Justiça aceita denúncia, e médico vira réu por homicídio por acidente na BR-153 que matou homem que viajava para conhecer filha recém-nascida
Por Giuliano Saito
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Veículo de vítima estava parado por obras em Imbituva e foi arremessado contra caminhão após médico não frear. Juiz também autorizou quebra de sigilo de dados de celular apreendido no local; defesa caracterizou denúncia como 'absolutamente injusta'. Homem morre e 2 ficam feridos em engavetamento entre dois carros e caminhão na BR-153, em Imbituva Foto Autorizada O médico que causou um acidente que matou um homem na BR-153 em Imbituva, nos Campos Gerais do Paraná, virou réu por homicídio com dolo eventual duplamente qualificado após a Justiça aceitar nesta terça-feira (25) denúncia do Ministério Público (MP-PR). Na decisão, o juiz substituto Felipe Redecker Landmeier também atendeu pedido do MP-PR para acesso e análise de dados existentes no celular apreendido pela polícia no local (entenda abaixo). Fábio Ruperto Cândido Sayboth vai responder pelas qualificadoras de meio do qual resultou perigo comum (que pode atingir indeterminado número de pessoas ou coisas) e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. De acordo com a denúncia, o médico dirigia em velocidade incompatível com a sinalização da rodovia, que estava em obras, no momento da batida. O acidente aconteceu em 14 de março deste ano, quando o carro de Patrick de Camargo Dutra estava parado na BR-153 por conta de obras em um trecho de pare e siga. O jovem de 25 anos viajava para conhecer a filha recém-nascida e teve o veículo arremessado contra um caminhão após o médico não frear. 'Difícil pra dormir, difícil pra viver', desabafa viúva de jovem morto em acidente na BR-153 Procurado, o advogado de defesa Gustavo Scandelari afirmou que a parte ainda não foi notificada da decisão, mas frisou posicionamento anterior de que o médico procurou por vontade própria a família para oferecer uma indenização e que a acusação é "absolutamente injusta". "Havia uma obra na curva da rodovia, com sinalização irregular. Ele não conseguiu impedir a colisão. Fábio Seyboth lamenta profundamente a tragédia e vai assumir a responsabilidade que lhe cabe", manifestou. Fábio chegou a ser preso, mas foi liberado após pagar fiança de R$ 264 mil. Em depoimento, testemunhas afirmaram que o médico ingeriu bebida alcoólica antes de pegar a rodovia. Dentro do carro dele foram encontradas latas de cerveja vazias. À polícia, testemunhas também relataram que ele tinha costume de ingerir bebida alcoólica antes de pegar a rodovia. Patrick viajava para conhecer a filha quando morreu em acidente na BR-153, em Imbituva Reprodução/RPC Quebra de sigilo Na decisão, o juiz cita o pedido de quebra de sigilo telefônico do celular apreendidi e frisa serem "invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas". Contudo, o magistrado atende a solicitação por entender haver indícios razoáveis de autoria e ser imprescindível imprescindível a análise dos dados para a investigação. "Ainda mais se tratando de denúncia envolvendo homicídio na modalidade de dolo eventual, de modo que o aprofundamento e o esclarecimento acerca da situação fática que originou o fato imputado ao denunciado é importante para a formação do arcabouço probatório", cita trecho. Leia também: Motorista de Camaro que matou vendedor de pinhão atropelado às margens da PR-151 fugiu do local por medo de agressões, diz advogado Suspeito de vender ingressos clonados de show do Coldplay é solto após pagar fiança de R$ 10 mil, diz polícia Polícia investiga disparos feitos por vigilante contra carros em pátio da rede estadual de saúde no Paraná VÍDEOS: Mais assistidos do g1 PR Veja mais notícias da região em g1 Campos Gerais e Sul.
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