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Público volta às plateias do Festival de Curitiba ansioso por arte; 'O olho das pessoas está brilhando', diz ator

Por Giuliano Saito


Atrair novos públicos, oferecer atrações para todos e promover o acesso à cultura são objetivos do evento. Edição anterior já foi presencial, mas só este ano programação foi completamente retomada. De volta aos teatros, público está ávido por arte Giuliano Gomes/PR Press Na medida em que a pandemia de Covid-19 foi arrefecendo e a vacinação avançando, a programação cultural - principalmente em locais fechados, como teatros - pôde voltar aos palcos. No mesmo ritmo, o público também pôde voltar oficialmente às plateias. A 31ª edição do Festival de Curitiba marca a volta de uma parte essencial do evento: o Fringe. Só em 2023 as mostras foram retomadas, após três anos de restrições impostas pela crise sanitária. A estimativa desta edição é atrair cerca de 250 mil pessoas até o fim do evento. Na abertura do festival, na noite da última segunda-feira (27), o g1 conversou com várias pessoas da plateia e ouviu delas como estão as expectativas para as atrações deste ano. Confira a programação completa do festival O ator Moisés Costa também está empolgado com o retorno completo do festival este ano: “O olho das pessoas está brilhando, todo mundo está muito feliz com a realização do evento”, comemora. A auxiliar de vendas Juliana Alves de Oliveira, tem 32 anos - quase a idade do festival -, mas confessa que nunca tinha participado do evento. Ela veio acompanhar a filha, Lia Vitória, de 10 anos, que integra o elenco da Trupe da Periferia, uma das companhias da Mostra Curitiba programada no Fringe. Mãe e filha vieram assistir "Hamlet", espetáculo que abre o festival. “Este trabalho é surpreendente, muito diferente. Estamos aqui porque eu quero que a minha filha faça parte disso, que ela veja trabalhos como este de inclusão e de representatividade”, conta Juliana. Hamlet é uma produção peruana cujo elenco é composto exclusivamente por atores e atrizes com Síndrome de Down. 'Hamlet' abriu a 31ª edição do festival Giuliano Gomes/ PR Press A peça também fez Regiane Mendonça ir ao teatro pela primeira vez. Ela é mãe de Maria Gabriela, de 28 anos, que tem Síndrome de Down e foi convidada para trabalhar na recepção do público durante o evento. O convite partiu da associação Reviver Down, que recrutou outros 16 jovens neurodiversos para esta função. “A ideia é desmistificar que pessoas neurodiversas são incapazes, não é verdade. Estou muito orgulhosa por todos eles. [...] Quero aproveitar o festival para assistir várias peças”, diz. Tradição curitibana A empresária Carol Costa veio com uma amiga e considera o evento uma tradição na cidade. Ela relata que já prestigia eventos como o Guritiba e o Gastronomix - o preferido dela. “A comida é muito boa, reúne pratos tradicionais e traz também muita novidade. Não perco nenhuma edição”, afirma. Conheça: Gastronomix abre a cozinha e a panela de chefs renomados ao público do Festival de Curitiba A amiga, Ledinara Batista, é produtora de conteúdo digital e afirma que nem sempre consegue participar. Desde a pandemia ela diz não ter vindo ao festival, mas conta que ainda vai conferir no guia as atrações deste ano. Gabriela Coiradas, artista drag queen, sempre prestigia o festival e o considera uma boa vitrine do que se produz no teatro, tanto local quanto nacional. “É um incentivo para os artistas e para as companhias daqui”, elogia. A produtora cultural Cacá Bordini acaba sempre tendo que trabalhar na época do festival, mas reconheceu o trabalho de seleção dos espetáculos desta edição. “A curadoria está de parabéns, tem muito espetáculo de qualidade na grade, além de incluir muita produção da cidade na programação”, diz. Quem abre as portas ao público Claudinei Borges da Silva e Clovis Klozovski trabalham atualmente na portaria do Teatro Guaíra - o primeiro há 34 anos e o segundo há 28. Eles orientam e assessoram os produtores do evento. “A procura é grande, atrai muita gente, mas a produção é bem organizada, então nunca dá confusão", conta Clovis. Claudinei Borges: há 34 anos abrindo portas do Guairão Giuliano Gomes/PR Press Antes mesmo de pensar em trabalhar no teatro, ele conta que teve uma experiência marcante com o festival, quando viu um espetáculo de rua francês, onde os atores saíam de várias caixas. Para ele, afirmam foi inesquecível. Mesmo trabalhando, dentro do possível, assiste eventualmente aos espetáculos da mostra. “É um prazer trabalhar no teatro”, conta. Claudia Rosa trabalha há 20 anos vendendo pipoca em frente aos teatros da região central. Ela também não consegue ver os espetáculos, mas sempre aproveita o festival para lucrar um pouco mais. “Estou confiante, adoro teatro, pena que eu não consigo aproveitar como plateia”, afirma. Festival aumenta vendas nas regiões dos teatros Giuliano Gomes/PR Press Os vídeos mais assistidos do g1 PR: Mais notícias do estado em g1 Paraná.