Policiais militares são condenados por não fiscalizarem festas clandestinas durante pandemia de Covid-19
Por Giuliano Saito

Segundo o Gaeco, responsáveis pelos eventos ilegais tinham garantia de quem não seriam fiscalizados. g1 tenta contato com a defesa deles. Polícia Militar do Paraná PM/Divulgação A Justiça condenou dois policiais militares denunciados por não fiscalizarem festas que aconteceram durante o período restritivo da pandemia de Covid-19 em Ibiporã, norte do estado, quando este tipo de evento foi proibido para evitar aglomerações. A denúncia foi feita em 2021 por corrupção e prevaricação. Um dos PMs foi condenado a mais de dois anos de prisão, mas teve a pena substituída por prestação de serviços à comunidade. O outro foi condenado a nove meses de detenção. Como também é uma pena baixa, a Justiça determinou que ele pague um salário mínimo, valor que será revertido ao Hospital do Câncer de Londrina. Os advogados dos agentes foram procurados pela RPC, mas não deram retorno. O g1 tenta novo contato. A investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) começou a partir de vídeos publicados por vizinhos dos locais das festas nas redes sociais. De acordo com a acusação, os policiais se omitiam de acionar viaturas para verificar denúncias de perturbação de sossego de eventos ilegais após recebimento de vantagem indevida. Veja também Após nove dias internada, influencer esfaqueada no rosto por ex-companheiro em Londrina recebe alta de hospital; suspeito continua preso Ministério Público pede indenização de R$ 100 mil de vereadores que votaram aumento dos próprios salários da praia e debaixo de guarda-sol: VÍDEO Conforme o Gaeco, os responsáveis pelas festas tinham informações privilegiadas sobre as fiscalizações, como mostram mensagens de áudios trocadas entre os policiais e que foram incluídas na investigação. Policial condenado 1 : ôh, Mendão, seguinte, irmão, cê vai tá no rádio aí.. a gente tá aqui no.. eu tô com uns amigos meus fazendo uma live beneficente (...) nós estamos em umas 20 pessoas aqui..mas. tipo assim, estou controlando o som aqui bem de boa.. não tem malaco e nada.. só os amigos meus mesmo.. daí se tiver alguma ligação, alguma coisa aí de reclamação, cê me dá um toque, irmão, pra não fechar o rolê aqui (...) , mas eu tô chatinho pra carai bagulho de som..Tanto é que lá da rua não dá nem pra ouvir o som.. que aqui é grande né..cê me dá um toque ai se mandar viatura ou alguma coisa aqui.. pode ser? tá bem de boa aqui.. vai dar acho que no máximo umas 30 pessoas..mas é uma live, sonzinho controlado, só gente de família só.. blza? Policial condenado 2 : oh, meu querido... fica tranquilo, sossegado. Chegar alguma coisa aqui eu cancelo aqui(...) e pode ficar sossegado, irmão, que aqui é nóis. Nós resolve aqui e fica uma uva o bagui.. tranquilo, beleza? Em nota, a Polícia Militar disse que os policiais são investigados em processos administrativos disciplinares, que estão em andamento. Conforme a corporação, os agentes estão trabalhando em quartéis sem o acesso a sistemas de informática. Mais assistidos do g1 PR Veja mais em g1 Norte e Noroeste.
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