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Museu do Holocausto afirma ser desonesto comparar ginásio onde golpistas foram detidos com campos de concentração nazistas

Por Giuliano Saito


Administração do museu destacou que nazistas imputavam a perda de direitos aos prisioneiros de campos de concentração, enquanto o que ocorre no ginásio é a 'manutenção do direito a ter direitos'. Bolsonaristas retirados de acampamento do QG do Exército, em Brasília, foram levados para ginásio da PF Reprodução O Museu do Holocausto de Curitiba avaliou como desrespeitosa e desonesta "ética e historicamente" as comparações entre o ginásio da Academia Nacional da Polícia Federal, onde golpistas bolsonaristas foram detidos, com campos de concentração nazistas utilizados para o extermínio da população judaica. As comparações, junto a uma série de outras informações falsas sobre as detenções de suspeitos, foram espalhadas em redes sociais bolsonaristas depois de prisões de participantes dos ataques terroristas nas sedes dos Três Poderes em Brasília, no domingo (8). Leia mais abaixo. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Segundo a administração do museu, os nazistas imputavam a perda de direitos aos prisioneiros de campos de concentração, situação diferente do ginásio onde o ocorre o que a instituição chamou de "manutenção do direito a ter direitos". O museu também destacou que os campos de concentração nazistas foram criados a partir de um estado de exceção e regidos por ideias de superioridade racial que se materializavam em prisões, trabalhos forçados e assassinatos de pessoas que não haviam cometido qualquer crime. "Na democracia brasileira, os detidos por se manifestarem a favor de um golpe contra o Estado democrático de direito têm garantidos o direito à ampla defesa, comunicação, alimentação e tudo o que o sistema garante, até mesmo a quem viola suas regras mais fundamentais", disse o museu, em nota. A administração do museu também destacou que é necessário respeitar as vítimas dos campos de concentração nazistas, o que "requer conhecimento básico do que é um sistema democrático, seus direitos e deveres, além de suas consequentes responsabilidades". "É necessário cuidar para que essas comparações não sejam rasas ou incoerentes, levando a uma vulgarização do genocídio". Initial plugin text Leia também: Brasília: MPF desmente versão bolsonarista de que presos em ato golpista foram maltratados Maringá: MP investiga conselheiro tutelar por participação em atos terroristas Ponta Grossa: Funcionário da prefeitura que participou de atos terroristas Lista: Veja quem são os donos de veículos do Paraná com ordem de apreensão em Brasília Bolsonaristas: Veja quem são os presos após invasão Fake news Entre as fake news publicadas após as detenções, está o caso da uma mulher idosa que teria morrido na prisão. Outra mentira espalhada foi a que crianças estariam sem água e sem comida. Presos Na quarta-feira (11), a lista de pessoas presas nos ataques terroristas ocorridos na Praça dos Três Poderes chegou a 736 nomes no fim da manhã. A relação foi divulgada pela Secretaria de Administração Penitenciária do DF (SEAP), após decisão da Justiça. Para os que ficaram detidos no ginásio da PF, a corporação informou que eles recebem "alimentação regular e atendimento médico, quando necessário", inclusive com atendimento psicológico. Segundo a Seape, até a manhã desta quarta, pelo menos 1.028 detidos ingressaram no sistema prisional do Distrito Federal. O ataque terrorista Atos terroristas contra Congresso, Planalto e STF REUTERS/Adriano Machado Bolsonaristas radicais invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, neste domingo (8). Os participantes de atos antidemocráticos estavam com pedaços de paus e pedras. Policiais militares tentaram conter os bolsonaristas com uso de spray de pimenta, no entanto, eles invadiram a área de contenção que cercava o Congresso Nacional. Vidraças da sede do Congresso foram quebradas. Os bolsonaristas radicais também alcançaram a Câmara dos Deputados e o Palácio do Planalto, onde depredaram os espaços, além do STF. Vídeos mais assistidos do g1 PR: Veja mais notícias do estado em g1 Paraná.