Ponto 14

Pastor Itamar Paim vai assumir vaga deixada por Deltan Dallagnol na Câmara dos Deputados, decide TRE-PR

Por Giuliano Saito


Decisão é desta quarta (17). Registro de candidatura de Dallagnol foi cassado após TSE entender que ele fraudou a lei antes das eleições. Dallagnol disse que recorrerá no STF. Pastor Itamar Paim, 46 anos Reprodução/Redes sociais O pastor Itamar Paim (PL) vai assumir a vaga do ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos) na Câmara dos Deputados em Brasília (DF). A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (17) pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR). Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Deltan Dallagnol, que é ex-procurador da operação Lava Jato no Paraná, teve o registro de candidatura cassado na terça-feira (16), por unanimidade. A decisão resultou na perda imediata do mandado de Dallagnol, que segundo os ministros, agiu para fraudar a lei antes das eleições e não ficar inelegível. Com a decisão do TSE, os votos que Dallagnol recebeu na eleição foram para legenda. Segundo o TRE-PR, após a decisão, uma nova totalização precisou ser realizada. Nesta quarta (17), a assessoria de Deltan confirmou que ele recorrerá da decisão do TSE no Supremo Tribunal Federal (STF). A Câmara dos Deputados disse que ainda não foi notificada da decisão do tribunal. Sobre Paim Esta será a primeira vez que Itamar Paim assumirá o cargo de deputado federal. Ele tem 46 anos de idade. Atualmente, Paim é pastor na 59ª Igreja do Evangelho Quadrangular, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Ele é natural de Paranaguá. Nas eleições de 2022, o então candidato recebeu 47.052 votos. À Justiça Eleitoral, o pastor declarou R$ 300 mil em bens. Leia também: Entenda: Ministro do TSE entendeu que deputado fraudou a lei 'de forma capciosa' Reação: Deltan Dallagnol vai recorrer de cassação no STF, diz assessoria Dallagnol diz que vozes paranaenses foram caladas com 'canetada' Por unanimidade, TSE cassa mandato do deputado federal Deltan Dallagnol Ex-procurador e ex-deputado Deltan Dallagnol FELIPE RAU/ESTADÃO A decisão que cassou Deltan O ministro Benedito Gonçalves entendeu que, antes das eleições de 2022, o deputado cassado "agiu para fraudar a lei, uma vez que praticou, de forma capciosa e deliberada, uma série de atos" para não ficar inelegível. Gonçalves foi o relator de recursos apresentados pela Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) pelo PMN, que questionavam a regularidade do registro de Dallagnol frente à processos disciplinares internos que o ex-procurador respondia no Ministério Público. O voto do ministro foi acompanhado por todo o colegiado. TSE cassa mandato do deputado federal Deltan Dallagnol No voto, o ministro argumentou que Dallagnol fez uma "manobra" para impedir que 15 procedimentos administrativos contra ele se tornassem Processos Administrativos Disciplinares (PAD). Segundo o ministro, em caso de processo administrativo, Dallagnol estaria sujeito a pena de aposentadoria compulsória ou de perda do cargo. Portanto, para Gonçalves, o então procurador "exonerou-se do cargo em 3/11/2021 com propósito de frustrar a incidência da inelegibilidade". O que disse Dallagnol sobre a cassação Após o resultado do julgamento, Dallagnol afirmou que vozes dos eleitores paranaenses foram "caladas". O agora ex-parlamentar, eleito com 344.917 votos, foi o deputado mais votado do Paraná. "344.917 mil vozes paranaenses e de milhões de brasileiros foram caladas nesta noite com uma única canetada, ao arrepio da lei e da Justiça." Dallagnol ainda pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). "Meu sentimento é de indignação com a vingança sem precedentes que está em curso no Brasil contra os agentes da lei que ousaram combater a corrupção. Mas nenhum obstáculo vai me impedir de continuar a lutar pelo meu propósito de vida de servir a Deus e ao povo brasileiro", disse. O Podemos, partido ao qual Dallagnol é filiado e disputou as eleições, disse que não "poupará esforços" para avaliar as medidas que podem ser tomadas na defesa do deputado. "O Brasil e o parlamento nacional perdem com a decisão que o TSE tomou na noite desta terça-feira (16)", declarou a sigla em nota. "O Podemos se solidariza com o parlamentar e não poupará esforços na avaliação de medidas que ainda podem ser tomadas pela defesa de Dallagnol", concluiu. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Paraná.