Polícia indicia quatro pessoas por homicídio doloso pela morte de DJ na Parada da Diversidade em Curitiba
Por Giuliano Saito
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Laurize Oliveira e Ferreira morreu após cair de trio elétrico. Segundo investigação, indiciados assumiram risco de matar; veículo possuía altura superior à permitida e não era autorizado a trafegar no evento, segundo polícia. DJ Laurize Oliveira Reprodução/Redes Sociais A Polícia Civil do Paraná (PC-PR) indiciou quatro pessoas pela morte da DJ Laurize Oliveira e Ferreira, de 43 anos. Elas respondem por homicídio doloso, quando se assume o risco de matar. Laurize tocava em um trio elétrico na Parada da Diversidade em Curitiba, no dia 15 de novembro de 2022, quando fios de telefonia bateram no caminhão e ocasionaram a queda dela. Ela chegou a ser socorrida, mas morreu na ambulância a caminho do hospital. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram As investigações apontaram que o trio elétrico em que ela estava possuía uma altura superior à permitida pela legislação. Além disso, o tráfego do veículo durante o evento não era autorizado, segundo a polícia. A polícia considerou que os indiciados agiram em desacordo com as normas e assumiram o risco de matar. Respondem pelo crime a proprietária da empresa, dois funcionários e o motorista do trio elétrico. A polícia não informou se a empresa citada era responsável pelo trio ou pelo evento. Conforme a delegada Camila Cecconello, os dois colaboradores indiciados contrataram auxiliares para erguer os cabos que iriam passar pelo caminhão. Ainda segundo Cecconello, os contratados não tiveram treinamento para o trabalho e não contavam com equipamentos de segurança. Os indiciados não tiveram os nomes divulgados. O g1 busca contato com a defesa dos envolvidos. Relembre: Perfil: Quem era a DJ Laurize Oliveira, que morreu após cair de trio elétrico Trio elétrico estava na Rua Lysimaco Ferreira da Costa quando vítima caiu Giuliano Gomes/PR Press Investigação A delegada afirmou que, na ocasião, assim que a fiação aproximou da área que a vítima estava, o caminhão continuou fazendo a curva e um dos rapazes não teve força para levantar os cabos, atingindo a estrutura do trio e ocasionando a queda da vítima. Um homem também caiu do trio e teve ferimentos leves. Sobre o motorista, a PC-PR considerou que ele assumiu o risco de causar lesões a terceiros no momento em que aceitou conduzir um veículo com altura e dimensões superiores às permitidas, com pessoas em cima e passando sob fiações. "Ele alegou que, devido ao tamanho do trio e por não ter visão nos retrovisores, não era possível visualizar o que estava acontecendo na parte traseira. Além disso, estava dirigindo com o tacógrafo vencido, o que impediu a averiguação da velocidade", afirmou a delegada Cecconello. Conforme a polícia, 26 testemunhas foram ouvidas durante as investigações. Imagens de câmeras de segurança da região foram analisadas. A investigação da Polícia Civil deve ser encaminhada ao Ministério Público do Paraná (MP-PR), que pode ou não oferecer denúncia contra os envolvidos. Comoção pela morte Laurize Oliveira era natural de Morrinhos, no sul de Goiás, e morava em Goiânia. A morte dela causou comoção entre familiares, amigos e na comunidade LGBTQIA+. A DJ tocava em boates de Goiânia, outros estados e até no exterior há cerca de 20 anos. Pelas nas redes sociais, na época da morte, a organização do evento classificou o episódio como um incidente e disse que a DJ foi imediatamente atendida. Um DJ que tocava no mesmo trio e estava junto com Laurize na hora do acidente disse, em entrevista à RPC em novembro, que o caso foi uma fatalidade. VÍDEOS: mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Paraná.
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