Polícia divulga 85 empresas do 'Sheik dos Bitcoins' suspeitas de golpes bilionários; veja nomes
Por Giuliano Saito

Segundo PF, nomes foram tornados públicos para 'as pessoas não caírem em golpes'. Francisley Valdevino da Silva é suspeito de intermediar movimentação de cerca de R$ 4 bilhões no Brasil e exterior. g1 aguarda retorno da defesa. Francisley Valdevino da Silva é suspeito de fraude bilionária Reprodução/Jornal Hoje A Polícia Federal (PF) divulgou nesta sexta-feira (7) uma lista com 85 nomes de empresas que eram utilizados pelo "Sheik dos Bitcoins" para a captação de vítimas. Francisley Valdevino da Silva, de Curitiba, é suspeito de liderar uma quadrilha investigada por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas, com vítimas no Brasil e no exterior. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Segundo a PF, os nomes foram tornados públicos para "as pessoas não caírem em golpes". Entre as vítimas do Sheik apontadas pela PF está Sasha Meneghel, que perdeu mais de R$ 1 milhão na fraude. Veja a lista das empresas abaixo. O g1 aguarda retorno da defesa de Francisley. O homem é suspeito de cometer crimes pelo menos desde 2016, intermediando a movimentação de cerca de R$ 4 bilhões por meio de fraudes envolvendo pirâmide financeira com comercialização de criptomoedas, lavagem de ativos e crimes contra o sistema financeiro. Segundo o delegado Filipe Hille Pace, Francisley responde às investigações em liberdade, com medidas cautelares alternativas à prisão, como proibições sobre não poder deixar o município ou o país, e ter que entregar o passaporte para a Justiça Federal. Ele também não pode mais exercer nenhuma atividade ligada às empresas, ou conversar com investigados, testemunhas ou vítimas. Veja os nomes das empresas divulgados pela PF abaixo: OP POYAIS 4COINS ALLGENCY INTERNACIONA ALLPHACOIN ANTHER BITSTARTI BYTC COINS & COINS EASTICOIN ENCORE 8 EXUDUS ITRADECOM LEADERCOIN MARKETSHYFT MINERFLOOR MONEDA BANK MUNZEBANK SLW COIN TOOYOO TRADEX ROBOT TRADEXX TRADINGOO WELTMINER WELTRADER WUCOIN YONDERCOIN WOLKE B CLUB FORCOUN COINTHEREUM ALTSAVE TOTALX RENTX ALLGENCY BEC BITPHINANCE BRCP CELTRUM COMMUTE COMPRALO COMTRADE CXS + CXA DESSFI DEXTRU EASTCOIN ETHEREUM SC ETHEREUMPLUS EXOODUS FAXT COIN FAXT WALLET FILMZR HLP TOKEN INTERAG INTERCORE INTERGALAXY INTERTRADEC LINEACARD MINDEXPAY MINDEXWALLET MONEYX MOOVEPAY RENTAL COINS SERHIGH WELTSYS ZUTTI BETTHERCHIP BITSTAR BLOC BUFFSCOIN FCT TUTORIALS FORCOUNT GOODREAM HUKKENS IBILLETERA ITRADE CLUB MINDEXCOIN MOVIAX PROTRADEX PRYDIUM SUCESSO TRADING THRONUS TOTAL X TRADING WAVES TULUS WAOMOVIE XFORKS LEIA TAMBÉM 'Rei do Bitcoin' é condenado por estelionato e crimes contra o sistema financeiro Ônibus atola, e crianças ficam sem transporte para aula em Ponta Grossa: 'A gente está abandonado' Mãe suspeita de matar os 2 filhos vira ré por homicídio e ocultação de cadáver A PF apurou que o investigado tinha empresas não só para oferecer os serviços, mas de segmentos variados para operar os recursos. "Ele criou empresas diversas, uma empresa de uma vinícola, uma empresa de confecção, de e-commerce, estética e todas empresas que ele era proprietário, ele abastecia com recursos. Empresas laranjas, familiares, ele abastecia com recursos e neste complexo de empresas ele chegou a movimentar apenas no sistema bancário, cerca de R$ 4 bilhões. Não significa que ele tinha R$ 4 bilhões milhões, mas as movimentações alcançaram R$ 4 bilhões". Segundo a polícia, o esquema chegou a ter cerca de 40 a 60 mil clientes apenas no Brasil. Investigação A Polícia Federal deflagrou uma operação contra o Sheik na quinta-feira (6), em Curitiba. Foram vasculhados endereços ligados ao suspeito, onde foram apreendidas barras de ouro, dinheiro em espécie, joias, carros e relógios de luxo. Após a operação, em nota, Francisley Valdevino da Silva disse que "está à disposição para esclarecimentos