Ponto 14

MPF do Paraná quer anulação de depoimento de Tacla contra Moro e Dallagnol e sigilo no processo

Por Giuliano Saito


Segundo procurador, ação penal em que audiência está inserida foi suspensa por ministro do STF e não deve ter efeito; despacho também cita omissão do juiz federal Eduardo Appio sobre pedido de sigilo. O que disse Tacla Duran sobre Moro e Deltan O Ministério Público Federal (MPF) do Paraná pediu a anulação do depoimento do advogado Tacla Duran que citou o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil) e também o ex-procurador e atual deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos). Na segunda-feira (27), o réu por lavagem de dinheiro para a Odebrecht acusou os congressistas em supostos casos de extorsão e perseguição. A fala foi feita durante depoimento ao novo juiz da Lava Jato, Eduardo Appio. Veja abaixo. Juiz pede reforço em segurança contra ameaças após depoimento de Tacla Duran com acusações a Moro e Deltan No documento do MPF, o procurador Walter José Mathias Junior afirma que a ação penal envolvendo Tacla está suspensa após uma decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele define como contraditória a determinação de Appio para ouvir o réu. Ainda conforme despacho, o advogado deturpou o conteúdo da audiência, que deveria ser para ajuste de medidas cautelas no lugar da prisão preventiva revogada, e fez acusações. Por isso, o procurador solicita que os atos sejam anulados. MPF do Paraná quer anulação de depoimento de Tacla contra Moro e Dallagnol e sigilo no processo Reprodução Entenda: Novo juiz da Lava Jato revoga ordem de prisão preventiva de advogado Tacla Duran Após ter ordem de prisão preventiva revogada na Lava Jato, Tacla Duran é intimado para depor Tacla Duran faz acusações a Moro e Deltan, e caso vai ao STF O que disse Tacla Duran sobre Moro e Deltan Juiz da Lava Jato pede que PF investigue de forma 'urgente' possível extorsão Moro quer que acusação de extorsão de Tacla não vá ao STF Quem é Tacla Duran, ex-advogado de empreiteiras alvo da Lava Jato Omissão e pedido de sigilo Ainda no despacho, o MPF afirma que o juiz Eduardo Appio foi omisso ao não apreciar um pedido de sigilo no processo feito pelo órgão ao fim da audiência. "Verifica-se omissão ao não se apreciar o pedido de sigilo em audiência, tampouco em momento imediatamente posterior, mesmo diante do teor das declarações da defesa", cita trecho. Conforme Appio, o pedido será analisado em gabinete. Não há data prevista. O procurador ainda pede que seja revisto o encaminhamento de Tacla para o programa federal de testemunhas protegidas. Ele frisa que o advogado é réu no processo, e não testemunha. Acusações contra Moro e Dellagnol Sobre Deltan, ex-procurador na força-tarefa da operação, o advogado afirmou ser "perseguido na Espanha e em outros países" por ele. Em relação a Moro, Tacla Duran disse que foi vítima de tentativa de extorsão durante o processo por pessoas ligadas ao ex-juiz. Os dois rebateram a denúncia. O senador disse que "não teme qualquer investigação" e afirmou que Tacla Duran fez "falsas acusações". O deputado afirmou, pelo Twitter, que o caso "é uma história falsa". Com o depoimento, Appio determinou que o acompanhamento do processo fosse para o Supremo Tribunal Federal (STF) por se tratarem de um senador e um deputado federal. Na audiência, ele destacou que o objetivo era ouvir Tacla Duran sobre a revogação da ordem de prisão preventiva que pesava contra ele no Brasil, e não sobre acusações contra Moro e Deltan. Por isso, o juiz não se aprofundou nenhuma questão levantada pelo advogado sobre os parlamentares. Na noite de terça-feira, a defesa de Moro recorreu à Justiça e pediu que o caso não seja encaminhado ao Supremo. Ele também solicitou que Appio não tome mais decisões em processos envolvendo a Lava Jato até que um pedido de suspeição feito pelo Ministério Público Federal (MPF) seja avaliado. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 PR Veja mais notícias do estado em g1 Paraná.