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Mapeamento aéreo contratado pelo Estado ajudará na reconstrução das cidades atingidas pelos tornados

Levantamento de R$ 120 milhões, executado pelo Consórcio ParanaMap, já orienta ações emergenciais em Rio Bonito do Iguaçu e municípios da região Centro-Sul

Por Eliane Alexandrino

Mapeamento aéreo contratado pelo Estado ajudará na reconstrução das cidades atingidas pelos tornados Créditos: Assessoria

Eliane Alexandrino / Cascavel

O mapeamento aéreo contratado pelo Governo do Estado, por meio do Instituto Água e Terra (IAT), já está auxiliando diretamente na reconstrução dos municípios atingidos pelos tornados que causaram devastação na região Centro-Sul no início de novembro. O projeto, executado pelo Consórcio ParanaMap e orçado em R$ 120 milhões, prevê o levantamento aerofotogramétrico de todo o Paraná até 2027.

Menos de três dias após o tornado de categoria F3 atingir cerca de 90% do território de Rio Bonito do Iguaçu, uma das aeronaves contratadas sobrevoou a área afetada. O voo ocorreu em 10 de novembro e contemplou, além do município, Guarapuava, Turvo, Candói e Porto Barreiro, seguindo um traçado elaborado por técnicos do Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná).

As imagens capturadas têm resolução de 25 centímetros e registram o antes e o depois do fenômeno climático, servindo como referência precisa para o reordenamento urbano e ambiental da região. A área mapeada corresponde a aproximadamente 438 mil hectares.

“A boa engenharia está servindo o Paraná, garantindo decisões rápidas, corretas e assertivas na preservação ambiental, na segurança e na qualidade de vida das pessoas atingidas. É a dinâmica que o governador Ratinho Junior determina”, afirmou o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca, à Agência Estadual de Notícias.

O levantamento utiliza sensores aerofotogramétricos instalados em aeronaves de médio porte, capazes de produzir imagens coloridas convencionais e fotografias na banda infravermelha. A tecnologia combina imagens multiespectrais ao levantamento a laser, com densidade de quatro pontos por metro quadrado, permitindo a visualização do relevo e do território em 3D, inclusive sob áreas de vegetação.

Dez aeronaves foram mobilizadas para o mapeamento completo do Estado, que terá resolução cinco vezes superior ao levantamento anterior, realizado pela Copel em 2011, na escala 1:50.000.

Segundo o diretor de Gestão Territorial do IAT, Amílcar Cabral, o Paraná passa a contar com uma ferramenta fundamental para diversas áreas da administração pública. “As imagens dão suporte a políticas ambientais, de infraestrutura, logística e educação. São eixos essenciais para a reconstrução de Rio Bonito do Iguaçu e de toda a região. A partir delas, o Estado age com mais precisão nas ações necessárias”, destacou.

Reconstrução entra na 3ªsemana

O prefeito de Rio Bonito do Iguaçu, Sezar Bovino (PSD), informou que mais de 95% das casas parcialmente destruídas já foram cobertas. Entre 15 e 18 residências seguem pendentes de reparos. A Secretaria da Criança enviou os primeiros materiais para a construção das moradias totalmente destruídas.

De acordo com Bovino, aproximadamente 90% da rede elétrica já foi restabelecida pela Copel e a Sanepar retomou integralmente o fornecimento de água. A limpeza da cidade e dos lotes onde serão erguidas novas casas deve ser concluída na próxima semana.

O prefeito ressaltou o apoio das esferas estadual e federal. “Os três níveis de governo estão juntos para reconstruir Rio Bonito com planejamento, dignidade e honestidade. A próxima semana será dedicada à organização das ações: assistência social, alojamentos, logística de distribuição de cestas básicas, alimentos e materiais de construção”, afirmou.

Ele agradeceu o trabalho de voluntários e equipes que atuam no município. “Já paramos de chorar. Agora começamos a sorrir um pouco mais. O povo de Rio Bonito merece todo o nosso carinho”, declarou.

Município precisa de doações

A Prefeitura reforça a necessidade de materiais de construção, especialmente telhas de fibrocimento (Eternit) de 5 ou 6 mm e cimento.

“Ainda precisamos muito de Eternit de 5 ou 6 milímetros e cimento. As telhas de 4 mm não estão sendo utilizadas porque a população ficou receosa após o vendaval”, explicou o prefeito.

Foto: Assessoria

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