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Justiça dos EUA impede deportação de estudante brasileiro detido por engano

Marcelo Gomes da Silva, de 18 anos, foi preso a caminho de treino de vôlei; operação visava seu pai, que permanece foragido.

Por Gazeta do Paraná

Justiça dos EUA impede deportação de estudante brasileiro detido por engano

A Justiça Federal dos Estados Unidos determinou que o estudante brasileiro Marcelo Gomes da Silva, de 18 anos, não pode ser deportado ou transferido do estado de Massachusetts sem aviso prévio de pelo menos 48 horas. A decisão ocorre após sua prisão por agentes de imigração no último sábado (31), enquanto se dirigia para um treino de vôlei em Milford.

O Departamento de Segurança Interna afirmou que a ação fazia parte de uma operação direcionada para prender o pai de Marcelo, João Paulo Gomes Pereira, descrito como “imigrante ilegal com histórico de direção imprudente”. Os agentes identificaram o carro do alvo e abordaram o veículo, encontrando apenas Marcelo, que foi detido como “presença ilegal” no país.

Segundo Todd Lyons, diretor interino do ICE, a prisão de Marcelo foi uma prisão colateral, criticando o pai: “Obviamente, ele não é o pai do ano, já que trouxe o filho ilegalmente para cá também.”

 

A advogada de Marcelo, Miriam Conrad, entrou com um pedido de habeas corpus, alegando que o jovem não possui antecedentes criminais e é elegível para solicitação de asilo político. Marcelo está nos Estados Unidos desde 2012, quando entrou com visto de estudante, atualmente expirado.

A prisão gerou comoção em Milford, onde Marcelo vive com a família há mais de uma década. Alunos organizaram protestos na escola e moradores se reuniram em frente à prefeitura pedindo sua libertação. Marcelo faria parte da banda da escola na cerimônia de formatura do fim de semana.

A governadora de Massachusetts, Maura Healey, cobrou explicações do ICE, afirmando estar perturbada e indignada com a prisão do estudante. O senador Ed Markey também se manifestou, exigindo a libertação do jovem.

O superintendente das escolas de Milford, Kevin McIntyre, reiterou o apoio às famílias imigrantes e lamentou a prisão do estudante, destacando que o distrito escolar não tem envolvimento com operações migratórias.

O caso segue em análise e pode influenciar discussões sobre abordagens migratórias e proteção de jovens imigrantes nos Estados Unidos.