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Júri popular de acusados de matar auditor da Receita Federal que aplicou multa milionária em empresa de brinquedo entra no décimo dia

Por Giuliano Saito


José Antônio Sevilha foi morto em 2005, em Maringá, porque, segundo as investigações, aplicou multa de R$ 100 milhões na empresa. Julgamento iniciou na quarta-feira (5) e não tem previsão para acabar. José Antônio Sevilha foi morto porque aplicou multa de R$ 100 milhões em empresa de brinquedos Reprodução/RPC O júri popular dos três réus acusados de matar o auditor fiscal da Receita Federal José Antônio Sevilha entrou no décimo dia, em Maringá, no norte do Paraná, nesta sexta-feira (7). Esta é a terceira tentativa de realização do júri e ocorre 17 anos após o crime. O julgamento iniciou na quarta-feira (5) e, conforme o Procurador da República, Carlos Alberto Sztoltz, não tem previsão para acabar. De acordo com Sztoltz, o primeiro a ser ouvido foi o Delegado de Polícia Federal, Dr. Ronaldo Carrer, um dos responsáveis pela investigação. A oitiva dele durou cinco dias. Em seguida, foram ouvidas outras três testemunhas e uma quarta pessoa foi dispensada. Nesta sexta-feira, segundo o procurador, será ouvida a filha de José Antônio Sevilha. Sevilha era o chefe do setor de Controle Aduaneiro da Receita Federal na cidade quando foi assassinado em uma emboscada, em 2005. Segundo as investigações, Marcos Oliveras Gottlieb, dono de uma empresa de brinquedos multada em R$ 100 milhões pelo auditor, encomendou o assassinato para Fernando Ranea Costa, com a intermediação de Moacyr Macedo. Relembre abaixo. A empresa foi investigada e autuada à época por fraude em processos de importação. Os três réus são acusados de homicídio qualificado. Fernando Ranea da Costa e Moacyr Macedo respondem em liberdade. O empresário Marcos Oliveras Gottlieb está preso desde o início de 2019, quando a Justiça determinou a prisão preventiva, alegando dificuldades para encontrá-lo nas fases finais do processo. O g1 tenta contato com as defesas dos acusados. Acusados no caso da morte do auditor fiscal da Receita Federal José Antônio Sevilha Reprodução/RPC Terceira tentativa de julgamento O julgamento dos acusados foi marcado pela primeira em agosto de 2019. Porém, não foi concluído porque as defesas de dois dos três réus abandonarem o tribunal, alegando falta de condições adequadas para a realização do júri. Um outro julgamento foi marcado para março de 2020, mas, novamente, foi suspenso porque um dos jurados afirmou problemas de saúde e não compareceu. Uma nova data foi marcada para outubro do mesmo ano, porém, foi adiado devido à pandemia do Covid-19. De acordo com a acusação, Marcos Oliveras Gottlieb foi o mandante do crime. Julgamento Três pessoas são julgadas pelo homicídio qualificado de José Antônio Sevilha Solange Riuzim O julgamento é composto por sete jurados entre titulares e suplentes, dois assistentes de acusação, quatro procuradores, testemunhas e cerca de 30 advogados de defesa dos três réus, segundo o Procurador da República Carlos Alberto Sztoltz. A Justiça Federal em Maringá não tem Tribunal do Júri, como a Justiça Estadual, e, por isso, o júri popular ocorre na Justiça do Trabalho, de acordo com o procurador. "O Ministério Público Federal espera que o julgamento transcorra de forma tranquila e que a condenação dos réus seja feita", afirmou Sztoltz. Relembre o caso José Antônio Sevilha foi morto em 25 de setembro de 2005, após sair da casa da mãe. Ele parou para olhar um pneu do carro que estava murcho e foi morto a tiros. Segundo a investigação da PF, o auditor fiscal foi vítima de uma emboscada, e o crime foi encomendado porque Sevilha investigava fraudes e aplicou uma multa por importações irregulares da empresa de brinquedos de Marcos Oliveras Gottlieb. Após a a morte do auditor fiscal, a Receita Federal conduziu uma operação que resultou na interdição da empresa, acusada de sonegar tributos. VÍDEOS: mais assistidos do g1 Paraná Veja mais notícias da região no g1 Norte e Noroeste.