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Polícia conclui inquérito sobre tiroteio que matou quatro no sudoeste do Paraná e indicia duas pessoas por homicídio

Por Giuliano Saito


Documentos foram obtidos com exclusividade pela RPC. Confronto por disputa de terra foi em fevereiro de 2022, em Bom Jesus do Sul. Polícia conclui inquérito de tiroteio no sudoeste do estado A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o tiroteio que matou quatro pessoas em Bom Jesus do Sul, no sudoeste do Paraná, em fevereiro deste ano. Conforme documentos a que a RPC teve acesso com exclusividade, dois sobreviventes foram indiciados por homicídio qualificado. O delegado responsável pelo caso, Emerson Ferreira, afirma que vídeos gravados pelos próprios envolvidos foram decisivos para a investigação. Uma disputa judicial por uma área de 71 hectares resultou no confronto. De um lado, o comerciante Cláudio Silvestre, a esposa dele Janaína e o amigo do casal Cristiano Bruxel. Cláudio e Janaína tinham 40 anos e morreram. Do outro, o agricultor Francisco Bini, o filho dele Rafael, o genro dele Paulo Faé e o amigo Acelino Soares de Souza. Rafael, de 36 anos, e Acelino, de 63, também foram mortos. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram No inquérito, a polícia analisou a conduta dos três sobreviventes: Francisco Bini, Paulo Faé e Cristiano Bruxel. Para a corporação, os vídeos deixam claro que o comerciante Cláudio Silvestre iniciou o tiroteio. Nas imagens, Cláudio saca a arma e atira em direção ao agricultor Francisco Bini, que não é atingido. Logo em seguida, o comerciante se vira e atira no filho do agricultor, Rafael, que morreu horas depois no hospital. Em seguida, Francisco Bini e o genro atiram em Cláudio, que morre na hora. Eles não foram indiciados pela morte do comerciante. "O Cláudio efetua disparos em direção ao Rafael, que estava desarmado. Então, vendo essa ação contra o seu filho, o seu Francisco Bini realizou esses disparos em direção ao Cláudio. Ficou aí configurada uma legítima defesa", afirmou o delegado. VEJA MAIS: Vídeo mostra discussão e novo ângulo de disparos em tiroteio por disputa de terra no Paraná; quatro pessoas morreram Envolvidos em tiroteio durante disputa de terra no sudoeste do Paraná não tinham porte de arma, diz polícia O desafio da polícia era entender o que aconteceu depois, já que não ficava mais tão claro nas gravações. Em depoimento, Paulo Faé disse que atirou na esposa do comerciante porque ela atirou no amigo dele. Mas um detalhe na gravação do celular da própria Janaína convenceu o delegado de que ela não estava armada. "Em câmera lenta a gente viu, em um dos frames, um dos prints lá, onde ela está totalmente desarmada. Então, a gente não conseguiu confirmar essa versão de que ela estivesse armada", complementou o delegado. Vídeo mostra momento do confronto Polícia Civil Paulo Faé, o genro do agricultor, foi indiciado por homicídio qualificado, por motivo fútil. A maior dúvida da polícia era quem matou o amigo do agricultor, o Acelino. Para o delegado, os tiros foram os disparados pelo amigo do comerciante que acompanhava o confronto à distância. Cristiano também foi indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público, que está analisando as provas coletadas pela polícia. A reportagem entrou em contato com as defesas de todos os citados, mas ninguém quis se manifestar sobre a conclusão do inquérito. Os vídeos mais assistidos do g1 PR Mais notícias da região em g1 Oeste e Sudoeste.