Não é teatro: instalação performática no Festival de Curitiba convida para experiência de festa
Por Giuliano Saito
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Estar juntos para compartilhar histórias, experiências e tempo é a proposta de ‘Eu Tenho uma História que se Parece com a Minha’. A atriz Tetembua Dandara comanda o ‘Eu Tenho uma História que se Parece com a Minha’ Divulgação Estão todos convidados, inclusive as crianças, vai ter comida, bebida; pode chegar, abrir a geladeira, trocar a música, como se estivesse em casa. O convite é da atriz Tetembua Dandara que está no Festival de Curitiba com "Eu Tenho uma História que se Parece com a Minha". A apresentação ocorre nesta quinta-feira (6) e sexta-feira (7) na Casa Hoffmann. Os ingressos estão esgotados. “É mais sobre compartilhar o tempo juntos do que assistir algo”, avisa a atriz e performer. Cada apresentação é única. A narrativa vai sendo construída por quem está presente. O espaço foi arquitetado como se fosse uma casa: com cozinha, sala, quarto e quintal, que tem até piscina de bolinha, oferece aconchego e familiaridade para o público, remetendo aos anos de 1990. A ativação do trabalho se dá a partir do encontro entre a artista e sua avó, Dirce Poli, de 95 anos, e também da mãe, Neuza Poli, e da irmã, Mafoane Odara, presentes em cena. Confira reportagens especiais sobre a 31ª edição do Festival de Curitiba. Apresentação tem uma parte construída junto com o público presente Divulgação Como surgiu a ideia O projeto nasceu a partir da elaboração de um livro fotográfico realizado pela artista dentro de uma pesquisa para a pós-graduação onde ela explorava o tema da representação negra nas artes. Filha de militantes e fundadores do Movimento Negro Unificado, Tetembua atua na cena teatral paulista contemporânea. Ela conta que a ideia com este trabalho é celebrar a vida das mulheres da própria família e ao mesmo tempo investigar novas possibilidades de expressão artística, pensando a cena não como teatro, mas como artes visuais, como espaço de música e também de dança. Segundo ela, não saber o que vai acontecer é parte da proposta. Leia também: Veja a programação completa do Fringe FOTOS: Confira imagens das peças, dos artistas e do público Festival se consolida como vitrine de novos talentos e estreia mostra de alunos do CEP Cia dos Palhaços alcança maioridade e é atração do Fringe; 'Será uma grande festa' Peça-protesto: artistas da periferia sobem aos palcos do Festival de Curitiba; veja programação Seu interesse é abrir espaço para falar sobre delicadezas, envelhecimento, negritude além dos estereótipos, saberes. Dando voz sobretudo para o feminino com a oportunidade de escolha do que se quer dizer. “Não tenho a menor ideia do que vai acontecer, todas as experiências que tivemos foram diferentes uma da outra. É sempre uma grande surpresa. Espero apenas que possa ser gostoso para todos e que as pessoas possam desfrutar deste encontro”, diz. “Eu sei o que vai acontecer nos primeiros 10 minutos e nos últimos 15, entre este intervalo fica por conta do público”. A duração é para ser o de uma festa curta, cerca de 1 hora e 40 minutos, mas ela sabe que pode ser difícil ter que acabar. A performer que cozinha durante o trabalho também avisa que, como em qualquer festa de família, se sobrar comida dá para levar uma marmitinha para casa. Os vídeos mais assistidos do g1 PR: Mais notícias do estado em g1 Paraná.
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