Parque na Indonésia onde brasileira morreu registra novo acidente com turista
Turista malaio sofre acidente na mesma trilha onde Juliana Marins perdeu a vida; autoridades reforçam alertas de segurança após série de incidentes
Por Gazeta do Paraná

O Parque Nacional Gunung Rinjani, na Indonésia, voltou a ser palco de um acidente envolvendo turistas poucos dias após a morte da brasileira Juliana Marins. Na sexta-feira (27), um visitante malaio identificado como Nazli Bin Awan Mahat sofreu um acidente na trilha que leva ao lago Segara Anak, a mesma rota onde Juliana caiu de um penhasco de 300 metros na semana passada. Socorrido por equipes médicas e levado ao Centro de Saúde de Sembalun, o turista está em estado estável.
A administração do parque emitiu comunicado pedindo cautela redobrada aos visitantes: “Continuem seguindo todas as regras e mantenham o foco em cada etapa”, diz a nota publicada nas redes sociais. Neste sábado (28), a trilha do Monte Rinjani foi reaberta ao público, com reforço nas recomendações de segurança.
A tragédia envolvendo Juliana Marins, brasileira de Niterói, de 26 anos, que fazia um mochilão pela Ásia expôs a falta de infraestrutura e os riscos da rota. Juliana caiu enquanto percorria a trilha rumo ao cume, foi vista por turistas algumas horas depois, mas só foi resgatada após quatro dias de buscas em condições climáticas desfavoráveis. O local é de difícil acesso, com terreno íngreme, neblina intensa e pedras escorregadias.
O laudo da autópsia, divulgado pelo médico legista Ida Bagus Putu Alit, apontou que Juliana morreu em até 20 minutos após sofrer múltiplos traumas causados pelo impacto contra o solo. A família se revoltou ao saber que o laudo foi divulgado à imprensa antes mesmo deles serem informados oficialmente, e reclama de outros episódios de descaso e demora no socorro.
Segundo o parque, o Monte Rinjani soma 8 mortes e cerca de 180 acidentes desde 2020, grande parte envolvendo quedas e torções. A trilha, considerada desafiadora, é alvo de críticas de turistas e geólogos pela falta de sinalização, equipamentos e resposta ágil em emergências.
Mesmo com o histórico de incidentes, a administração do parque decidiu reabrir a trilha e reforçar o apelo por responsabilidade dos visitantes: “O Monte Rinjani não é apenas um destino, mas uma responsabilidade compartilhada”, diz o comunicado.
Entre as causas da morte de Juliana, os médicos descartaram hipotermia e falta de alimentação; o trauma por força contundente após a queda foi a causa principal. O laudo oficial ainda aguarda a conclusão dos exames toxicológicos.
As autoridades locais pedem que, diante da reabertura, turistas redobrem a atenção e respeitem todos os protocolos de segurança para evitar novas tragédias.
