Novo juiz da Lava Jato revoga ordem de prisão preventiva de advogado Tacla Duran, acusado de lavagem de dinheiro para a Odebrecht
Por Giuliano Saito
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Com decisão, de quinta-feira (16), Tacla pode retornar ao Brasil sem ser preso; ele está na Espanha. Advogado admitiu às autoridades espanholas lavagem de dinheiro para a empreiteira. Rodrigo Tacla Duran Jornal Nacional O novo juiz da Lava Jato Eduardo Appio revogou a ordem prisão preventiva do advogado Rodrigo Tacla Duran, acusado na operação de lavagem de dinheiro para a Odebrecht. A decisão foi publicada na tarde de quinta-feira (16) e atende a um pedido da defesa de Tacla. A medida derruba uma ordem judicial de prisão expedida contra o advogado pelo ex-juiz Sergio Moro. Tacla foi advogado da empreiteira Odebrecht e, conforme a investigação, admitiu ter emprestado contas de empresas dele no exterior para a movimentação de recursos que a companhia matinha em paraísos fiscais do Caribe. A decisão considera também entendimento do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu na segunda-feira (13) cinco processos da Operação Lava Jato abertos a partir de provas apresentadas por delatores da Odebrecht. Dos cinco, dois são referentes a Tacla Duran. Conforme documento, o juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba frisou que prisão cautelar "é medida excepcional no ordenamento brasileiro". "O cidadão Tacla Duran, como qualquer outra pessoa, merece e tem o direito constitucional de receber do Estado brasileiro uma jurisdição serena, apolítica e republicana", cita trecho. A reportagem tenta contato com o advogado, que está na Espanha. Ele não está preso no país depois de conquistar liberdade provisória junto à Justiça espanhola, que também negou extraditá-lo. Entenda abaixo. Tacla tem dupla nacionalidade. Caso retornasse ao Brasil com pedido de prisão preventiva, ele seria preso no país. Medidas de controle Ainda conforme decisão de Appio, Tacla precisa prestar contas das próprias atividades à 13ª Vara Federal a cada dois meses, além de não se ausentar do Brasil sem comunicação prévia ao juízo. Ele também deve "envidar todos os esforços" para repatriação de valores eventualmente depositados em contas no exterior. Extradição Tacla chegou a ser preso em 2016, em Madri, quando foi alvo de uma das fases da operação Lava Jato. À época, ele recorreu à Justiça do país europeu para permanecer na Espanha uma vez que tem dupla nacionalidade. Ele passou três meses preso e conseguiu liberdade provisória. A Justiça brasileira chegou a pedir a extradição dele, que foi aceita inicialmente mas depois revogada uma vez que o Brasil não concordou em, em troca, extraditar presos espanhóis para o país. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 PR Veja mais notícias do estado em g1 Paraná.
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