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Júri condena a 9 anos de prisão réu por atropelar e matar menino de três anos em Curitiba

Por Giuliano Saito


Marcelo Jardim, conhecido como Marcelinho, morreu em 2019. Defesa disse que se manifestará no processo. Réu dirigia sem carteira, embriagado e em velocidade acima da permitida, diz MP. De acordo com o MP-PR, Bruno dirigia embriagado, sem CNH e acima da velocidade permitida Divulgação/TJ-PR O Tribunal do Júri condenou nesta quarta-feira (22) Bruno Alisson Batista Ventura a nove anos de prisão pelo homicídio do menino Marcelo Jardim, de apenas três anos. O crime foi em outubro de 2019, no bairro Sítio Cercado, em Curitiba. Após ser atropelado, Marcelinho, como era conhecido, foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O juiz Daniel Avelar presidiu o julgamento e, após ler a sentença, anunciou a pena e determinou que Bruno siga preso em regime fechado. O magistrado lembrou que o réu também responde por outras condenações. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram O advogado Abner Fugaça atua na defesa de Bruno e disse que vai analisar a decisão e se manifestará no processo. O advogado Jeffrey Chiquini, responsável pela defesa da família de Marcelinho, disse que o júri resgatou o respeito à Justiça e à correta aplicação da lei. "Entenderam que fato como este deve ter uma reprimenda à altura. A soma de estar sem carteira, na contramão, embriagado, com veículo 'pizera', são fatores essenciais à assunção do risco. Julgamos hoje um crime de homicídio e não mero acidente", destacou. Como foi o julgamento O júri começou por volta das 13h30 e durou quase seis horas. Foram ouvidas duas testemunhas de acusação: a mãe de Marcelinho, Andressa Oliveira, e Jader Rodrigues, que trabalhava no supermercado em frente ao local onde a criança foi atropelada. As duas testemunhas contaram que moravam na região do crime e que a rua onde houve o atropelamento sempre foi tranquila, com pouco movimento de veículos. Imagens de câmeras de monitoramento registraram o menino correndo, saindo de um supermercado em direção à rua, e sendo atropelado. Assista abaixo. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento que o menino corre para o meio da rua Leia também: VÍDEO: Policiais derrubam parede falsa em casa de suspeito de planejar morte de Sergio Moro e outras autoridades Comissão especial formada por deputados paranaenses faz primeira reunião em Brasília para debater novo modelo de pedágio De acordo com a denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR), Bruno dirigia alcoolizado e sem Carteira Nacional de Habilitação (CNH) quando atropelou a vítima. Laudo do Instituto de Criminalística do Paraná comprovou que o motorista estava acima da velocidade permitida. De acordo com a perícia, o trecho tem velocidade máxima de 40 km/h, e Bruno dirigia a pelo menos 54 km/h. Investigação da Polícia Civil também revelou que Bruno já tinha sido preso por dirigir sem habilitação e por embriaguez ao volante, em 2017. Depois de as testemunhas serem ouvidas nesta quarta, foi a vez do júri ouvir o réu. Bruno disse que não viu Marcelinho vindo em direção à rua, mas reconheceu que estava sob o efeito de álcool e sem carteira no momento do atropelamento. "Para mim foi uma fatalidade, eu não tive tempo de reação", disse. Na época do crime, Bruno chegou a assumir a culpa, segundo as investigações, e pediu perdão à mãe da criança. Após ouvir o réu, o júri seguiu com os debates entre acusação e defesa. Na sequência os jurados se reuniram para definir a sentença. Ao ler a decisão do conselho de sentença, o juiz que presidiu a sentença lembrou que o Ministério Público do Paraná denunciou o Bruno por homicídio qualificado. A denúncia foi aceita pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Porém, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceitou pedido da defesa de Bruno para que o réu fosse julgado por homicídio simples. Os vídeos mais assistidos do g1 PR: Veja mais notícias do estado em g1 Paraná.