MP investiga conselheiro tutelar de Maringá por participação em atos antidemocráticos em Brasília
Por Giuliano Saito
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MP-PR também pediu afastamento liminar do suspeito. Em inquérito, promotor diz que a conduta do conselheiro é apurada por 'possível prática do crime de golpe de estado'. g1 procura a defesa do suspeito. Procedimento do MP-PR investiga o conselheiro tutelar Jesiel Carrara Redes sociais O Ministério Público (MP-PR) de Maringá, no norte do estado, está investigando o conselheiro tutelar Jesiel Carrara pela participação nos atos golpistas que terminaram com a depredação dos prédios do Palácio do Planalto, Supremo Tribunal Federal (STF) e Congresso Nacional em Brasília (DF). Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Ele é alvo de um inquérito civil, aberto na segunda-feira (9), que também pede o afastamento temporário do suspeito das funções. Em vídeo divulgado pelo próprio conselheiro em uma rede social, Carrara aparece junto a outros manifestantes na capital federal. Ele deletou o vídeo horas depois. A investigação é de responsabilidade do promotor Ricardo Malek Fredegoto. O g1 obteve a portaria de instauração do procedimento. A reportagem procura a defesa de Carrara para comentar o caso. No documento, o promotor Fredegoto disse que a conduta do conselheiro está sendo apurada por "possível prática do crime de golpe de estado". O promotor solicita que a Prefeitura de Maringá investigue o profissional em um processo disciplinar. O promotor também deu 48 horas para a prefeitura informar quais medidas serão tomadas. Em nota, a administração municipal disse que que recebeu a notificação do Ministério Público e que as medidas administrativas internas estão sendo tomadas, mas não informou quais. Leia também: Ponta Grossa: Funcionário da prefeitura que participou de ato terrorista em Brasília é exonerado Veja quem são os donos de veículos do Paraná apreendidos em Brasília Argumentação No documento de abertura de inquérito civil, o promotor sugeriu que a prefeitura ouça outros conselheiros tutelares para saber se o investigado "externava pensamentos ideológicos extremistas no ambiente de trabalho, se ele tinha divulgado sua intenção de ir a Brasília participar do ato golpista e também sobre eventuais participações ativas do requerido nas manifestações antidemocráticas situadas em frente ao Tiro de Guerra de Maringá". Em Maringá, o acampamento golpista foi desmontado pela Polícia Militar após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Em nota, o MP-PR afirmou que o procedimento considera grave "a adesão do conselheiro a um movimento que prega desprezo ao Estado Democrático de Direito, aos Poderes da União, em especial ao Sistema de Justiça e também à Constituição de 1988", mesmo documento que norteia o princípio da proteção integral a política de atendimento à criança e ao adolescente de todo o país". A reportagem tenta contato com o Conselho Tutelar Zona Norte de Maringá para comentar o caso. O g1 apurou que, em nota de esclarecimento emitida na segunda (9), conselheiros da instituição argumentaram coletivamente que Carrara não representava a entidade nos atos antidemocráticos de Brasília, e que a ação causou "espanto e desaprovação deste colegiado". Vídeos mais assistidos do g1 PR Leia mais em g1 Norte e Noroeste.
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