GCAST

Junho é tempo de festa e colheita: amendoim brilha nas mesas e nas lavouras do Paraná

Com mais de 200 municípios cultivando amendoim, Paraná projeta safra de 7,9 mil toneladas em 2025

Por Da Redação

Junho é tempo de festa e colheita: amendoim brilha nas mesas e nas lavouras do Paraná Créditos: Arquivo/MAPA

Chegou junho, com seus dias mais curtos, aquele friozinho que pede cobertores extras e, claro, as irresistíveis festas juninas — celebrações que aquecem o coração e a barriga dos brasileiros. É tempo de bandeirinhas no céu, fogueiras acesas, forró animado e um cardápio que é patrimônio afetivo: canjica, bolo de fubá, curau, milho cozido e... ele, o protagonista de muitos quitutes: o amendoim.

Enquanto nos aquecemos ao redor das tradições juninas e dos pratos típicos, o campo paranaense também segue em ritmo aquecido. Mesmo sob geadas isoladas e temperaturas baixas, a agricultura mostra força e diversidade. E o amendoim, além de marcar presença nas mesas, também se destaca nas lavouras do Paraná, onde é cultivado comercialmente em pelo menos 200 municípios. O grão, que já teve seu auge na produção de óleo, hoje ocupa espaço nobre na indústria de confeitaria e no consumo direto, sobretudo neste período de festas.

Neste clima de celebração e produtividade, o Boletim de Conjuntura Agropecuária, divulgado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), traz um panorama abrangente das últimas movimentações no campo: amendoim, milho, mandioca, cebola, carnes suína e de peru fazem parte da análise — mostrando que, mesmo no compasso mais lento do inverno, a agropecuária paranaense segue pulsando forte.

Em 2023, o estado colheu pouco mais de 7,8 mil toneladas da leguminosa em uma área de 2,1 mil hectares, gerando R$ 33,4 milhões em Valor Bruto de Produção, conforme dados do Deral, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná.

A projeção para a atual safra é de 7,9 mil toneladas, o que equivale a aproximadamente 0,7% da produção nacional. O município de Guairaçá, localizado no Noroeste do estado, liderou a produção no último ciclo, com mais de 3,6 mil toneladas, seguido por Alto Paraná e Paranapoema.

Segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra brasileira de amendoim em 2024/2025 pode alcançar 1,16 milhão de toneladas. O estado de São Paulo responde por quase 80% desse total, enquanto Mato Grosso do Sul representa cerca de 15%.

Historicamente, o amendoim foi utilizado principalmente para a produção de óleo refinado até a década de 1970, quando a soja passou a ocupar esse espaço no mercado. Desde então, a leguminosa passou a ser direcionada para nichos específicos, como a indústria de confeitaria e o consumo direto.

Além do panorama da cultura do amendoim, o boletim — que abrange a semana de 30 de maio a 5 de junho — traz informações sobre outras culturas e cadeias produtivas do estado.

No caso do milho, as chuvas registradas recentemente favoreceram o desenvolvimento da safra. A colheita já alcançou 3% da área cultivada, estimada em 2,72 milhões de hectares. Cerca de 40% das lavouras restantes estão em fase de maturação, o que reduz o risco de perdas por geadas.

A colheita da mandioca apresenta ritmo mais acelerado em relação ao ano anterior, quando a produção foi afetada pela seca. A expectativa é de uma colheita de 4,2 milhões de toneladas em 2025, número 16% superior ao registrado em 2024. O crescimento é resultado tanto do aumento de 9% na área plantada quanto da melhora na produtividade.

A cultura da cebola também é analisada no boletim. A expectativa para o ciclo atual é de 2,6 mil hectares cultivados no estado, com produção prevista de 109,5 mil toneladas. Caso os números se confirmem, será registrada queda de 13,5% na área plantada e de 15,1% na produção, em comparação ao ciclo anterior. A região de Guarapuava deve concentrar a maior parte da produção, com 52,7 mil toneladas previstas em 950 hectares.

O documento ainda destaca o desempenho da cadeia de proteínas animais. Em 2023, o Brasil foi o terceiro maior exportador mundial de fígado suíno congelado, com 10 mil toneladas comercializadas e receita de US$ 6,65 milhões. Santa Catarina foi o principal estado exportador, com 8,6 mil toneladas, enquanto o Paraná ocupou a quinta posição, com 234 toneladas. As Filipinas foram o principal destino do produto.

No segmento da carne de peru, a produção nacional em 2024 foi de 127 mil toneladas, uma queda de 4,4% em relação ao ano anterior. A maior parte da produção continua concentrada na Região Sul. No mercado externo, o Brasil exportou 64 mil toneladas, com receita de US$ 154 milhões. O Paraná contribuiu com 8,7 mil toneladas, sendo o terceiro maior exportador nacional, atrás de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Acesse nosso canal no WhatsApp