Polícia indicia quatro suspeitos de ataque a colégio de Cambé por crimes como homicídio e comércio ilegal de arma
Por Giuliano Saito
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Ataque foi em 19 de junho, na região norte do Paraná; dois jovens foram mortos. Polícia civil divulga conclusão do inquérito sobre o ataque em colégio de Cambé. Kathulin Tanan/ RPC Quatro suspeitos de envolvimento no assassinato de dois estudantes no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, norte do estado, foram indiciados por crimes como homicídio consumado e comércio ilegal de arma de fogo, segundo o delegado Paulo Henrique Costa. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram O inquérito foi concluído nesta quarta-feira (28) pela Polícia Civil, que citou que houve incentivo e participação de outras pessoas no ataque. Karoline Verri Alves, 17 anos, e Luan Augusto, 16 anos, foram baleados na cabeça perto das 9h de segunda-feira (19), enquanto estavam no colégio. Luan foi socorrido, mas morreu no dia seguinte no hospital. Eles eram namorados, segundo familiares. De acordo com o delegado chefe de Cambé, Paulo Henrique Costa, o jovem de 18 anos preso em Gravatá, em Pernambuco, trocava mensagens com o assassino. "Ele foi considerado como autor intelectual do fato. O rapaz de 21 anos, de Rolândia, ele foi considerado como partícipe do fato. O executor foi autuado em flagrante já no dia do fato, porém, posteriormente, foi constatado o seu óbito por suicídio", disse. Segundo as investigações, os suspeitos, de 35 e 39 anos, presos em Rolândia (PR), estão detidos temporariamente e devem responder por comércio ilegal de arma de fogo e das munições. Conforme o delegado, os jovens de 21 e 18 anos estão presos preventivamente por serem "sujeitos ativos” dos dois homicídios qualificado e consumado. Um outro homem, que vendeu a machadinha para o assassino, foi ouvido e liberado porque o produto não é considerado ilícito. A rapaz de 21 anos foi transferido nesta quarta-feira da Casa de Custódia de Londrina para o Complexo Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, para receber tratamento psicológico. Materiais apreendidos em Pernambuco De acordo com o delegado Paulo Henrique Costa, os materiais apreendidos na casa do suspeito de 18 anos em Gravatá serão recolhidos e trazidos por um policial civil para serem analisados no Paraná. Além disso, a polícia investiga a participação de outros envolvidos no planejamento de ataque a escolas. "A investigação ela tem a sua continuidade. Tudo aquilo que for verificado será repassado aos órgãos competentes para ir analisando os casos", completou. Cronologia do caso 19 de junho - O assassino entra no Colégio Estadual Professora Helena Kolody e atira contra dois alunos que estavam jogando ping-pong no pátio da unidade. A estudante, de 17 anos, morreu na hora e o namorado dela, de 16 anos, morreu no dia seguinte no hospital. 19 de junho - Autor dos disparos é preso em flagrante pela Polícia Militar (PM), após ser contido por um idoso. O outro suspeito de ter participado da ação, de 21 anos, foi preso horas depois do assassinato. 20 de junho - Assassino é encontrado morto na cela onde estava na Casa de Custódia de Londrina (CCL). 21 de junho - Jovem de 18 anos, suspeito no envolvimento do crime, é preso em Gravatá, em Pernambuco. 23 de junho - Suspeito de 35 anos é preso em Rolândia, suspeito de ter vendido a arma do crime para o assassino. 26 de junho - Homem de 35 anos é preso suspeito de ter participação na venda da arma e munições para o assassino. 27 de junho - suspeito de 21 anos, que dividia a cela com o assassino, é transferido para o Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba Colégio reaberto As aulas do Colégio Estadual Professora Helena Kolody, foram retomadas na segunda-feira (26), uma semana após o ataque a tiros. A estudante Karoline morreu dentro do colégio. O Luan morreu no hospital. Veja como ocorreu o assassinato abaixo. Para a retomada, houve reforço de segurança na frente do colégio, com a presença de policiais militares. Seguranças terceirizados também foram contratados pela instituição. De acordo com o diretor Paulo Dante, as equipes ficarão na parte externa do colégio monitorando a entrada dos alunos. Colégio Helena Kolody Kathulin Tanan/RPC Como ocorreu o assassinato O crime aconteceu por volta das 9h. Segundo a Polícia Militar (PM), um ex-aluno, de 21 anos, foi até o Colégio Estadual Professora Helena Kolody e solicitou por documentos na secretaria, depois fez, ao menos, 16 disparos no pátio da unidade. No momento do tiro, o casal jogava ping-pong no pátio da escola, durante uma aula de Educação Física. O prestador de serviço Joel de Oliveira, 62 anos, foi o responsável por conter o assassino até a chegada dos agentes. A Secretaria de Segurança Pública do Paraná afirmou que, em contato com a família do assassino, foi informada de que ele é esquizofrênico e que faz tratamento para a doença. O assassino afirmou à Polícia Civil que não conhecia as vítimas. Estudantes são assassinados em colégio de Cambé Reprodução/RPC Quem são as vítimas Karoline Verri Alves e Luan Augusto Arquivo pessoal O casal de namorados estudava no mesmo colégio e morreram baleados. Os dois frequentavam a mesma igreja. Keller Alves, mãe de Karoline, contou que encontrou por várias vezes a filha fazendo orações em chamada de vídeo com o namorado. Karoline foi atingida na cabeça e morreu dentro da escola. Luan também foi atingido na cabeça, chegou a ser socorrido, mas não resistiu. No enterro dos dois, uma multidão acompanhou as últimas homenagens, marcadas por forte comoção. Em depoimento no mesmo dia da prisão, o criminoso disse que não conhecia Karoline ou Luan. O crime ocorreu por volta das 9h de segunda-feira (19). Karoline Verri Alves, 17 anos, foi baleada na cabeça e morreu no local, e Luan Augusto, 16 anos, também levou um tiro na cabeça, foi hospitalizado, mas morreu um dia depois. Os dois eram namorados. Criança morre após escola ser invadida no Paraná Kathulin Tanan/ RPC Cobrança por mais policiamento Rodrigo Augusto, pai de Luan, disse temer que o episódio se repita se nada for feito pelas autoridades. "Vai acontecer de novo. Vai ser outro pai que vai chorar depois. O mal está aí. Esses caras comemoraram a morte do meu filho. Teve festa. Os governantes têm que se preocupar com as pessoas que estão voltando agora pra escola. A gente também tá precisando de carinho, mas esses alunos também. Eles estão arrebentados". O secretário de Segurança Pública garantiu que três mil policiais militares devem ser contratados para reforçar a segurança nos colégios estaduais. Colégio Helena Kolody Kathulin Tanan/RPC Leia também Suspeito de matar idoso e atear fogo na casa dele se apresenta à polícia mais de um ano após o crime; entenda a reviravolta do caso Idoso e deficiente auditivo que não recebiam salário há mais de 15 anos são resgatados de condição análoga à escravidão, diz MPT Mais assistidos do g1 PR Leia mais em g1 Norte e Noroeste.
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