Presidente da Câmara de Curitiba diz que vai cumprir decisão do STF de devolver mandato de Renato Freitas quando for notificado
Por Giuliano Saito
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Renato Freitas (PT) perdeu mandato em agosto por quebra de decoro, após ser acusado de invadir a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em fevereiro, durante uma manifestação antirracista. Renato Freitas perdeu mandato em agosto por quebra de decoro. Divulgação/CMC Tico Kuzma (PROS), presidente da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), afirmou que cumprirá a decisão do STF de devolver mandato de Renato Freitas (PT) quando for notificado. "A Câmara Municipal tão logo seja notificada da decisão, como sempre, dará cumprimento e no momento oportuno apresentará suas razões a corte suprema", afirmou em sessão ordinária nesta segunda-feira (26). Na última sexta-feira (23), o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), restabeleceu o mandato do vereador Renato Freitas e anulou decisões do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) que negaram pedidos de Freitas e que mantiveram ato da Câmara Municipal que decretou a cassação. Renato Freitas perdeu o mandato em agosto por quebra de decoro. Ele foi acusado de invadir a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em fevereiro, durante uma manifestação antirracista. Tico Kuzma reforçou a lisura da cassação e afirmou que a CMC cumpriu os requisitos legais pertinentes ao caso. "Concorde-se ou não com o mérito da cassação, fato é que o devido processo legal foi respeitado e o vereador Renato Freitas teve o direito de defesa garantido como qualquer outro parlamentar dessa casa teria. Em uma democracia representativa é necessário o respeito da decisão da casa parlamentar, eleita pelo voto popular, ainda que dela se discorde", afirmou. Em plenário, Renato Freitas qualificou o processo contra ele de "espetáculo persecutório" Rodrigo Fonseca/CMC O advogado Guilherme Gonçalves, que atua na defesa de Freitas, afirmou saber que em algum momento a "injustiça seria corrigida". "A decisão não reconhece só a ilegalidade da cassação do Renato Freitas, a liminar reconhece a injustiça, a inconstitucionalidade, e a inexistência de qualquer quebra de decoro de um menino jovem, negro, periférico, que ousa superar o apartheid social e se eleger vereador", disse. Relembre o caso Renato Freitas: entenda a cronologia do caso sobre a cassação do vereador em Curitiba O vereador de Curitiba Renato Freitas (PT) foi acusado de invadir a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos em fevereiro, durante protestos de repúdio ao assassinato do congolês Moïse Kabagambe e de Durval Teófilo Filho. Em 22 de junho, os vereadores da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovaram o projeto de resolução que determinou a perda de mandato de Freitas por "procedimento incompatível com o decoro parlamentar". Renato Freitas: entenda a cronologia do caso sobre a cassação do vereador em Curitiba Em 5 de julho, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) suspendeu a sessão da CMC que cassou o mandato do vereador. Porém, um mês depois, em 5 de agosto, com 23 votos favoráveis, Renato Freitas perdeu novamente o mandato na Câmara de Curitiba. Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi palco de protesto antirracista Giuliano Gomes/PR PRESS Na última sexta-feira (23), o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), restabeleceu o mandato do vereador Renato Freitas (PT), e anulou decisões do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) que negaram pedidos de Freitas e que mantiveram ato da Câmara Municipal que decretou a cassação. O recurso ao Supremo foi protocolado pela defesa do petista e afirma que o processo de cassação durou mais que 90 dias, prazo máximo previsto na legislação federal. O documento da defesa afirma também que as decisões do TJ-PR desrespeitaram jurisprudência do STF segundo a qual só a União pode definir sobre crimes de responsabilidade e estabelecer regras de processo e de julgamento desses casos. VÍDEOS: mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Paraná.
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