Ponto 14

Policial militar réu por tráfico de drogas em Londrina é solto após decisão de ministro do STJ

Por Giuliano Saito


Segundo o Ministério Público, PM atuava junto com outro rapaz, que chegou a ser preso. Defesa afirma que agente é inocente. Imagem de drone flagra prisão de policial militar réu por tráfico de drogas em Londrina (PR) O policial militar Ederson Aparecido Dias, de Londrina, norte do estado, e réu na Justiça por tráfico de drogas, foi solto nesta terça-feira (7) após determinação do ministro Jesuíno Rissato, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O agente estava preso há quase dois meses no 29º Batalhão da PM em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). De acordo com o Ministério Público do Paraná (MP-PR), o policial foi preso na zona norte da cidade depois de receber dinheiro em espécie e uma arma de fogo ilegal de outro suspeito, que também foi detido e virou réu na mesma ação criminal. As prisões foram feitas em janeiro por agentes do serviço reservado da Polícia Militar, que usaram até um drone da corporação. Veja no vídeo acima. A decisão liminar saiu na segunda (6). A defesa recorreu ao STJ após o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) negar a liberdade do PM, que pertence ao 30º Batalhão da PM de Londrina. O ministro do STJ alegou que a determinação em manter a prisão preventiva de Dias "não aponta elementos concretos que indiquem a necessidade da constrição cautelar, tendo apenas ressaltado a gravidade do delito e a condição de policial militar, o que, por si só, não justifica a medida extrema". Ao g1, o advogado de defesa João Eugênio Cornelian Filho explicou que o policial é inocente e foi solto sem a necessidade de cumprir medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica. Acusação Baseado em investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina, o Ministério Público detalhou na denúncia como o PM e o outro réu agiam. O g1 teve acesso ao documento. Segundo o MP, por ter acesso a vários pontos de tráfico, o rapaz informava ao policial "locais onde haveria estoque de drogas". Ao receber esses detalhes, o agente "subtraía os entorpecentes dos traficantes" e entrega ao jovem, "encarregado de comercializá-los e entregar para o PM o produto da traficância". Drone usado pela polícia mostra momento em que PM é abordado e preso Reprodução/Polícia Militar Conforme a denúncia, Ederson Dias "exercia a liderança e posição de comando". Já o outro rapaz "tinha a função de armazenar, controlar o estoque das drogas e prestar contas ao policial de todas as negociações efetuadas, além de entregar valores e bens dessa prática ilícita". Investigadores do Gaeco analisaram mensagens trocadas entre o policial e o outro réu entre 23 de dezembro de 2022 e 10 de janeiro deste ano. O conteúdo foi usado pelo Ministério Público na denúncia. Conforme a Promotoria, "as mensagens demonstram que os dois associaram-se de forma permanente para o cometimento de diversos crimes". Processo A denúncia de tráfico de drogas, associação para o tráfico e falsidade ideológica foi aceita pelo juiz da 5ª Vara Criminal de Londrina, João Henrique Coelho Ortolano. Ainda não há data para audiências do caso. Mais assistidos do g1 PR Leia mais em g1 Norte e Noroeste.