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Procon multa em mais de R$ 500 mil empresa acusada de golpe contra estudantes de medicina que tiveram formatura cancelada na véspera

Por Giuliano Saito


Segundo delegado, há indícios de fraude da empresa contra estudantes de Maringá; caso é investigado. Festa cancelada em Maringá RPC O Procon de Maringá, no norte do Paraná, multou em R$ 528 mil a empresa acusada de aplicar um golpe de quase R$ 3 milhões contra estudantes de medicina que tiveram a formatura cancelada na véspera do evento. Mais de 100 alunos foram afetados (relembre abaixo os detalhes). De acordo com o órgão, o caso configura dano ao consumidor, uma vez que os estudantes pagaram pelo baile que não aconteceu. 'Eu defini como um pesadelo', diz aluno que teve prejuízo de quase R$ 30 mil A multa foi enviada pelos Correios à sede da Brave Brazil, em Florianópolis (SC). Uma equipe da NSC procurou o endereço, mas não foi autorizada a ter acesso já na portaria do prédio. No local, também foi informada que os funcionários estavam trabalhando em home office. O g1 tenta contato com a Brave Brazil para comentar a decisão. Ainda segundo o Procon, a decisão também proíbe que a empresa preste qualquer serviço em Maringá até que os esclarecimentos sejam prestados ao órgão e um acordo seja feito com os universitários. O prazo de defesa é de 10 dias. Polícia ouve pessoas contratadas por empresa de formaturas em Maringá Empresa alega dívida de estudantes Logo após o cancelamento da festa, a Brave Brazil afirmou que os estudantes possuíam uma dívida de quase R$ 500 mil e que, ainda em meados de 2022, começou a propor cortes de valores. A produção da RPC teve acesso a uma ligação entre um dos sócios da Brave, o advogado da empresa e o pai de uma formanda, também advogado. Confira o diálogo: Pai: "Qual que seria a solução pra gente agilizar e eu tranquilizar todo mundo?" Sócio Braves: "A solução 1 seria, vamos cancelar o Matheus e Kauan, não vai ter multa para isso. A gente negocia com eles, tenta pagar uma outra atração, uma banda menor para colocar, para suprir esse furo. A gente cancela lá com esse buffet, daí o contrato é com a gente, a gente vai se acertar com ele lá e resolver, não tem nada com a comissão. E a minha equipe já tá subindo, a gente vai entregar o buffet amanhã, vai resolver a questão das bebidas, só que a gente ainda vai precisar alinhar um aporte com os formados para conseguir fazer isso em função de tudo que aconteceu. Então a gente precisaria de um aporte aí de R$ 3 mil, R$ 3.300 por aluno. Eu posso prestar conta de tudo isso, em função dessas negociações não tem como pagar nada depois, todo mundo vai querer tudo à vista. Inclusive pra conseguir fazer o buffet funcionar (inaudível) um monte de coisa. Então a gente precisa desse aporte. Pode ser hoje até o final do dia? Pode". Os alunos contestam a versão. Eles afirmam que "não há qualquer fundamento fático" e que cumpriram a parte de contratantes, "com pagamento das mensalidades e arrecadação de quase R$ 3 milhões". De acordo com o delegado responsável pelo caso, há indícios de fraude. Testemunhas ainda devem ser ouvidas, além de documentos analisados. "De acordo com o que foi relatado por estes alunos, a condução desse contrato não foi feito de forma correta. Não havia clareza em relação aos destinos dados aos valores. Eles disseram que não existia sequer uma conta destinada a essa comissão, tudo era depositado numa conta da empresa. E eles, quando era pedido relatório, tinha apenas um relatório do que foi pago mas nenhum extrato era apresentado", afirmou. No inquérito, depoimentos de prestadores de serviço apontam que floristas, garçons e seguranças foram contratados pela empresa, trabalharam mas não receberam. Leia também: Aventura: Neto pedala mais de mil quilômetros para visitar avó no Paraná: 'Me receberam com troféu e medalhinha' Investigação: MP-PR envia ao MPF informações sobre 71 pessoas com suspeita de envolvimento em atos golpistas Turismo: Abertura de vertedouro de Itaipu faz visitas turísticas a usina aumentarem mais 70% em comparação a 2022; veja como comprar ingresso Caso se repete no RJ Depois da repercussão do caso de Maringá, estudantes de medicina da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) que também têm contrato com a Brave Brazil descobriram que, segundo eles, quase nada está pronto para o evento. Com custo de R$ 1,5 milhão e previsão de ser feita neste fim de semana, estudantes foram atrás dos fornecedores e ficaram sabendo que a maioria ainda não recebeu. Segundo os alunos, a empresa se limitou a responder com um áudio afirmando que será preciso adiar o evento. O caso Alunos registraram Boletim de Ocorrência (B.O.), e a Polícia Civil investiga o caso. Segundo os estudantes, o prejuízo chega a quase R$ 3 milhões. Eles afirmam que o contrato foi fechado há alguns anos e que os primeiros problemas começaram a aparecer no jantar de formatura. Os formandos afirmam que o jantar teria atrasado. Além disso, argumentam que as atrações musicais previstas para o baile deste sábado não tiveram as participações confirmadas. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 PR Veja mais notícias da região em g1 Norte e Noroeste.