PF investiga viagens de lobista com Lulinha em apuração sobre fraudes no INSS
Empresária Roberta Luchsinger, alvo da Operação Sem Desconto, é apontada como elo entre o filho do presidente e o chamado “Careca do INSS”; Lulinha não é investigado
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A Polícia Federal apura a relação entre a empresária Roberta Moreira Luchsinger, alvo de buscas na Operação Sem Desconto, e Fábio Luís Lula da Silva, filho mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo a investigação, Lulinha teria realizado seis viagens com a lobista investigada por um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). As informações foram divulgadas pelo Poder360.
De acordo com os dados apurados, uma das viagens ocorreu para Portugal, em junho de 2024, e outras cinco foram realizadas em território nacional entre abril e junho de 2025. Roberta Luchsinger foi alvo de mandado de busca e apreensão na quinta-feira (20) e, por determinação judicial, passou a usar tornozeleira eletrônica, além de ficar proibida de deixar o país.
A investigação aponta que a empresária seria o principal elo entre Lulinha e Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado pela Polícia Federal como um dos principais articuladores dos descontos ilegais em benefícios previdenciários. Um ex-funcionário do empresário afirmou, em depoimento, que Lulinha receberia uma “mesada” de R$ 300 mil. A apuração também identificou uma transferência desse valor da empresa do “Careca do INSS” para a empresa de Roberta Luchsinger.
Mensagens obtidas pela PF indicam que, ao ser questionado sobre o destinatário do pagamento, o empresário respondeu: “O filho do rapaz”. A defesa de Roberta afirmou que há informações “completamente descontextualizadas” no inquérito e que os esclarecimentos serão prestados no momento oportuno.
Lulinha não é formalmente investigado pela Polícia Federal. O filho do presidente reside na Espanha desde julho, mas está em São Paulo há cerca de dez dias, onde passa as festas de fim de ano.
Em nota ao Poder360, o advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo jurídico Prerrogativas e amigo de Lulinha, classificou as menções ao filho do presidente como “fofocas e vilanias” e afirmou que não há intenção de contratação de defesa, já que ele não é alvo da investigação.
Com informações do nd+
