Ponto 14

Operação em Paranaguá cumpre mandados de prisão, busca e apreensão contra suspeitos de narcotráfico interestadual e internacional

Por Giuliano Saito


Ação ocorre na manhã desta quinta-feira (4). 500 policiais e 25 auditores da Receita Federal participam da operação, que ocorre simultaneamente em oito estados. Polícia Federal, Receita Federal e Polícia Civil do Paraná deflagra Operação Downfall PCPR A Polícia Federal (PF), Polícia Civil (PC-PR) e Receita Federal cumpriram mandados de prisão preventiva, busca e apreensão na operação Downfall, deflagrada na manhã desta quinta-feira (4) na região do Porto de Paranaguá, no litoral do Paraná, contra uma organização criminosa ligada ao tráfico internacional e interestadual de drogas no país. De acordo com a PF, a região do porto era utilizada para movimentação de droga por um grupo criminoso, que exportava grandes quantidades de cocaína e outros ilícitos por meio de contêineres. No exterior, o destino das drogas eram os portos da Europa, segundo a investigação. Leia mais abaixo. Ainda de acordo com a Polícia Federal, a organização criminosa possuía uma estrutura logística para operacionalizar as ações de narcotráfico interestadual e internacional, com produção de droga no exterior e ingresso e transporte dentro do Brasil, distribuição no país e preparação e envio de cocaína utilizando o modal marítimo. Ao todo, 117 ordens judiciais integraram a operação, sendo 30 mandados de prisão preventiva e 87 de busca e apreensão em endereços, além do Paraná, em outros sete estados: Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Goiás e Espírito Santo. A ação conta com 500 policiais e apoio de 25 auditores da Receita Federal. Até a publicação desta reportagem, a Polícia Federal não tinha informado quantas pessoas tinham sido presas na operação, nem a quantidade de drogas e materiais apreendidos. A polícia disse que, durante a investigação, foram apreendidas 5,2 toneladas de cocaína. De acordo com a PC-PR, também foram decretadas medidas patrimoniais de sequestro de imóveis, bloqueio de bens e valores e aplicações financeiras em um valor estimado em mais de R$ 1 bilhão. *Reportagem em atualização. Estrutura logística para o narcotráfico internacional Polícia Federal, Receita Federal e Polícia Civil do Paraná deflagra Operação Downfall PCPR Segundo a PF, a droga produzida pelo grupo tinha como principal destino os portos da Europa, por isso, o crime acontecia principalmente na região de Paranaguá, onde exportavam grandes quantidades de cocaína. De acordo a PC-PR, o grupo ocultava a droga em cargas lícitas, refrigeradores de contêineres e fazia o uso de mergulhadores para inserir a droga em compartimentos submersos dos navios, entre outros métodos. A investigação indicou, ainda, que o lucro da organização criminosa estava sendo usado para investimentos da estrutura do grupo como compra de aeronave, barcos, empresas, imóveis, armas e munições. Lavagem de dinheiro e investimento no setor imobiliário O crime de lavagem de dinheiro também foi investigado pela operação, como o investimento no setor imobiliário no litoral de Santa Catarina, com aquisição de apartamentos de alto padrão e financiamento de outros empreendimentos. As construtoras e empresas do setor envolvidas no esquema também foram alvos da ação, pois, de acordo com a investigação, elas são suspeitas de realizarem negócios jurídicos fraudulentos ou não declarados. Também constataram na investigação o pagamento de imóveis de luxo com altas quantias de dinheiro em espécie. Investigação Segundo a polícia, a investigação começou para apurar crimes de homicídio na cidade e o aumento de violência relacionado a disputa pelo controle do tráfico de drogas na região. Ainda de acordo com a polícia, um dos criminosos mais procurado do Paraná, seria o responsável por financiar as mortes, fornecendo armas e munições. Ele responde por tráfico de drogas, associação ao tráfico, porte ilegal de arma de fogo e organização criminosa. Ele estava foragido desde 2016 e foi preso em 2021. A polícia também afirmou que o líder da organização atuava no tráfico internacional de drogas. Além disso, a investigação constatou que a organização criminosa teria relação ao atentado com incêndio em dois carros na Delegacia de Polícia de Matinhos, também no litoral do estado, em 2020. Os veículos estavam envolvidos num duplo homicídio ocorrido em Matinhos em abril de 2020.