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Museu Oscar Niemeyer completa 20 anos; veja curiosidades

Por Giuliano Saito


MON tem 35 mil metros quadrados e é considerado o maior museu da América Latina. Especialista destaca como 'pessoas se apropriaram dos espaços' do museu, que virou ponto de encontro. Museu Oscar Niemeyer completa 20 anos nesta terça-feira (22) Mariah Colombo/g1 O Museu Oscar Niemeyer (MON) completa 20 anos nesta terça-feira (20) e comemora o aniversário com entrada gratuita aos visitantes. O público pode conferir as exposições das 10h até as 18h. A seguir, o g1 reúne uma série de curiosidades sobre o espaço. Confira: Abertura Quando abriu as portas, em 22 de novembro de 2002, seis exposições estavam disponíveis para os visitantes. Segundo o MON, eram elas: A trajetória de Niemeyer - beleza, humanismo e liberdade (Oscar Niemeyer, fotos, projetos) Curitiba, inovação e solidariedade (Curitiba, urbanismo, plantas) Matéria Prima (objetos, esculturas) Panorama da arte paranaense - Acervo do Estado do Paraná (pinturas) Uma história do sentar (cadeiras, design) Personagens e Paisagens Mexicanas - Coleção Pascual Gutiérrez Roldán (pinturas) Estrutura apelidada de 'olho' foi construída anos após o restante do museu Divulgação/Nani Góis Visitantes e exposições De 2003 ao fim de 2021, o MON calcula ter recebido 3.978.755 visitantes, em 388 exposições. Um dos recordes de visitantes foi registrado em março deste ano, quando 4.288 pessoas visitaram o museu em um mesmo dia. Uma das mostras mais visitadas foi "OSGEMEOS: Segredos". De acordo com o museu, a exposição foi vista por 160 mil pessoas. Uma das exposições mais visitadas no MON foi "OSGEMEOS: Segredos" Imagem cedida/André Kasczeszen Acervo De acordo com o museu, o acervo da instituição quintuplicou nos últimos anos, passado de 3 mil a cerca de 14 mil obras. Segundo o MON, o aumento representa um "amadurecimento como instituição museológica". O g1 perguntou ao MON se alguma delas é considerada a mais importante ou valiosa. Porém, segundo a instituição, assim como outros museus, o MON não elenca as obras por valor financeiro, mas pela relevância artística. Acervo do Museu Oscar Niemeyer Marcio Pimenta Estrutura O MON é considerado o maior museu da América Latina, com 35 mil metros quadrados, sendo 17 mil dedicados a áreas expositivas. Veja mais curiosidades sobre a arquitetura do museu a seguir. Além disso, 1.700 metros quadrados são destinados a áreas técnicas, sendo cerca de 2 mil para o armazenamento das obras com controle de temperatura e umidade. Cerca de 1.700 metros quadrados são destinados a áreas técnicas no MON, sendo cerca de 2 mil para o armazenamento das obras com controle de temperatura e umidade. Marcello Kawase Para a preservação adequada das obras é importante que o espaço seja climatizado. Conforme o MON, durante 24 horas a reserva técnica deve ter uma temperatura de 21ºC, com variação de até 2ºC. Arquitetura A parte do museu conhecida como "Olho" chama a atenção dos que passam pela Rua Marechal Hermes, no Centro Cívico da capital paranaense. Porém, a estrutura foi construída depois do prédio que abriga a maior parte das exposições. Primeiro, em 1967, Oscar Niemeyer projetou o prédio branco, com um vão livre. O objetivo era que ali funcionasse o Instituto de Educação do Paraná, o que acabou não acontecendo. Arquitetura do MON representa fases diferentes da produção de Niemeyer Mariah Colombo/g1 Em 1978, o edifício foi inaugurado e funcionava como Secretaria do Estado. Anos depois, em 2002, foi inaugurado o "Olho", também projetado pelo arquiteto. Os dois edifícios seguem um modelo de arquitetura modernista. Porém, o professor Marco Dudeque, do departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), explica que as duas estruturas representam diferentes fases da obra de Niemeyer. "Quando Niemeyer projetou o edifício anexo, apelidado de olho, já haviam se passado três décadas, e a obra de Niemeyer já havia entrado em uma fase mais escultórica e monumental, marcada por formas singulares, grande ousadia estrutural e forte apelo simbólico", explica. Criador e criação: obras de Niemeyer são reconhecidas por criar espaços de convivência ao público Divulgação/Nani Góis O estímulo da convivência e a troca de ideias entre as pessoas, característica da arquitetura modernista, está presente na construção do espaço, segundo o professor. Prova disso é como o vão livre do museu virou ponto de encontro. "Uma das principais qualidades da obra de Niemeyer é a de proporcionar espaços de convívio generosos em seus edifícios. O MON conseguiu este mérito também, garantido pelos enormes vãos livres. As pessoas