Ponto 14

Número de medidas protetivas cresce 30,7% de janeiro a agosto, no Paraná

Por Giuliano Saito


Defensoria Pública atribui aumento à alta de casos de violência e de notificações à justiça. Saiba como pedir uma medida protetiva. Casos de feminicídio e violência doméstica contra mulheres estão aumentando Unsplash/Claudia Soraya O número de medidas protetivas de urgência concedidas no Paraná aumentou 30,7% de janeiro a agosto, na comparação com o mesmo período de 2021. Os dados são do Tribunal de Justiça do estado. O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) explica que a medida protetiva é um dos instrumentos usados para prevenir e coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Violência contra a mulher: saiba como pedir medida protetiva de urgência e acessar botão do pânico Paraná registra mais de 28 mil casos de violência doméstica no 1º semestre de 2022 Confira abaixo o número de medidas protetivas de urgência no Paraná concedidas de janeiro a agosto dos últimos quatro anos: Segundo a Defensoria Pública do Paraná, em 2020 caiu por conta da pandemia. Entretanto, a alta nos anos seguintes é marcada pelo aumento dos casos de violência e ameaça. "A nossa percepção é que houve tanto um aumento nos casos de registro de violência doméstica - o que indica tanto um aumento real -, quanto um aumento de notificação, a partir de uma procura das mulheres por ajuda, quanto uma percepção do Poder Judiciário da necessidade de conferir essa proteção às mulheres a partir da concessão das medidas protetivas de urgência", explicou a defensora pública Mariana Martins Nunes. Pela lei, a medida protetiva de urgência deve ser concedida pela Justiça em até 48 horas após o pedido da vítima. De acordo com a Lei Maria da Penha, as medidas protetivas podem: suspender ou restringir posse ou porte de armas do agressor; afastar o agressor da casa; proibir o agressor de se aproximar da vítima; proibir que o agressor entre em contato, ligue ou mande mensagem para a vítima e seus familiares; proibir que o agressor frequente determinados lugares; restringir ou suspender visitas aos filhos; fornecer alimentação à vítima ou dependentes. 'É difícil criar coragem' Após o companheiro não a deixar entrar em casa e ver os filhos, uma mulher, que preferiu não ser identificada, foi até a Casa da Mulher Brasileira, em Curitiba, e pediu uma medida protetiva. "É difícil às vezes a gente ver que aquela relação não era amor, não era carinho, não era cuidado. Era possessiva, tóxica, controladora. É difícil a gente criar coragem para tomar essa atitude, porque você tem vergonha da sociedade, vergonha de expor seus filhos", relatou. CICLO DA VIOLÊNCIA: saiba como identificar Veja canais de denúncia disponíveis no Paraná para denunciar violência contra a mulher De acordo com a defensora pública Mariana Bazzo, a violência de gênero ocorre em um ciclo, que pode começar com sinais silenciosos, mas terminar em feminicídio. "A violência doméstica começa de forma silenciosa, lenta, e ela vai progredindo em intensidade e gravidade. Então é importante que nos primeiros sinais de violência a mulher já procure por ajuda", orienta Bazzo. 'Denunciar é importante', alerta chefe do departamento de proteção à mulher. Divulgação/Sejuf VÍDEOS: mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias do estado no g1 Paraná.