Ponto 14

Moradores relembram passagem da seleção da Coréia do Sul por Foz do Iguaçu na Copa de 2014 e alertam: 'Eles vão dar trabalho'

Por Giuliano Saito


Coreia do Sul escolheu fronteira para treinar para Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Médico, gestor esportivo e responsável pela manutenção de gramado contam bastidores. Adversário do Brasil nas oitavas de final da Copa já esteve em Foz do Iguaçu Foram dias que o gestor esportivo, Heraldo Soares Júnior vai lembrar para sempre. Em 2014, ele era o responsável pelo transporte da seleção da Coreia do Sul em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, durante a Copa do Mundo que foi realizada no Brasil. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Ele guarda com orgulho o casaco da seleção da Coréia do Sul, que quase nunca sai do roupeiro. O presente foi um agradecimento aos serviços prestados à seleção durante os dias em Foz do Iguaçu. "Trabalhar em uma Copa do Mundo foi gratificante, prazeroso. Tenho muito a agradecer a seleção da Coréia do Sul que me acolheu de uma forma muito significativa, me abraçaram mesmo. Foi uma coisa muito gratificante", afirmou Heraldo. "Eles vão dar trabalho" Dos jogadores que passaram por Foz do Iguaçu durante a Copa no Brasil, apenas três estão no Catar. Além do goleiro e um dos zagueiros titulares do time, está também o atacante Son, considerado o melhor jogador da Coréia do Sul. Ele é a grande esperança dos sul coreanos no jogo desta segunda-feira (5) contra o Brasil. Mesmo tanto tempo depois, quem já viu de perto os coreanos treinando alerta. "Eles vão dar trabalho. Se eles (brasileiros) bobearem, não sei não viu", afirmou Ney de Carvalho, responsável pela manutenção do gramado em 2014. Morador de Foz do Iguaçu ganhou jaqueta da seleção sul coreana em 2014 Reprodução RPC Leia também: Sul-coreanos apostam em Brasil forte, mas ressaltam luta da Coreia do Sul: 'Raça no jogo' Idosa do Paraná completa 111 anos nesta segunda (5) e quer vitória do Brasil como presente: 'Meu palpite é 3 a 1' Empresários apostam em cores do Brasil para deixar docinhos em clima de Copa do Mundo: 'Que traga o hexa' Melhorias para receber sul coreanos e desclassificação em 2014 Para receber a seleção, a cidade precisou reformar o estádio Pedro Basso, o estádio do Flamenguinho como é conhecido. Além da construção de um centro de imprensa, academia e vestiário, o gramado teve que ser todo reformado também para ficar nos padrões exigidos pela Fifa. Foram cerca de duas semanas treinando na cidade. A permanência da seleção da Coréia do Sul na cidade durou menos do que era esperado. A equipe foi desclassificada na primeira fase do mundial de 2014 após empatar a primeira partida contra a Rússia em 1 a 1 e perder as duas partidas seguintes contra Argélia, por 4 a 2 e contra a Bélgica, por 1 a 0. O mau desempenho não teve nada a ver com a atenção que os sul coreanos receberam dos iguaçuenses, nem dos cuidados dentro do centro do treinamento. Ney era o responsável por deixar o campo de treino impecável para a equipe. Jogadores da Coréia do Sul visitaram as Cataratas do Iguaçu, em 2014 Reprodução RPC "Quando era 18h30, 19h eu estava saindo e no outro dia tinha que estar de novo cedo aqui para molhar o campo, ver como estava a situação do gramado, o corte ou se precisava fazer a reposição de alguma parte do gramado. A gente deixava impecável, o pessoal brincava que eu cuidava mais do gramado, do que da minha esposa", brincou Ney. Na memória dele ficaram boas histórias de bastidores, como do dia em que nem políciais que faziam parte da escolta do time puderam fotografar o treino. "Começaram a tirar um monte de fotos. Ai o treinador deles parou o treino e foi lá e pediu para o comandante dos batedores e pediu para pagar tudo, que não era para fotografar o treino deles", contou Ney. Jogador sul coreano nas Cataratas do Iguaçu em 2014 Reprodução RPC A presença da seleção sul coreana movimentou Foz do Iguaçu em junho de 2014. A delegação se hospedou em um dos maiores hotéis da cidade. Além da contratação de mão de obra para atuar nos bastidores, a delegação contou também com o apoio profissional iguaçuense. O ortopedista Luciano Taylor virou referência para seleção nos exames exigidos pelo departamento médico do time. "O meu contato era mais com o médico da Coreia do Sul. Eu fazia o meio campo entre o médico da seleção e o setor de imagem do Costa Cavalcanti (hospital)". Torcida nesta segunda (5) Mesmo com a simpatia criada, quem esteve pertinho da seleção sul coreana acredita que a Copa deles, esse ano, vai terminar nas oitava contra o Brasil. "2 a 0 para o Brasil. O Son talvez faça algum gol, mas acho que o Brasil ganha fácil", afirmou o médico. "Queria que eles classificassem, mas não pegando o Brasil agora, talvez mais para frente, mas infelizmente vai jogar hoje e se tudo der certo, vão ter voltar para casa", disse Heraldo. VÍDEOS: Mais assistidos g1 PR Veja mais notícias da região em g1 Oeste e Sudoeste.