Ponto 14

MP-PR denuncia médico de Londrina por violência obstétrica em parto de adolescente na rede municipal

Por Giuliano Saito


Segundo MP, médico realizou procedimento de episiotomia sem autorização da paciente, além de humilhá-la durante o parto. Prefeitura afirmou que médico foi afastado das funções. Ministério Público do Paraná (MP-PR) Reprodução/RPC O Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou por violência obstétrica um médico que atuava na rede municipal de Londrina, no norte do estado. A vítima, de acordo com o órgão, foi uma adolescente de 16 anos, agredida durante o próprio trabalho de parto, em 2019. O processo tramita sob sigilo. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Na denúncia, o MP-PR sustenta que durante o parto o servidor realizou, sem o consentimento da parturiente, um procedimento de episiotomia – que é a incisão na região do períneo, feita quando há necessidade de facilitar a passagem do bebê. Ainda conforme a denúncia, o médico chegou a ser contestado por uma enfermeira sobre o procedimento, mas respondeu “quem manda aqui sou eu”. O MP destacou na ação que a adolescente “suplicou” para não ter o corte. Em nota a prefeitura afirmou apenas que o médico "foi exonerado da Prefeitura a pedido em 03.08.2020". Violência obstétrica: o que é, como identificar e como denunciar Desrespeito e humilhação A Promotoria de Justiça responsável pelo caso apontou, ainda, que o médico não aguardou a expulsão espontânea da placenta, chamada de processo de dequitação, o que levou a diversas complicações posteriores. Além disso, a denúncia alega que durante o procedimento de parto, o médico constrangeu e humilhou a adolescente. “No contexto de violência obstétrica, com vontade e consciência, causou danos emocionais à vítima […], prejudicando-a e perturbando-a em seu pleno desenvolvimento [...], mediante constrangimento, humilhação, manipulação, ridicularização, causando prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação, tudo prevalecendo-se da relação de poder entre médico e paciente.”, disse o MP. LEIA TAMBÉM: Prefeito de 65 anos de Araucária, no Paraná, casa com adolescente um dia após ela fazer 16 anos e nomeia sogra secretária de Cultura Duas mulheres morrem em batida frontal entre carro e caminhonete na PR-487 em Campo Mourão Polonês enterrado há 100 anos no Parque Nacional do Iguaçu escreveu 1ª obra científica sobre aves do PR Falsidade ideológica O MP-PR também acusou o médico de falsidade ideológica, por ter inserido nos documentos relacionados ao prontuário clínico da paciente informações falsas. Entre as atividades ilícitas, de acordo com o órgão, ele relatou não ter feito a episiotomia e ter aguardado a dequitação da placenta. Além da condenação pela violência obstétrica, a Promotoria de Justiça requer que o denunciado seja condenado a indenizar a jovem em R$ 50 mil por danos morais e materiais causados durante o parto. Vídeos mais assistidos do g1 PR: Veja mais notícias da região em g1 Norte e Noroeste.