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Londrina concentra maior número de mortes por dengue no Paraná e testa uso de mosquitos estéreis para frear doença

Por Giuliano Saito


Insetos foram criados em laboratório. Estado registrou mais de 6.400 novos casos e uma nova morte por dengue em uma semana, segundo a Secretaria de Saúde. Mosquitos estéreis são usados no combate à dengue A cidade de Londrina, no norte do Paraná, começou a testar uma nova estratégia de combate à dengue: o uso de mosquitos estéreis. O município concentra o maior número de mortes pela doença no Paraná, com 27 das 97 registradas no estado desde julho de 2022. De acordo com o boletim epidemiológico semanal divulgado nesta terça-feira (11) pela Secretaria de Estado da Saúde, Londrina já tem mais de 31 mil casos de dengue confirmados no período epidemiológico. Em uma semana, o estado registrou mais de 6.400 novos casos da doença. São Pedro do Ivaí, no norte paranaense, confirmou ainda uma morte pela doença. A vítima, segundo a Sesa, era uma mulher de 46 anos com comorbidades. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Para tentar frear a dengue, Londrina decidiu testar a nova estratégia já aprovada em outras cidades. Ao todo, 175 mil mosquitos aedes aegypti, produzidos em laboratório e incapazes de transmitir qualquer doença, vão ser soltos pelo bairro toda segunda e quinta, pelas próximas 23 semanas. Os mosquitos soltos são machos estéreis. Depois do acasalamento, a fêmea do mosquito gera ovos não fecundados, ou seja, que não desenvolvem larvas. O biólogo Filipe dos Anjos explica que a tecnologia não envolve nenhum organismo geneticamente modificado. "Além disso, o mosquito não contém nenhum resíduo e não vai ser prejudicial para a população de forma alguma", diz. Mosquitos estéreis são estratégia de combate à dengue em Londrina RPC Londrina O bairro onde os mosquitos serão soltos foi o Mister Thomas, escolhido após um levantamento feito da prefeitura. De acordo com o município, 30% dos imóveis da área têm larva do aedes aegypti. A expectativa é de que o número comece a cair nas próximas semanas. Ao todo,14 armadilhas foram instaladas pelo bairro nas ultimas semanas e serão monitoradas pelas equipes da prefeitura para conferir se os ovos colocados pelas fêmeas estão vazios. Os dados serão comparados com de outro bairro, da zona sul da cidade, com as mesmas características mas onde não houve soltura de mosquitos estereis. O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, reforça que o objetivo é acabar de vez com a dengue. "Infelizmente nós não estamos conseguindo da maneira que seria mais fácil, que seria a conscientização da população, cada um fazendo a sua parte, olhando seu quintal. Então, por isso que nós estamos trazendo as tecnologias a favor do combate de dengue." Se o experimento for bem avaliado, a prefeitura afirma que poderá aplicar a técnica em toda a cidade. A estratégia para diminuir a infestação do aedes aegypt já foi usada, em anos anteriores, em outras cidades da região norte, como Jacarezinho e Ortigueira. Em Ortigueira, por exemplo, houve redução de 95% no número de casos de dengue, na comparação entre 2020 e 2021. Hoje, a cidade tem 111 casos confirmados pela Sesa. Caso os mosquitos se acumulem, ventilador pode ajudar, diz prefeitura RPC Londrina Os vídeos mais assistidos do g1 PR: Mais notícias do estado em g1 Paraná.