A medida é cautelar e, conforme a corregedoria, deve durar até "a conclusão definitiva dos procedimentos administrativos". O caso tramita sob sigilo. A corregedoria também definiu que os procedimentos administrativos disciplinares contra Bruno devem continuar em andamento no MP-PR. Em nota, o MP-PR afirmou que aguarda resposta do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), desde 20 de junho, sobre o levantamento do sigilo às ações penais em curso contra o promotor. Na segunda-feira (3), o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) tinha retirado de pauta a avaliação sobre a reclamação disciplinar que pesa contra Bruno. Relembre: Ex-esposa denuncia promotor por descumprir medida protetiva 101 vezes CNMP adia julgamento de reclamação disciplinar contra promotor Vítima denuncia 101 descumprimentos de medida protetiva por promotor de Justiça do Paraná A denúncia da ex-esposa A servidora pública Fernanda B. lembra que o episódio de violência que a levou a procurar ajuda aconteceu na volta de uma festa de aniversário. Na ocasião, o então marido tocou as partes íntimas dela, sem consentimento, enquanto ela dirigia. No carro, também estavam a filha deles, na época com 2 anos, e um amigo do acusado. Pelo crime, ele foi condenado a três anos de prisão por importunação sexual. O promotor recorreu. Fernanda contou, também, que teve a primeira medida protetiva concedida em dezembro de 2019, quando o casal ainda estava junto. Na ocasião, o documento determinou que Vagaes se afastasse da casa onde moravam. O imóvel pertence à Fernanda, que afirma que o ex-marido permaneceu no apartamento e demorou a sair, descumprindo a determinação do juízo. COMO DENUNCIAR: Veja os canais de denúncia disponíveis no Paraná CICLO DA VIOLÊNCIA: Aprenda a identificar e entenda como funciona Ex-esposa de promotor de Justiça que violou 101 vezes medida protetiva relata medo Arquivo Pessoal "No decorrer do processo foram inúmeras provas, porque todo descumprimento eu fui relatando. Eu registrei, o máximo de provas que eu tinha, eu levei, e nunca aconteceu nada. Eu não entendia até onde iria isso, se precisaria da minha morte para fazerem alguma coisa", afirma ao g1. Em uma ocasião, quando ainda moravam juntos, ela disse que o marido encostou uma faca na barriga dela. Em outros momentos, por diversas vezes, o homem puxou o volante enquanto ela dirigia, conforme a vítima. Ainda segundo Fernanda, em uma das brigas, Vagaes partiu para cima da mulher, que estava com a filha no colo. A cena foi registrada pelas câmeras de segurança do prédio em que o casal morava. Atualmente, Bruno está proibido de se aproximar da ex-esposa e dos familiares dela, além de não poder fazer contato. Desde o início da separação, Fernanda diz que precisou mudar de cidade, passou a trabalhar em home office e evita sair de casa. Vídeos mais assistidos do g1 PR: Veja mais notícias da região em g1 Norte e Noroeste.