O que se sabe e o que falta esclarecer sobre morte de jovem atropelada após ser agredida e largada na rua por seguranças no PR
Por Giuliano Saito
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Câmera de segurança registrou o caso na madrugada de domingo (28), em Cascavel. Daiane de Jesus Oliveira tinha 28 anos. Daiane de Jesus Oliveira foi deixada na rua por seguranças antes de ser atropelada e ter o corpo arrastado por carro Divulgação A Polícia Civil investiga a morte de Daiane de Jesus Oliveira, de 28 anos, em Cascavel, no oeste do Paraná. A jovem morreu atropelada após ser agredida por seguranças de uma casa noturna e abandonada no meio da rua por eles. Imagens de câmera de segurança registraram o caso. Assista abaixo. 'Tiraram a vida da nossa filha e a nossa também', desabafou pai da jovem O g1 reuniu os principais pontos do caso. Leia o que se sabe sobre o caso até então: O que aconteceu? Quem é a vítima? Quem são os suspeitos? Como está a investigação? O que diz a casa noturna? O que falta esclarecer? Após briga, mulher é atropelada por carro, arrastada por 70 metros e morre em Cascavel O que aconteceu? As imagens de câmera de segurança, sem áudio, mostram a briga a partir das 4h32 da manhã. Um homem com uma lanterna parece repreender a jovem, na calçada, em frente à casa noturna Moonlight. Às 4h33, ele chuta o que parece ser uma lata de bebida. A jovem reage, vai para cima do homem e os dois começam a brigar na rua. Ela leva pelo menos dois chutes e um empurrão. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Conforme a confusão avança, outras duas pessoas saem de dentro do estabelecimento. Inicialmente, elas não intervém fisicamente na briga e ficam assistindo. Ainda às 4h33, a jovem corre em direção a um objeto na rua. Um outro homem avança e a segura por poucos segundos. Em seguida, o primeiro segurança envolvido volta a empurrá-la e, após isso, ela fica deitada na rua. Minutos antes de ser atropelada, mulher foi agredida em via pública de Cascavel Reprodução No mesmo minuto, uma moto passa pelo local e desvia da jovem deitada no asfalto. Às 4h34, um grupo de cinco pessoas sai de dentro do mesmo estabelecimento e observam, da calçada, a vítima ainda deitada na rua. Poucos segundos depois eles veem um carro se aproximando e fazem sinal com as mãos para alertar que a jovem está no chão. O carro não para, atinge a vítima e a arrasta. O motorista fugiu sem prestar socorro. Quem é a vítima? Daiane de Jesus Oliveira morreu atropelada em Cascavel em frente de casa noturna Arquivo da família Daiane de Jesus Oliveira tinha 28 anos e morava com a mãe em Tupãssi, também no oeste do Paraná. Ela estava em Cascavel a passeio desde a última terça-feira (23). Segundo a família, a jovem tinha problemas psicológicos e aguardava no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a realização de uma perícia para receber pensão por invalidez. Ela não tinha filhos. O corpo de Daiane foi enterrado no início da tarde desta segunda-feira (29) em Tupãssi. Os suspeitos foram identificados? Até a publicação desta reportagem, o nome de nenhum segurança havia sido divulgado. Um deles é um policial penal, mas também sem identidade revelada. Ele foi afastado das funções pelo Departamento Penitenciário do Paraná (Deppen), órgão que também abriu um procedimento administrativo de apuração. Em relação ao motorista do carro, a polícia informou que identificou o veículo, mas não o condutor. Investigação A Polícia Civil abriu uma investigação sobre o caso. O motorista do carro, que fugiu do local, é considerado foragido e pode responder por homicídio, de acordo com o delegado Diego Ribeiro Martins dos Santos. "Se ficar concluído que o condutor poderia evitar o resultado, no caso a morte dela, se comprovarmos que houve negligência, ele pode ser responder por homicídio na condução de veículo automotor." Sobre os seguranças que aparecem nas imagens, o delegado disse que eles "criaram risco à vítima no momento em que deixam ela ao solo". "A polícia quer entender os fatos antecedentes. Só a prova pericial é capaz de estimar a provável velocidade do veículo. Só com as imagens não é possível." Testemunhas ainda não foram ouvidas, mas devem prestar depoimento à corporação sobre o que viram e ouviram no local. O que diz a casa noturna? Em nota, a Moonlight lamentou a morte e disse que afastou os seguranças envolvidos. "A Moonlight está colaborando plenamente com as autoridades competentes, fornecendo todas as informações e recursos necessários para esclarecer os fatos e garantir que a justiça seja feita. Ressaltamos que a atitude desses seguranças não reflete os valores e padrões éticos estabelecidos pela Moonlight. Repudiamos qualquer forma de violência e garantimos que serão tomadas as medidas necessárias para evitar que situações semelhantes ocorram novamente em nosso estabelecimento. Além disso, queremos enfatizar que estamos igualmente preocupados com o bem-estar dos familiares da vítima. Estamos disponíveis para prestar todo o suporte necessário nesse momento difícil, oferecendo apoio emocional e auxílio prático para amenizar o impacto dessa trágica ocorrência. Reiteramos nosso compromisso com a segurança e o respeito aos nossos clientes. A Moonlight está empenhada em promover mudanças efetivas e aprimorar ainda mais nossos protocolos de segurança, garantindo um ambiente acolhedor e seguro para todos. Agradecemos a compreensão da comunidade e reafirmamos nosso compromisso com a transparência e a justiça". O que falta esclarecer? De acordo com o delegado, ainda não foram confirmados o teor da discussão entre a vítima e os seguranças da casa noturna tampouco se o motorista do carro viu a mulher antes do atropelamento. A polícia espera ouvir testemunhas que vão até a rua para saber o que elas viram e ouviram da situação. Também será apurado se Daiane estava desacordada ou na rua antes de ser atingida pelo carro. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 PR Veja mais notícias da região em g1 Oeste e Sudoeste.
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