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Lembra do gol de ouro nas Copas do Mundo?

A reportagem da Gazeta do Paraná lembra dos três gols de ouro que ocorreram nas Copas de 1998 e 2002

Por Luciano Neves

Lembra do gol de ouro nas Copas do Mundo? Créditos: Fifa.com

Parece loucura, mas estamos a pouco mais de um ano de mais uma Copa do Mundo. Em 2026, viveremos uma competição inédita com 48 seleções. O aumento no número de participantes ocasionará na maior Copa do Mundo da história. A expectativa é que a próxima Copa seja emblemática no quesito técnica e belo futebol. Também será o primeiro Mundial da história com três sedes: a Copa da América do Norte terá jogos nos Estados Unidos, no México e no Canadá. Os EUA foram sede do Mundial de 1994. E o México vai receber a sua terceira Copa, já que foi anfitrião nas edições de 1979 e 1986. Ou seja, bons presságios para o hexa brasileiro. Até porque, duas das cinco estrelas que temos na camisa foram conquistas em território da América do Norte.

Mas para entrar no clima de Copa do Mundo e também de ‘contagem regressiva’, a Gazeta do Paraná irá reservar espaço em suas edições para reportagens especiais sobre a história das Copas. A primeira reportagem foi motivada por dois fatores, O primeiro deles é que, esta semana, o técnico Dorival Júnior convocou os jogadores para os próximos compromissos das Eliminatórias. E serão dois jogos contra seleções que, certamente, estarão no próximo Mundial: a Colômbia e a atual campeã Argentina. Aliás, Neymar, que já disputou três Copas com a camisa brasileira, está na lista. E pode defender o Brasil em seu quarto Mundial.

O segundo fator é que, esta semana, o torcedor do Cascavel teve um dissabor de ser eliminado da Copa do Brasil pela Aparecidense com um gol sofrido praticamente no último lance do jogo quando já se preparava para uma decisão por pênaltis. O sentimento do time eliminado foi o mesmo de ter sofrido o famoso ‘gol de ouro’. Lembra dele? O gol de ouro decretava o fim de uma partida durante a prorrogação após o empate no tempo regulamentar. Na extensão da partida quem fizesse o gol ganhava o jogo. O gol de ouro foi um termo charmoso usado pela Fifa para valorizar o lance. Antes, ele era chamado de ‘morte súbita’. De fato, o time que sofria um gol na prorrogação e era eliminado tinha esse sentimento. Em Jogos Olímpicos, o Brasil foi vítima do gol de ouro, ou morte súbita, duas vezes. Um da Nigéria, nos jogos de Atlanta, em 1996, e outro de Camarões, nos Jogos de Sydney.

 

Gol de Ouro nas Copas

Em Copas do Mundo, a Fifa adotou o gol de ouro em apenas duas edições: em 1998, na França, e em 2002, no Mundial da Coreia do Sul e do Japão. O primeiro gol de ouro da história das Copas foi da anfitriã França, em 1998. Nas oitavas de final, os franceses empataram com o Paraguai no tempo normal. O jogo foi para a prorrogação e se encaminhava para os pênaltis quando Blanc marcou aos 9 minutos do segundo tempo do tempo extra. O Paraguai, que tinha o lendário goleiro Chilavert, foi a primeira vítima da ‘morte súbita’ em Copas. Bom para a França que, na sequência passou por Itália, Croácia e fez 3 a 0 sobre o Brasil na final, faturando o primeiro título mundial.

O gol de ouro apareceu com mais frequência no Mundial de 2002, novamente com uma seleção anfitriã se classificando com ele. Nas oitavas, a Coreia do Sul eliminou a Itália no dia 18 de junho daquele ano. As duas seleções empataram em 1 a 1 no tempo normal e Ahn Jung-Hwan fez o gol de ouro quando restavam dois minutos para o fim da prorrogação.

Dois dias antes ocorreu o segundo gol de ouro da história das Copas. Senegal eliminou a Suécia, também nas oitavas, com um gol de Camara, aos 14 minutos do primeiro tempo da prorrogação, após empate em 1 a 1 no tempo normal.

O terceiro, e último, gol de ouro na história das Copas também ocorreu no Mundial de 2002, mas nas quartas de final. E teve novamente Senegal como pivô. Só que esta vez, a seleção africana era vítima da morte súbita. Perdeu para a Turquia por 1 a 0, gol de Mansiz, logo no início da prorrogação, após empate sem gols. O lance decretou a eliminação de Senegal e colocou a Turquia no caminho do Brasil nas semifinais. A Seleção, então comandada por Luiz Felipe Scolari, venceu por 1 a 0, avançou para a final e conquistou o penta sobre a Alemanha. Nada de morte súbita nesse jogo. Os gols que renderam o ouro para o Brasil foram de Ronaldo: vitória por 2 a 0. Depois disso, a Fifa mudou a regra e aboliu o chamado gol de ouro.

 

Créditos: Luciano Neves