realmente se apropriaram dos espaços embaixo dos vãos livres. O grande gramado aos fundos, onde as pessoas levam seus cães, o "parcão", também funciona como espaço livre de convívio e cria um contraponto leve em relação ao peso visual do volume da barra horizontal do museu." "Parcão", ao lado do MON, foi apropriado pelo público, diz professor Mariah Colombo/g1 Nos bastidores do museu Para manter o museu funcionando, o MON conta com pelo menos 15 áreas, entre comunicação, bilheteria, infraestrutura, jurídico, além da direção e conselhos. Segundo a instituição, um dos funcionários mais antigos do espaço é o Humberto Imbrunísio, que trabalha no Setor de Acervo e Conservação do MON. Humberto, um dos funcionários mais antigos do Museu Oscar Niemeyer, no acervo Marcio Pimenta Doações de obras e pluralidade no acervo Atualmente, além das áreas de artes visuais, arquitetura e design, o MON se dedica à formação de um acervo de arte africana contemporânea, latino-americana e asiática. A coleção de obras de arte asiática foi doada pelo diplomata Fausto Godoy, e é composta por 3 mil itens. Em 2021, o Museu recebeu uma doação da Coleção Ivani e Jorge Yunes (CIJY) de cerca de 1.700 obras de uma coleção de objetos de arte africana do século XX. Exposição com obras asiáticas chamada de "Ásia: a terra, os homens, os deuses" Sérgio Guerini Em março de 2022 o MON recebeu a maior doação desde a inauguração: aproximadamente 4,5 mil obras assinadas pelo artista paranaense Poty Lazzarotto. A doação foi feita por João Lazzarotto, irmão do artista, e conta com mais de 3 mil desenhos e 366 gravuras, além de tapeçarias, entalhes, serigrafias e esculturas, entre outros. Veja também: Obras de Poty Lazzarotto ajudam a contar história de Curitiba e do Paraná Conforme o Museu, a escolha para receber tais doações não acontece por acaso, mas porque o espaço apresenta patamares elevados de qualidade dos processos de guarda e conservação. Museu Oscar Niemeyer completa 20 anos na semana que vem Artistas paranaenses De acordo com o MON, mais de 70 artistas paranaenses ou erradicados no Paraná tiveram obras expostas no museu desde 2003. Confira: Um olhar sobre a arte paranaense - 2003 Chromiec - 2003 Miguel Bakun - 2003 Franco Giglio - A poesia da imagem - 2004 Theodoro De Bona em Veneza - 2004 Francisco Faria - 2005 Eliane Prolik - 2005 Paraná de madeira - Nego Miranda - 2005 Helena Wong - a trajetória de uma paixão - 2005 Estanislau Traple - 2006 Expedição ao Paraná - Orlando Azevedo - 2006 Guido Viaro - 2006 Luiz Carlos Brugnera - 2006 Luiz Carlos de Andrade Lima - 2007 Correspondências - Sônia Gutierrez - 2007 In Natura - Elizabeth Titton - 2007 Garfunkel - um francês no Paraná - 2009 Gravuras Poty Lazzarotto - 2009 Miguel Bakun - na beira do mundo - 2010 Séries do Porto - Paranaguá - 2010 Marinhas - Arqueologia da morte - Orlando Azevedo - 2010 O estado da arte - 2010 Alfredo Andersen - na Noruega para o Brasil - 2010 Silêncio e Solidão na pintura de Leonor Botteri - 2010 Frederico Virmond - 2010 MAP - início do acervo MON - 2011 Erbo Stenzel - 2011 Poty de todos nós - 2012 Dorothea Wiedemann - aqui ou em qualquer lugar - 2012 Em casa com Chromiec - 2012 Múltiplo Leminski - 2012 Museu em Construção - Nani Góis - 2012 PR-BR - Produção da imagem simbólica do Paraná na cultura visual brasileira - 2012 Curitiba central - Vilma Slomp - 2013 Violeta Franco - 2013 As expressões de Freyesleben - 2013 45 - Manoel Coelho - 2013 Ida Hannemann de Campos - entre o pincel e a pena - 2013 João Osorio Brzezinski - salvando as aparências - 2013 Jayme Bernanrdo - designer - 2013 João Turin - 2014 Histórias do acervo MON - 2014 Reflexos - Mariana Canet - 2014 Eliane Prolik - da matéria do mundo - 2014 Poty - poeta do traço - 2014 Isolde Hötte - sua arte - 2014 Jaime Lerner- das vozes da cidade - 2014 Vilanova Artigas - nos pormenores um universo - 2015 Gluk - o tempo e a imagem - 2014 Jefferson Cesar - um Dom Quixote na arte do Paraná - 2016 Memórias das ruas - retratos dos personagens de Curitiba - 2016 Valdir Cruz - Imago - o olhar do sabiá - 2016 Kirchgassner - 2017 Tony Camargo - 2018 Decantação e Desastres - Carina Weidle e Lígia Borba - 2018 Uiara Bartira - 2018 Juliane Fuganti - 2018 Antonio Arney - 2018 Didonet Thomaz - 2018 Oferenda - Guita Soifer - 2019 Marcelo Conrado - 2019 Geraldo Leão - 2019 Dico Kremer - 2020 Fernando Velloso - 2020 Schwanke - 2021 Concurso como prática - a presença da arquitetura paranaense (2021 Afinidades - 2021 O labirinto de luz - Orlando Azevedo - 2021 André Mendes - 2022 Mazé Mendes - 2022 Poty, entre dois mundos - 2022 VÍDEOS: mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Paraná.