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Polícia Civil descarta indícios de crime em incêndio no Bairro Country

Delegado Ian Leão afirma que investigação aponta, até agora, para causa acidental; perícia técnica vai confirmar origem do fogo que destruiu apartamento e deixou feridos em Cascavel.

Polícia Civil descarta indícios de crime em incêndio no Bairro Country

A Polícia Civil de Cascavel abriu um inquérito para apurar as causas do incêndio que atingiu um apartamento localizado no 13º andar de um edifício no Bairro Country, na manhã de quarta-feira (15). O caso, que deixou três moradores e bombeiros feridos, mobilizou uma grande estrutura de socorro e segue sob investigação.

Na manhã desta quinta-feira (16), o delegado Ian Leão, responsável pelo caso, concedeu uma coletiva de imprensa para detalhar as etapas do procedimento investigatório. Ele informou que o local do incêndio foi liberado pelo Corpo de Bombeiros, permitindo o início da perícia técnica feita pela Polícia Científica do Paraná. A partir desse laudo, a Polícia Civil definirá se há ou não elementos que indiquem a prática de crime.

“A partir do momento que o Corpo de Bombeiros liberou o local, a Polícia Científica iniciou o exame técnico. O relatório será apresentado à Polícia Civil, que vai analisar os elementos de informação determinados no laudo para verificar a existência ou não de um fato criminoso”, explicou o delegado. “O inquérito policial tem como finalidade apurar a existência de crime, e é com base nesse laudo que poderemos avançar nesse sentido.”

De acordo com Ian Leão, as informações levantadas até o momento indicam que o incêndio foi acidental. “Das informações obtidas pelas equipes que estiveram no local, tanto de forma informal quanto por meio do grupo de inteligência e da equipe plantonista que realizou o levantamento inicial, não existe, neste momento, qualquer indício de incêndio criminoso. Estamos tratando de um incêndio acidental, o que ainda será confirmado pela perícia técnica”, afirmou.

O delegado destacou ainda que, após a conclusão do laudo da Polícia Científica, novas diligências serão realizadas. Entre as próximas etapas estão os depoimentos dos bombeiros que participaram da ocorrência e das vítimas, que só serão ouvidas quando estiverem completamente restabelecidas. “Vamos aguardar a recuperação física e psicológica das vítimas para ouvi-las, sempre com o cuidado de evitar a revitimização”, ressaltou.

Durante a coletiva, Ian Leão também comentou sobre a presença de equipamentos de segurança no edifício, como mangueiras e hidrantes, que devem ser verificados no laudo pericial. “Isso fará parte do exame realizado pela Polícia Científica. A partir das informações coletadas, a Polícia Civil vai pontuar todos os quesitos que surgirem ao longo da investigação”, disse.

Uma das hipóteses levantadas por testemunhas é de que o incêndio teria começado após algo ter sido esquecido sobre o fogão do apartamento. O delegado confirmou que essa informação também será analisada pela perícia. “Essas informações serão confirmadas a partir do laudo predial”, afirmou.

Ele destacou, no entanto, que mesmo que essa hipótese se confirme, não se trata de um crime. “Ainda que se tenha esquecido algo sobre o fogão, não existe nenhum tipo penal que trate de incêndio culposo. O Código Penal prevê apenas o incêndio doloso, quando há intenção. Casos de negligência, imprudência ou imperícia caracterizam o delito culposo, mas o incêndio culposo não é previsto na legislação”, explicou.

O inquérito policial seguirá o prazo legal de 30 dias, podendo ser prorrogado por igual período, caso a complexidade do caso exija. Já o laudo pericial não tem prazo específico para conclusão. “O tempo de finalização do laudo depende das circunstâncias e da complexidade do caso. Só após a entrega desse material poderemos definir os próximos passos do inquérito”, concluiu o delegado.

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