Ponto 14

Monitoramento indica que capivaras de Curitiba não possuem carrapatos transmissores de febre maculosa, diz especialista

Por Giuliano Saito


Segundo diretor do departamento de conservação da capital, ambiente em que animais vivem são monitorados periodicamente. Nas últimas semanas, SP registrou 6 mortes pela doença. Em Curitiba, há 188 capivaras e, pelo menos, 75 delas vivem no Barigui Reprodução/RPC Os ambientes em que as capivaras vivem em Curitiba não possuem registro de presença de carrapatos estrela, de acordo com Edson Evaristo, diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação de Fauna da capital. Os aracnídeos, que podem causar a febre maculosa, podem viver em capivaras e outros mamíferos. O estado de São Paulo, nas últimas semanas, registrou seis mortes pela doença, o que acendeu um alerta no país para o tema. A doença tem formas leves e graves, que podem se manifestar por meio de febre, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal. Veja perguntas e respostas abaixo. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Segundo Evaristo, o monitoramento das capivaras de Curitiba ocorre de maneira indireta, por meio de avaliações ambientais. "Em Curitiba não há superpopulação de capivaras, o que tende a ser um fato de desenvolvimento da situação propicia da doença [...] Essencialmente indireto, porque a gente monitora mais o ambiente do que o animal. São animais selvagens, não tem uma facilidade da contenção e manejo, então o monitoramento acaba sendo muito mais no ambiente do que no animal", explica. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, Curitiba não teve registro da doença em 2023. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, a capital tem uma população de 188 capivaras. Destas, 75 estão no Parque Barigui. Carrapatos não são encontrados em capivaras de Curitiba Leia também: VÍDEO: Suspeitos usam cortina de fumaça em rodovia para fugir de perseguição da PRF PodParaná: Paranaense que lutou na 2ª Guerra Mundial compartilha lembranças do combate Perfil: Antes de ser preso, ginecologista suspeito de abusar sexualmente de pacientes 'militava' sobre sexualização de mamas e autoestima feminina Evaristo explicou, ainda, que fatores externos contribuem para o não desenvolvimento de carrapatos estrela nas capivaras de Curitiba. Um deles é o frio. Além disso, o fato das capivaras viverem em ambientes limpos também dificulta o desenvolvimento dos aracnídeos. "O frio é um dos fatores limitantes. Afeta o metabolismo desse carrapato. Entre outros fatores, por exemplo, a manutenção da roçada aqui nos parques. As capivaras vivem em um ambiente mais limpo e os carrapatos tendo a se instalar e se desenvolver numa área de vegetação mais robusta", afirma Evaristo. Veja perguntas e respostas sobre a febre maculosa Carrapato-estrela é o hospedeiro da bactéria que causa a febre maculosa Ministério da Saúde/Reprodução O que é a febre maculosa? Segundo o Ministério da Saúde, "a febre maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável", ou seja: há formas leves e formas graves "com elevada taxa de letalidade". Os sintomas podem ser facilmente confundidos com os de outras doenças que causam febre. O que causa a doença? A doença é causada, no Brasil, por duas bactérias do gênero Rickettsia, e a transmissão ocorre por picada de carrapato. A Rickettsia rickettsii causa a versão grave e é encontrada no norte do Paraná e no Sudeste. A Rickettsia parkeri leva a quadros menos severos e é encontrada em áreas da Mata Atlântica no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, na Bahia e no Ceará. Quais carrapatos transmitem? No país, são os carrapatos do gênero Amblyomma, principalmente aquele conhecido como carrapato estrela. Mas o ministério alerta que qualquer espécie pode transmitir a febre maculosa, inclusive o carrapato do cachorro. Dá para transmitir de pessoa para pessoa? Não. A transmissão por contato humano é impossível. Quais são os principais sintomas? Febre; dor de cabeça intensa; náuseas e vômitos; diarreia e dor abdominal; dor muscular frequente; inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés; gangrena nos dedos e orelhas; e paralisia dos membros que começa nas pernas e vai subindo até os pulmões, causando problemas respiratórios. Mas e as manchas? O Ministério da Saúde alerta que, com a evolução do quadro, “é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés”. Tem tratamento? Sim, com um antibiótico específico. Ele deve começar imediatamente assim que o médico suspeitar que o paciente está contaminado, antes mesmo da confirmação do resultado do exame. Os vídeos mais assistidos do g1 PR: Mais notícias do estado em g1 Paraná.