Ponto 14

PodParaná #113: Pesquisador descobre que pirata morou em Curitiba e deixou tesouro escondido

Por Giuliano Saito


Pesquisa descobriu que Pirata Zulmiro escondeu tesouro na Ilha da Trindade, no Espírito Santo. Instituto Histórico e Geográfico do Paraná apoiará expedição à ilha. Uma história que envolve tesouros, bandos piratas, assassinatos e expedições pode até parecer fantasia, mas foi comprovada pelo pesquisador curitibano Marcos Juliano Ofenbock. Ao longo de 18 anos, ele pesquisou em documentos esquecidos, jornais antigos, cartas, entre outros arquivos e conseguiu provar a existência do Pirata Zulmiro, que morou em Curitiba entre 1839 e 1889, na região onde hoje está a Universidade Livre do Meio Ambiente. O episódio #113 do PodParaná conta a história e os segredos do pirata, além de trazer detalhes sobre o tesouro escondido pelo bando de Zulmiro. Jornal mostra notícia publicada em 1911 sobre expedição em busca do tesouro pirata. Jornal O Malho Participam deste episódio: Marcos Juliano Ofenbock, pesquisador da história do Pirata Zulmiro; Nelson Penteado, diretor de patrimônio do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná; Adriano Inglez, descendente do Pirata Zulmiro. Marcos Juliano Ofenbock pesquisa a história do Pirata Zulmiro desde 2004 Divulgação/Biblioteca Pública do Paraná O pirata e o tesouro A pesquisa de Ofenbock descobriu que o jovem Francis Hodder, nascido em 1799, vinha de uma família nobre irlandesa. Ele estudou na tradicional escola de Eton College e, posteriormente, fez parte da Marinha Real Inglesa. Aos 25 anos, segundo a pesquisa, ele teve um desentendimento com outro oficial enquanto passavam pelo Caribe. Durante a briga, Hodder mata o colega e, com medo do julgamento da corte marcial, resolve desertar e fugir. De acordo com relatos, na Flórida o jovem entra em um navio negreiro e, meses depois, ainda vivendo no navio, faz um motim, mata o capitão e abraça a pirataria. Pesquisador acredita que tesouro pirata está enterrado na Ilha da Trindade Ivan Rasera/Artes RPC Neste momento, ele deixa de ser John Francis Rhoder e passa a ser Zulmiro. Com isso, ele se desloca para o Oceano Atlântico Sul e passa a praticar a pirataria. Junto com outros dois piratas, que se apresentavam como José Sancho e Zarolho, Zulmiro cria um banco de tesouros com objetos capturados pelo bando. Segundo um mapa deixado por Zulmiro, o tesouro encontra-se na Ilha da Trindade, localizada a cerca de 1.200 km da costa do Espírito Santo. Suposto mapa do tesouro deixado pelos piratas e publicado no jornal A Noite, em 1940 Jornal A Noite Chegada no Paraná Segundo Ofenbock, após anos vivendo como um pirata, Zulmiro é capturado por outro navio. "Ele fala: '19 dias após eu ter feito o último depósito na Ilha da Trindade, eu fui capturado por um navio de guerra inglês'. Um dos oficiais do navio era grande colega do pirata na época em que o pirata fazia parte da Academia Naval", explica o pesquisador Marcos Juliano. Então, o oficial simula a fuga de Zulmiro, que promete nunca mais atuar com pirataria. Nove dias após, ele chega em Curitiba, onde se estabelece e fica conhecido por locais como "o velho do mato". A história fica esquecida, até que, já idoso, Zulmiro conhece Edward Young, a quem revela toda a aventura. Edward Young ficou amigo do velho inglês, que revelou para ele ser o Pirata Zulmiro Arquivo Pessoal/Marcos Juliano Ofenbock Expedições Ao longo dos anos, diversas expedições foram feitas com o objetivo de localizar o tesouro indicado pelos piratas, mas nenhuma obteve sucesso. Atualmente a Ilha da Trindade é administrada pela Marinha do Brasil e tem acesso restrito. Ilha de Trindade, no Espírito Santo Reprodução/TV Gazeta Porém, após as descobertas feitas pela pesquisa de Ofenbock, ele foi convidado a fazer parte do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná. A instituição irá apoiar o pesquisador para uma nova expedição à ilha, a fim de mapear e tentar identificar a localização do tesouro perdido. "Hoje com os instrumentos científicos que tem há grande possibilidade de encontrar esse material e fazer definitivas escavações", afirmou Nelson Penteado, diretor de patrimônio do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná. Conforme Ofenbock, a pesquisa passa pelo processo burocrático para conseguir a autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para explorar o local. A previsão é que as escavações aconteçam em 2025. PodParaná Você pode ouvir o PodParaná no g1, no Spotify, no Castbox, na Amazon, no Google Podcasts, no Apple Podcasts, no Deezer, no Hello You ou no aplicativo de sua preferência. Assine ou siga o PodParaná, para ser avisado sempre que tiver novo episódio no ar. Acesse todos os episódios do PodParaná na página especial do g1 Sugestões de temas, pessoas, lugares que podem virar episódio do PodParaná podem ser enviadas pelo aplicativo Você na RPC. PodParaná Artes/g1 Paraná VÍDEOS: mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Paraná. Fique bem informado em g1 Paraná.