Ponto 14

PM mata ex-esposa e comete suicídio em Curitiba: entenda a cronologia do crime

Por Giuliano Saito


Dyegho Henrique Almeida da Silva matou a tiros a ex-esposa Franciele Cordeiro e Silva na última terça-feira (13). Segundo a polícia, ele alvejou o carro que a vítima estava dirigindo. PM mata ex-esposa e comete suícidio em Curitiba O soldado da Polícia Militar (PM) Dyegho Henrique Almeida da Silva matou a tiros a ex-esposa Franciele Cordeiro e Silva na última terça-feira (13) em Curitiba. Segundo a polícia, ele alvejou o carro que a vítima estava dirigindo. O suspeito permaneceu no veículo com o corpo de Franciele e, segundo a polícia, após cerca de quatro horas de negociação, cometeu suicídio. Ainda de acordo com a polícia, a vítima registrou Boletim de Ocorrência (B.O.) contra o suspeito, e relatou ter sido ameaçada por ele. Franciele Cordeiro e Silva e Dyegho Henrique Almeida da Silva. Reprodução/Redes Sociais Até esta quarta-feira (14) não foram divulgadas informações exatas sobre quando e como a vítima e o suspeito começaram a se relacionar. De acordo com a família de Franciele, isso aconteceu durante 2021. Entenda, abaixo, a ordem cronológica do crime. Novembro de 2013 Dyegho Henrique Almeida da Silva entra na equipe da Polícia Militar, de acordo com o Portal da Transparência. Agosto de 2021 dia 10: Dyegho aciona a Polícia Militar afirmando que, ao tentar retirar os próprios pertences da casa em que morava com Franciele, foi impedido pela mesma. dia 16: Franciele busca a polícia e relata estar em processo de separação. De acordo com ela, durante uma discussão no carro, o ex-companheiro começou a realizar manobras perigosas. Em seguida, ela conseguiu saltar do carro e se esconder em uma loja. Janeiro de 2022 O soldado é afastado do trabalho por questões psiquiátricas. O suspeito ficou sem autorização de portar armas, segundo a polícia. Março de 2022 Franciele relatou à polícia ter engravidado do soldado, que insistiu para que ela abortasse. A mulher disse também que o militar chegou a ajudá-la a montar o quarto do filho que ela esperava, mas que Dyegho deu a ela um remédio abortivo durante uma relação sexual sem ela saber. A criança nasceu prematura no fim de março e morreu dias após o nascimento, segundo relato dela à Polícia Civil. Abril de 2022 Dyegho retorna ao trabalho, atuando em atividades administrativas no Centro de Operações Policiais Militares (Copom), pelo 190, nas operações do rádio. Maio de 2022 dia 27: Dyegho registra B.O. em que diz tentar recuperar eletrodomésticos que teria vendido para Franciele. Segundo o B.O., em data anterior, ela "estaria inconformada com o término" e tentou atropelar o policial. dia 28: A PM é acionada durante uma discussão entre os dois por partilha de bens. A equipe policial os orientou a prosseguir com uma ação judicial. Na data, de acordo com a polícia, Franciele agrediu o ex-companheiro. Setembro dia 9: Franciele relata à Polícia Civil que Dyegho ligou para ela e fez ameaças. Depois de desligar o telefone, segundo relatado pela vítima, uma pessoa informou que o suspeito estava em frente à casa dela. A mulher relatou que ligou para a Polícia Militar e alertou que o homem estava "transtornado" e rondando a residência. dia 11: Franciele registra um Boletim de Ocorrência relatando as situações. À polícia, a vítima contou que "como a casa estava alugada em nome dos dois", o suspeito comunicou a saída do imóvel para a imobiliária, para tentar chantageá-la, obrigando Franciele a sair da residência. dia 12: Polícia solicita a prisão de Dyegho e requere uma medida protetiva para a vítima, de acordo com a PC. dia 12: O suspeito passa por uma reavaliação psicológica em que demonstrou "condições de portar" o armamento, segundo a PM. dia 13, às 17h30: Câmeras de segurança flagraram o soldado, que dirigia uma moto, parando o veículo da ex-esposa em uma rua no bairro Rebouças. Na sequência, o homem atira várias vezes. O vídeo mostra ainda a motorista do carro dando marcha à ré para tentar fugir. dia 13, entre 17h35 e 21h30: Suspeito permanece no carro com Franciele. Segundo a polícia, não era possível afirmar o estado da vítima. Ainda segundo a PM, Dyegho não deixava ninguém se aproximar do veículo. dia 13, 21h30: O soldado cometeu suicídio e a PM confirmou a morte de Franciele. O crime Câmeras flagram policial atirando contra carro em Curitiba Câmeras de segurança flagraram o soldado, que dirigia uma moto, parando o veículo da ex-esposa em uma rua do bairro Rebouças. Na sequência, o homem atira várias vezes. O vídeo mostra ainda a motorista do carro dando marcha à ré para tentar fugir. Uma outra câmera registrou o momento em que o carro bate em um outro veículo, que vinha atrás. Segundo a polícia, a motorista estava acompanhada da filha de 11 anos. Uma testemunha, que estava em uma loja próxima de onde o crime aconteceu, disse ao g1 que ouviu vários disparos. Segundo a testemunha, os tiros pararam por alguns segundos e, logo depois, novos disparos foram feitos. "A gente imagina uns 10 tiros no total. Quando o pessoal saiu na porta aqui, já tinha um policial apontando uma arma para ele. O cara estava do outro lado do carro", disse a testemunha. PM matou ex-companheira a tiros, no bairro Rebouças, em Curitiba Reprodução/RPC Promotora de Justiça fala sobre características de casos de feminicídio Leia mais notícias sobre o estado no g1 Paraná.