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Prefeitura de Londrina testará repelente biológico para espantar pombos; comunidade lida há anos com mau cheiro e sujeira

Por Giuliano Saito


Secretaria garante que produto não prejudica as aves. Pedestres chegam a escorregar nos rastros de cocô deixados pelas pombas. Município busca solução há quase 20 anos. Pombos Emerson Dias/N.Com Prefeitura de Londrina A Secretaria do Ambiente de Londrina, no norte do Paraná, dará início nas próximas semanas a mais uma tentativa de afastar a grande quantidade de pombos que circula pelo Bosque Municipal, na região central da cidade. Desta vez, o município vai usar um repelente biológico. Há décadas a presença dos pombos é um problema no local, que vive impregnado com as fezes e com o mau cheiro deixado pelas aves. Quem passa pelo bosque corre o risco de esbarrar em rastros de cocô de pombos no chão, nos bancos e nos aparelhos de ginástica do bosque. Com frequência, pedestres chegam a escorregar ao caminhar sobre a sujeira, que deixa o piso liso. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram O problema é discutido no município ao menos desde 2004, mas nunca foi encontrada uma solução efetiva. Entenda a seguir. Frequentadores reclamam que o cenário de abandono prejudica o lazer e afasta os cidadãos do bosque, revitalizado em 2021 e importante ponto de passagem da região. O espaço é cercado de comércios e fica ao lado, por exemplo, da Catedral Metropolitana de Londrina. O gerente de Parques e Biodiversidade da secretaria, Jonas Henrique Pugina, explica que o repelente a ser testado é feito de compostos naturais. "O repelente não traz riscos à saúde dos pombos. Ele emite um cheiro forte que pode afugentá-los do bosque. Vamos testar essa estratégia durante um certo período e, dependendo da efetividade, o município poderá comprar o insumo." De acordo com o gerente, a substância será aplicada em formato de espuma e de líquido nas copas das árvores - toda a parte que se desenvolve a partir do tronco, com galhos e folhas -, local onde as aves pousam. Bosque Central de Londrina é revitalizado Emerson Dias/Prefeitura de Londrina/Divulgação Pugina diz não haver prazo definido para o fim dos testes. A ideia da Secretaria do Ambiente é aplicar o produto em quatro regiões distintas do espaço de lazer. De acordo com o gerente, não é possível dizer exatamente a quantidade de pombos que frequenta o bosque. Conforme a secretaria, os que vivem no local são do tipo Zenaida auriculata, que formam bandos durante migrações ou em pousos coletivos em lugares onde dormem. Leia também: Barbeiro resgata autoestima em lar de idosos cortando cabelo de graça: 'É estar junto compartilhando amor' VÍDEO: Bebê cai na gargalhada ao ver placas de trânsito e viraliza: 'Será uma ótima motorista', brinca mãe Limpeza diária Atualmente, para tentar minimizar a sujeira e o mau cheiro deixados pelas aves, a prefeitura contrata uma empresa para fazer a lavagem diária do bosque. De acordo com a Secretaria do Ambiente, outro problema é o risco à saúde da população. A pasta explica que as fezes ressecadas, se inaladas com a ação do vento, podem causar doenças. Em 2013, um taxista de 47 anos morreu de criptococose, infecção causada por um fungo transportado pelo pombo. Pombos deixaram sujeira de fezes no centro de Londrina (PR) Reprodução/RPC A saga do combate às pombas A primeira ideia de espantar os pombos surgiu em 2004. Na época, o município disse ter importado da Alemanha um projeto de construir pombais para atrair as aves. No ninho, alguém trocaria os ovos de verdade por falsos. Em 2005, foi cogitada a possibilidade de usar um falcão para combater a superpopulação de pombos. A ave chegou a ser treinada por um instrutor, mas a proposta não avançou. Em 2006, a discussão envolveu um dos projetos mais polêmicos em relação ao assunto: o abate dos pombos. Novamente, a sugestão ficou apenas no papel e no debate. Entre 2010 e 2013, a prefeitura instalou equipamentos de som, utilizou armadilhas e até colocou sensores para emitir ondas eletromagnéticas para afugentar as aves. Nada resolveu. Mais assistidos do g1 PR Leia mais em g1 Norte e Noroeste.