Paraná registra 1º caso suspeito de intoxicação por metanol
Caso suspeito de intoxicação por metanol é investigado no Paraná. Homem de 60 anos está internado em estado grave em Curitiba após relatar ingestão de bebida alcoólica adulterada.
Por Da Redação

A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) notificou o Ministério da Saúde nesta sexta-feira (3) sobre o primeiro caso suspeito de intoxicação por metanol no Estado, após ingestão de bebida alcoólica. O paciente é um homem de 60 anos, morador de Curitiba, que deu entrada em um hospital da Capital na quarta-feira (1º), após sofrer um atropelamento e relatar consumo de bebida alcoólica destilada. Durante a internação, o quadro clínico apresentou agravamento, com sintomas compatíveis com intoxicação por metanol. Atualmente, o paciente permanece inconsciente e em estado grave. A Sesa, em conjunto com a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, acompanha a evolução clínica e aguarda o resultado dos exames laboratoriais para confirmação ou descarte da suspeita.
De acordo com a secretaria, em situações de suspeita de intoxicação, os serviços de saúde públicos ou privados devem notificar imediatamente o Centro de Informação e Assistência Toxicológica do Paraná (CIATox), que oferece orientação sobre a conduta adequada. A orientação das autoridades é que pessoas que tenham ingerido bebidas alcoólicas e apresentem sintomas como alterações visuais, sonolência, falta de coordenação motora ou perda de consciência procurem com urgência uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou hospital, para que sejam realizadas as intervenções necessárias.
O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, comentou sobre a suspeita de ingestão de bebida adulterada com metanol no Paraná e destacou que irá se reunir com o Ministério da Saúde nas próximas horas. "Teremos uma reunião com o Ministério da Saúde. Precisamos saber se eles vão conseguir nos entregar um estoque mínimo de ampolas de etanol farmacêutico para que possamos utilizar naqueles pacientes que venham a precisar deste tratamento”, afirmou.
O Ministério da Saúde confirmou a compra emergencial de antídotos contra intoxicações por metanol, que serão distribuídos a estados e municípios. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, estão previstas 150 mil ampolas de etanol farmacêutico, além da busca de fornecedores internacionais para a aquisição do Fomepizol, medicamento considerado mais eficaz no tratamento dessas ocorrências.
“Determinamos a compra emergencial de 150 mil ampolas de etanol farmacêutico para reforçar estados e municípios no tratamento de vítimas. A Anvisa também acionou produtores e agências internacionais para adquirir Fomepizol, outro antídoto usado em casos de intoxicação”, afirmou o ministro.
Na quinta-feira (2), Padilha também detalhou ações estratégicas durante reunião da sala de situação criada pelo governo federal para monitorar e coordenar iniciativas de enfrentamento. Segundo ele, o Ministério da Saúde estruturou, em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), um estoque estratégico em hospitais universitários federais e unidades do SUS, já contando com 4,3 mil ampolas de etanol farmacêutico disponíveis. Além disso, está em andamento a compra emergencial de mais 150 mil ampolas, quantidade suficiente para cerca de 5 mil tratamentos, garantindo a reposição e a distribuição do produto conforme a demanda de estados e municípios.
Outro esforço está sendo conduzido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que lançou uma chamada pública para identificar fornecedores internacionais de Fomepizol, atualmente indisponível no Brasil. A ação mobiliza as dez maiores agências reguladoras do mundo, que devem indicar em seus países quais empresas têm capacidade de produzir e fornecer o medicamento.
Em paralelo, o governo brasileiro solicitou à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) a doação imediata de 100 tratamentos com Fomepizol e manifestou a intenção de adquirir mais 1 mil unidades por meio da linha de crédito do Fundo Estratégico da entidade, ampliando o estoque nacional. Segundo Padilha, apesar do baixo número de casos confirmados anualmente, a medida é necessária para reforçar a prevenção. “Nos últimos anos, não ultrapassamos 20 casos por ano, mas temos observado um registro maior no estado de São Paulo. Essas são medidas preventivas do Ministério da Saúde”, explicou.
De acordo com o último levantamento da sala de situação, até a tarde de quinta-feira (2), o Brasil havia registrado 48 casos suspeitos de intoxicação por metanol. Desses, 11 foram confirmados por meio de exames laboratoriais realizados pelo Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde (Cievs). O Ministério da Saúde também confirmou uma morte causada por ingestão de bebida adulterada no estado de São Paulo. Outros sete óbitos seguem em investigação, sendo dois em Pernambuco e cinco em São Paulo.
