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Lula fala em “boa química” com Trump, mas critica sanções contra o Brasil

Presidente disse ter ficado surpreso com encontro na ONU e afirmou que republicano recebeu informações distorcidas sobre o país

Por Da Redação

Lula fala em “boa química” com Trump, mas critica sanções contra o Brasil Créditos: Ricardo Stuckert/Assessoria

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliou como positiva a rápida conversa que manteve com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a Assembleia-Geral da ONU, em Nova York. Em entrevista concedida nesta quarta-feira (24), Lula disse ter se surpreendido com a aproximação do republicano e destacou a “boa química” entre eles, expressão usada pelo próprio Trump.

“Fiquei feliz ao ouvir dele que ‘pintou uma química’ entre nós. Eu acredito que 80% de uma boa relação é química e 20% é emoção. Essa sintonia é importante e torço para que a relação dê certo”, declarou o petista, que ainda classificou o americano como simpático.

O encontro dos dois ocorreu de forma inesperada, em uma sala próxima ao púlpito onde Lula havia discursado. Segundo o presidente, Trump se aproximou sorrindo, e eles se cumprimentaram. “Eu disse ao presidente Trump o seguinte: não tem limite a nossa conversa, vamos colocar tudo na mesa”, relatou.

Apesar da cordialidade, Lula afirmou que Trump foi “mal informado” sobre o Brasil e que algumas das decisões do republicano se devem à qualidade das informações que recebeu. O petista disse esperar ter uma reunião mais longa em breve para esclarecer pontos de divergência. “Estou convencido de que, quando tiver as informações corretas, ele pode mudar de posição. Vamos conversar como dois homens civilizados de 80 anos. Não há espaço para brincadeira”, ressaltou.

Lula não descartou a possibilidade de um encontro presencial em breve. “Não há razão para que Brasil e EUA vivam momentos de conflito. Fiz questão de dizer ao presidente que temos muito o que conversar. Tenho interesse nessa conversa e quero que ela aconteça logo”, disse.

A interação foi breve segundo Trump, durou apenas 39 segundos, mas os dois combinaram uma nova rodada de diálogo. O republicano encerrou seu discurso na ONU mencionando o brasileiro e destacando a “excelente química” entre eles.

Esse foi o primeiro contato entre os líderes desde que Trump impôs tarifas comerciais sobre produtos brasileiros e sancionou autoridades do Executivo e do Judiciário. Na véspera da Assembleia, novas sanções foram anunciadas, incluindo restrições contra a esposa do ministro Alexandre de Moraes, Viviane Barci, além do ministro da AGU, Jorge Messias, e outras seis pessoas.

No plenário da ONU, Lula rebateu as medidas, afirmando que as sanções americanas representam ameaça à soberania nacional. O presidente usou seu discurso para defender as instituições brasileiras e reforçar a importância da democracia, palavra que repetiu 18 vezes. “O Brasil optou por resistir e defender sua democracia”, concluiu.

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