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Professora é indiciada por injúria contra soldado da PM em sala de aula no Paraná

Por Giuliano Saito


Vítima fez palestra sobre respeito na escola e, segundo depoimentos, foi alvo do crime ao sair da sala. Secretaria de Educação lamentou e disse que a servidora está afastada. Defesa diz que acusação não procede e será demonstrado no decorrer do processo. Professora é indiciada por suspeita de racismo contra soldado da PM em sala de aula no Paraná Reprodução Uma professora do Colégio Estadual Leocádia Braga Ramos, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), foi indiciada pelo crime de injúria em razão de raça, cor ou etnia contra a soldado da Polícia Militar Luci Ferreira. Segundo depoimentos, ela chamou a agente policial de "macacona". O caso aconteceu dentro de uma sala de aula, após a soldado dar uma palestra sobre respeito aos alunos, no dia 31 de maio. Ela contou que soube do crime no dia seguinte por relatos dos estudantes. Conforme a Polícia Civil, a professora irá responder em liberdade e, caso seja condenada, pode pegar de 2 a 5 anos de reclusão e multa. A defesa da docente afirmou que a acusação não procede e que isto será demonstrado no decorrer do processo. Câmera de segurança registrou interação Câmeras de segurança registraram a interação da professora com os estudantes. Nas imagens é possível ver que, após a soldado sair da sala, a professora se levanta e caminha em direção aos estudantes gesticulando. Alguns deles denunciaram a professora informando que ela imitou um gorila. Veja no vídeo abaixo. Professora é investigada por suspeita de racismo contra soldado PM dentro de sala de aula Além disso, os alunos contaram à vítima que a professora colocou o dedo na garganta, simulando nojo. "É uma professora, é uma formadora de opinião, é uma pessoa que tem relevância na sociedade. Como assim ela vai ensinar? Vai propagar, perpetuar, um crime horroroso desse? É chocante", afirmou a soldado. Vítima deu palestra sobre respeito PM registra queixa contra professora por racismo dentro de sala de aula A soldado contou que foi convidada pela diretora da escola para conversar com as crianças e adolescentes sobre respeito. "Eu fui nas oito primeiras salas, sempre falando a mesma coisa. Eu sempre bato na tecla nessas palestras sobre respeito. O respeito entre menina, menino, com os funcionários, com a direção. Respeitar o professor dentro da sala de aula, o aluno que é gay, negro, qualquer outra coisa. Todo mundo tem quer ser respeitado", disse. Luci também é permissionária no colégio, ou seja, mora e cuida do local. Segundo ela, isso faz parte de um convênio entre a Polícia Militar e a Secretaria de Educação. Ela contou ao g1 que a situação a deixou emocionalmente abalada. "Não acredito que uma professora fez isso. Eu tinha acabado de sair de lá, falei exatamente o contrário que ela está fazendo. E aí eu vim para dentro da minha casa e comecei a chorar", relatou. LEIA TAMBÉM: Entenda como é o passeio do trem turístico que ficou preso na Serra do Mar com 943 passageiros Jovem de Curitiba passa 48 horas pensando estar grávida após receber resultado errado de exame para colocar DIU: 'Repensei minha vida inteira' Sítios arqueológicos preservam história de antigas civilizações no Paraná O que diz a Seed Em nota, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED-PR) lamentou o caso e informou que a servidora está afastada e que uma sindicância será aberta para apurar a situação. "Caso comprovado o ato racista, a professora autora do fato responderá processo administrativo disciplinar correndo risco, inclusive, de destituição do cargo", diz a nota. Initial plugin text VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Paraná.