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Mesada para os filhos: dar ou não dar?

Por Giuliano Saito


Educador financeiro sugere dar um valor fixo para a criança por mês, mas de forma fracionada. Andressa estabeleceu um valor fixo para dar os filho Enzo, de 11 anos, todos os meses. Colaboração Ensinar educação financeira para as crianças desde cedo é importante. Contudo, sempre fica a questão para os pais: dar ou não dinheiro para crianças? Andressa Gonçalves Santos, de 38 anos, optou por dar a mesada e há dois anos começou a utilizar esse método com o filho Enzo Gabriel, de 11 anos. “Decidi por isso para ele ter um pouco de independência, ter um controle em relação a gastos.” Segundo o planejador financeiro, Olavo Ferenshitz os pais podem começar a dar mesada para os filhos em média a partir dos sete, oito anos. “Depende do desenvolvimento de cada um para compreender o valor do dinheiro, começar a entender especificamente o valor dessa questão de receber, de como empregar o dinheiro”, pontuou Ferenshitz. O Enzo ganha R$ 200,00 por mês, e a Andressa conta que quando tentou dar um valor maior notou que ele também queria gastar mais rápido. “Eu acho que desde criança tendo a mesadinha dele, tendo dinheirinho dele, ele vai ter sim um controle financeiro bem interessante quando ele estiver adulto.” Já a Regiane da Silva Trindade, de 34 anos, escolheu por não dar um valor fixo para a filha Anna Clara, de 11 anos, todos os meses. Ela afirma ter achado outras maneiras de ensinar para a filha o valor do dinheiro. ”Ao invés da gente dar o dinheiro em mãos para ela fazer o que quiser, a gente abriu uma previdência, já faz três anos que ela tem essa previdência e todo mês a gente deposita lá uma quantidade que quando ela completar 18 anos vai conseguir resgatar. ” Além disso, Regiane também achou outra forma de ensinar para Anna sobre finanças, ela criou uma forma que chama de recompensa. “Ela tem que fazer alguma coisa para conquistar esse dinheiro, ela tem que tirar nota boa, ela tem que fazer durante a semana as atividades que ela tem. Se ela fizer todas as atividades, tudo bonitinho, ela ganha um valor X. A gente não considera isso como uma mesada e sim como uma recompensa.” Regiane escolheu dar 'recompensas' a filha Anna, de 11 anos. Colaboração A mãe da Anna ainda enfatiza que faz parte do ensinamento da filha que ela junte o dinheiro para comprar coisas comuns do dia a dia. Se eles vão no mercado, Anna precisa comprar o que deseja com o dinheiro das recompensas que recebeu. “Para ela conquistar o que ela quer, ela tem que juntar o dinheirinho dela para comprar, porque a gente acredita que é assim que ela vai dar o valor ao dinheiro. Não tem como dar de graça porque a gente não recebe nada de graça." O especialista sugere estabelecer um valor fixo para dar para a criança, mas que ela receba esse valor fracionado, porque muitas vezes na vida adulta os ganhos são variáveis. “A gente tem R$ 40,00 por mês, então isso pode ser dividido de uma maneira variável ao longo do mês. Uma semana ela não recebe, nas outras duas ela recebe R$ 20,00; em duas semanas seguidas ela não recebe, e na outra recebe R$ 30,00 e depois R$ 10,00. ” 'Quanto antes melhor', diz economista sobre a importância de ensinar educação financeira para crianças Educador financeiro dá dicas de como ensinar às crianças sobre o dinheiro O educador financeiro Olavo Ferenshitz ainda deu algumas dicas de como ensinar educação financeira para os filhos. Uma das formas é criar uma conta digital para a criança, para ela ver os ganhos. “É uma outra geração, então esses recebimentos ela vai ver no aplicativo dos pais no nome dela e ela já vai saber lidar de maneira mais dinâmica com esse dinheiro.” Ele também enfatiza que é importante a criança compreender qual é o objetivo de ela estar recebendo o dinheiro. E que desde criança ela pode ser estimulada a investir. “Toda vez que você investir um dinheiro eu te dou a mesma quantia. Então, ela iria ver esse dinheiro crescendo e isso é muito interessante para a criança ter essa educação, essa a capacidade de segmento e de ver o dinheiro crescendo porque ela investiu.” Leia mais Terapia financeira: entenda o que é e como ela funciona Cresce 16% o número de consumidores que parcelam compras em até 12 vezes no Paraná, aponta fintech Poupança é o produto preferido dos brasileiros para investir; no Sul, 12 milhões de pessoas optaram por esse investimento Os vídeos mais assistidos do g1 PR: Leia mais notícias em g1 Paraná.