GCAST

Multas bilionárias na Europa acendem alerta em bancos brasileiros após sanção a Moraes

Casos como o do BNP Paribas e do ING Bank mostram que descumprir sanções internacionais pode gerar consequências severas, mesmo fora dos EUA

Por Gazeta do Paraná

Multas bilionárias na Europa acendem alerta em bancos brasileiros após sanção a Moraes Créditos: Freepik

 

Instituições financeiras europeias já enfrentaram punições bilionárias e ações regulatórias por descumprirem sanções internacionais — um histórico que agora serve de alerta para bancos brasileiros, diante da recente sanção norte-americana imposta ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sob a chamada Lei Magnitsky.

Em 2014, o banco francês BNP Paribas foi multado em US$ 8,9 bilhões por violar sanções dos Estados Unidos ao intermediar transações com países como Irã, Cuba e Sudão. Além da penalidade financeira, a instituição teve suas operações em dólar suspensas temporariamente e foi obrigada a implementar um programa de monitoramento externo. O episódio foi citado como exemplo pela própria OFAC (Office of Foreign Assets Control), órgão responsável por administrar sanções econômicas dos EUA, demonstrando que as consequências podem extrapolar fronteiras.

Outro caso emblemático foi o do ING Bank, da Holanda. Em 2018, a instituição desembolsou cerca de US$ 900 milhões para encerrar investigações envolvendo falhas na prevenção à lavagem de dinheiro e facilitação de pagamentos relacionados a clientes sancionados. Embora não tenha sido punido diretamente por descumprimento da Lei Magnitsky, o episódio seguiu a mesma lógica: responsabilização de bancos que ignoram restrições internacionais.

Com o endurecimento das sanções impostas à Rússia em 2022, bancos suíços e britânicos também passaram a bloquear contas de oligarcas ligados ao Kremlin, buscando evitar sanções secundárias por parte dos EUA e do Reino Unido.

Diante desse cenário, instituições financeiras brasileiras monitoram com atenção os desdobramentos da medida contra Alexandre de Moraes. A principal preocupação gira em torno de possíveis implicações operacionais e reputacionais, sobretudo em transações que envolvam o sistema financeiro internacional e operações em dólar. Para analistas, o recado é claro: ignorar listas de sanções pode custar caro — mesmo a milhares de quilômetros de Washington.

 
Acesse nosso canal no WhatsApp