Ponto 14

Padrasto que confessou morte e estupro de enteada em Londrina é condenado a mais de 40 anos de prisão

Por Giuliano Saito


Sandro de Jesus Machado está preso desde o dia do crime, em 2019. Exames de DNA apontaram indícios de participação de outra pessoa no estupro. Defesa diz que vai respeitar decisão dos jurados. Acusado de estuprar e matar menina de 9 anos é condenado Depois de 12 horas de julgamento, o Tribunal do Júri de Londrina, norte do estado, condenou Sandro de Jesus Machado a 40 anos e 10 meses de prisão. Ele é o padrasto que confessou ter matado e estuprado a enteada, Sara Manuela Silva, que tinha nove anos. O crime foi em junho de 2019. Segundo a Polícia Civil, o corpo da garota foi encontrado em um fundo de vale no Jardim Abussafe, zona leste da cidade, após ela ser dada como desaparecida. O padrasto foi preso no mesmo dia. Em depoimento, ele afirmou que decidiu matar Sara porque ela contaria dos abusos para a mãe. Sandro, que está detido desde 2019, foi sentenciado pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e estupro de vulnerável. Segundo a defesa, ele negou os crimes sexuais durante o julgamento. Foi uma versão diferente dada durante o inquérito policial. Na época, Sandro afirmou que chegou a oferecer R$ 5 pelo silêncio da enteada. "Eu estuprei ela e dei dinheiro para ela não falar, sabe? Só que aí, depois, ela falou que ia falar com a mãe, entendeu?! [inaudível] Aí eu fui e fiz essa loucura de matar", disse à Polícia Civil logo depois de ser preso. Sara Manuela Silva foi encontrada morta em Londrina Reprodução/RPC O advogado de Sandro explicou "que respeitará a decisão dos jurados", e que ainda avalia se vai entrar com recurso ou não da decisão dos jurados. Polícia pode abrir novo inquérito O júri reservou uma surpresa: a possibilidade da Polícia Civil abrir outra investigação do caso Sara. Segundo a delegada Lívia Pini, que estava no Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) na época e participou do julgamento de Sandro, exames periciais feitos em uma camisinha apontaram o DNA de outra pessoa. O material foi localizado pela polícia ao lado do corpo de Sara. "Quando fizemos a investigação, não existia a tese de outros envolvidos. Tínhamos a confissão dele (Sandro) e depoimentos de testemunhas que reforçavam o Sandro como autor do crime. Mas a perícia da camisinha mostrou, no lado interno, o sêmen de uma terceira pessoa. É um indício muito forte, que pode revelar a participação de mais alguém na morte da Sara". A delegada pediu que o Ministério Público encaminhasse a abertura de um novo inquérito pelo Nucria. Leia também VÍDEO: Enfermeira é rendida por assaltantes e tem carro roubado em Maringá Sobre o resultado da perícia, a defesa de Sandro disse que ele "foi categórico ao afirmar desconhecer outro envolvido", mas que "certamente haverá um desdobramento desse caso, que resultará na investigação que encontrará o dono desse perfil de DNA". Mais assistidos do g1 PR Veja mais em g1 Norte e Noroeste.