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'Minha filha estava começando a viver, desabafa mãe de jovem morta em acidente provocado por suposto racha em Curitiba

Por Giuliano Saito


Estudante de biomedicina, Gabrielle Ribas Simões morreu um dia após completar 21 anos. Carro onde ela e amigo estavam foi atingido em cheio. Ele também morreu. "Minha fila estava começando a viver", diz mãe de jovem morta em suposto racha Vídeos compartilhados pela família da jovem Gabrielle Ribas Simões, que morreu em um acidente de trânsito provocado por um suposto racha em Curitiba, mostram a alegria da menina um dia antes de morrer. Assista acima. Nos vídeos gravados no fim de semana de 15 e 16 de abril, a jovem comemora o aniversário de 21 anos. O acidente foi na segunda-feira seguinte, dia 17 de abril. A estudante de biomedicina e o amigo dela Luiz Eduardo Schlocobier, de 18 anos, estudante de educação física, estavam em um carro atingido em cheio. A batida foi em um cruzamento no bairro Fanny. O jovem morreu no hospital no dia seguinte. A mãe de Gabriell, Zaiane Patrícia Ribas, diz que está sem rumo. "A Gabi é tudo que eu tinha na minha vida, ela estava começando a viver. A minha filha tinha sonhos, ela trabalhava, ela pagava a faculdade com o dinheiro dela. Minha vida acabou, eu me sinto vazia." Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Suspeita de racha Além de Gabrielle e Luiz Eduardo, outras duas pessoas se feriram na batida. Aluysio de Melo Borges Neves, de 29 anos, motorista de um dos carros envolvidos na batida, foi preso no local e levado ao hospital sob escolta. Ele fez o teste do bafômetro, que não apontou consumo de álcool. A suspeita é de que ele estava participando de um racha. Imagens entregues à polícia mostram o carro dele e um outro passando - em velocidade acima da de outros veículos - segundos antes da tragédia. Assista: Novas imagens mostram carros suspeitos de racha antes de batida que matou dois jovens No dia seguinte ao acidente, Aluysio saiu do hospital, foi levado à delegacia e ficou em silêncio. Na mesma tarde, pagou R$ 13.00 reais de fiança e foi para casa. O inquérito do acidente ainda não foi concluído. A Polícia Civil também não informou se já sabe quem é o motorista de outro carro que teria participado do racha. Todas as testemunhas ouvidas até agora reforçaram a suspeita da disputa entre carros. Uma das testemunhas, que dirigia pela região naquele dia, disse à polícia ter visto os carros acelerando juntos na avenida, entre eles o que bateu no veículo onde estavam as vítimas. A testemunha disse que, como ela estava na velocidade padrão da via, os veículos que participavam do racha se distanciaram, e que, ao passar pela Avenida Henry Ford, percebeu que o carro branco, que segundo ela participava do racha, havia se envolvido em um acidente. O advogado da família de Gabrielle, Jackson William Bahls, afirma que as testemunhas, "em coro", relatam no inquérito que o suspeito estava em uma competição ilegal, um racha. "Nós não temos dúvida de que ele assumiu esse risco e deve responder pelo dolo eventual - homicídio doloso pelo dolo eventual", diz. A reportagem procurou nesta segunda a defesa de Aluysio de Melo Borges Neves, mas ela não quis se manifestar. A mãe de Gabrielle espera que a morte da filha seja esclarecida. "Não vai ficar assim, porque eu vou lutar até o último dia da minha vida para honrar o nome da minha filha, ela não passou por aqui em vão." Gabrielle Ribas Simões e a mãe Zaiane Acervo pessoal Os vídeos mais assistidos do g1 PR: Mais notícias do estado em g1 Paraná.