à polícia". Disse também que a operação é "medida usual em procedimentos investigatórios dessa natureza". Operação da PF mira organização investigada por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas no Brasil e no exterior Divulgação/Polícia Federal O delegado da PF disse que a investigação contra o suspeito começou em março deste ano, depois de um pedido de cooperação policial internacional feito pela Interpol. O pedido informava sobre uma investigação que identificou uma organização criminosa liderada por Francisley na capital paranaense. A investigação apontou que a quadrilha aplicava golpes desde 2016 e que há registros de fraudes em pelo menos onze países. A investigação também indicou que alguns membros da família de Francisley também se envolveram nas fraudes. De acordo com a PF, os familiares eram funcionários das empresas e se apropriavam dos valores investidos pelas vítimas. Quem é o Sheik Francisley Valdevino da Silva, conhecido como 'Sheik dos Bitcoins' Reprodução/Jornal Hoje Segundo a polícia, Francisley se apresenta como Francis Silva e é natural de São Paulo, mas se estabeleceu em Curitiba. Na capital paranaense, ele desenvolveu uma empresa do ramo da tecnologia. A investigação indica que ele usava o dinheiro arrecadado nas fraudes para a compra de imóveis de alto valor, carros de luxo, embarcações, roupas de grife, joias, viagens, aviões e para fazer doações a igrejas. De acordo com a PF, o suspeito possui mais de cem empresas abertas no Brasil vinculadas a ele. Ainda conforme a PF, ele recebeu o apelido de "Sheik dos Bitcoins" pela imprensa. Initial plugin text Prisões negadas O delegado Filipe Hille Pace explicou que a Polícia Federal chegou a pedir a prisão preventiva de Francisley duas vezes, mas os pedidos foram negados pela Justiça Federal. A motivação para a recusa dos pedidos é que Francisley estaria em um estágio do esquema em que não consegue mais captar clientes e arrecadar recursos, por isso, ele não conseguiria cometer novos estelionatos. Entretanto, de acordo com o delegado, isso não significa que ele não possa se desfazer de bens ou de promover outros crimes, ou até mesmo fugir, sendo este um dos motivos que levou a PF a pedir e executar apreensões. A ação se soma às medidas alternativas à prisão que estão sendo cumpridas pelo Sheik e outros investigados. "São medidas que, se provar qualquer descumprimento, podem ensejar um pedido de prisão preventivo novo". Como funcionava o golpe De acordo com a investigação, o grupo liderado por Francisley prometia o aluguel de criptomoedas com pagamento de remunerações mensais que poderiam alcançar até 20% do capital investido. Aos clientes, segundo a PF, as empresas diziam ter vasta experiência no mercado de tecnologia e criptoativos e possuir uma grande equipe que faria operações de investimento para gerar lucros. A investigação mostrou que nunca existiu atividade comercial pelo grupo, e que o dinheiro arrecadado era gasto por Francisley. Operação da PF fez buscas contra grupo investigado por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas no Brasil e no exterior Divulgação/Polícia Federal 'Modus operandi' A PF disse que o suspeito fazia grandes doações para igrejas, fator que, segundo a PF, alavancou a atuação do golpe. Segundo o delegado Pace, da Polícia Federal, o Sheik se inseriu no meio religioso e conseguiu que grandes líderes do meio investissem e virassem sócios minoritários da plataforma que ele oferecia. Quadrilha liderada por brasileiro utilizava dinheiro de fraudes envolvendo criptomoedas para compra de imóveis de alto padrão, segundo a polícia Divulgação/Polícia Federal Ainda conforme o delegado, o esquema começou a ruir no fim de 2021, quando Francisley não conseguiu mais pagar o que devia aos clientes. VÍDEOS: mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Paraná.
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