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Jovem morta ao ser atropelada por caminhão em Curitiba sonhava em ser socorrista e se casar: 'Única flor que queria ver nas mãos dela era o buquê', diz tio

Por Giuliano Saito


Segundo delegado, bafômetro feito pelo motorista do caminhão indicou consumo de álcool. g1 tenta contato com a defesa dele. Letícia Kaefer de Oliveira, de 19 anos, morreu antes da chegada do socorro. Letícia kaefer de Oliveira, de 19 anos Arquivo Pessoal A família de Letícia kaefer de Oliveira, de 19 anos, que morreu após ser atropelada por um caminhão guincho enquanto aguardava o ônibus em um ponto, em Curitiba, pede justiça e relembra dos últimos dias da jovem sonhadora. Letícia terminou o curso técnico de enfermagem recentemente e estava prestes a iniciar o curso de socorrista, por sempre ser solícita em ajudar pessoas. "Na tarde de ontem [terça], ela iria começar o curso de socorrista porque sempre gostou de ajudar outras pessoas, mas foi infelizmente interrompido por essa fatalidade", disse o tio da jovem, Bruno César Kaefer Pereira. Na lista dos sonhos, Letícia guardava dinheiro pensando em um dia se casar. "Era uma menina dedicada, única e com muitos sonhos. Durante o velório recebeu várias coroas de flores, mas a única flor que queria ver nas mãos dela era o buquê", desabafou. O atropelamento ocorreu na tarde de segunda-feira (13). Câmeras de segurança registraram o momento em que o caminhão, com dois veículos guinchados, avança sobre a calçada e atinge Letícia, que estava sentada no banco do ponto de ônibus. Sem reação, a jovem foi arrastada. Veja no vídeo mais abaixo. De acordo com a Polícia Civil, o suspeito, de 29 anos, não prestou socorro e afirmou aos agentes que teria ingerido bebida alcoólica. Até a publicação desta reportagem, o motorista estava preso e o g1 Paraná não havia conseguido localizar o advogado dele. Relembre o caso abaixo. Jovem morre ao ser atropelada em ponto de ônibus por caminhão guincho em Curitiba Ao saber do ocorrido, Bruno relatou que recebeu a ligação de sua mãe perguntando por Letícia, após saber da informação de que uma pessoa foi atropelada perto do local onde Letícia trabalhava. "Eu escutava os gritos da mãe dela no fundo da ligação em desespero. Isso não vai sair da minha memória", exaltou. Letícia trabalhava como menor aprendiz havia seis meses em uma multinacional, no Bairro Tatuquara, e, recentemente. Sonhadora, sempre se dedicou aos estudos e a família. Letícia kaefer de Oliveira, de 19 anos, junto com a familia durante passeio Arquivo pessoal O último dia Emocionado, o tio da jovem relatou a última conversa que teve com a Letícia. "Cheguei em casa depois de uma trilha, ela ficou me esperando para dar um abraço, mas estava cheio de barro. Tomei banho e dei um abraço bem gostoso nela. Falei que eu a amava, coisa que sempre repetia quando via ela", contou. Bruno considerava a jovem como a "preferida" entre as sobrinhas pelo grande afeto entre os dois. Quando completou 19 anos, no dia 9 de fevereiro, reuniu a família para comemorar mais um ano de vida. "Na hora de acender a velinha, demos risadas por que não estávamos conseguindo acender". O sepultamento de Letícia foi no final da tarde de terça-feira (14), em Curitiba. A família informou que a empresa onde a jovem trabalhava vai ajudar com o advogado de defesa. Letícia kaefer de Oliveira e o tio Bruno César kaefer Pereira durante a colação de grau Arquivo Pessoal Investigação Durante o interrogatório, segundo delegado da Polícia Civil, Edgar Santana, o suspeito, de 29 anos, afirmou que teria ingerido duas latas de cerveja na noite anterior ao acidente e, na manhã seguinte, pegou o caminhão guincho. Conforme o delegado, o motorista permaneceu no local até a chegada dos policiais, mas não prestou socorro a vítima. "Testemunhas indicaram que ele não prestou nenhum auxílio a vítima após o acidente", disse. Em depoimento, , conforme a polícia, o condutor afirmou que acredita que teve um mal súbito porque não se lembra do que aconteceu. Ainda segundo a Polícia Civil, o homem fez o teste do bafômetro da Guarda Municipal, que acusou embriaguez de 0,24 miligramas de álcool por litro de ar expelido. Ele foi preso em flagrante por dirigir embriagado e por omissão de socorro. Se condenado, conforme o delegado, a pena pode chegar a 9 anos mais a suspensão da carteira de habilitação. Em nota, a empresa proprietária do guincho explicou que o motorista e o veículo são terceirizados, mas que está à disposição das autoridades para "prestar os esclarecimentos necessários". Jovem morre ao ser atropelada em ponto de ônibus por caminhão guincho em Curitiba Colaboração Relembre o caso A menina morreu atropelada pelo caminhão logo após sair da empresa que trabalhava. Letícia aguardava o ônibus para se encontrar com a mãe, quando foi atingida pelo caminhão. Conforme a polícia, a jovem ficou presa debaixo do caminhão, e não resistiu os ferimento e morreu antes da chegada do socorro. Caminhão que atropelou jovem em Curitiba Reprodução Leia também Jovem morre ao ser atropelada em ponto de ônibus por caminhão guincho em Curitiba VÍDEO: Jovem de 19 anos é atropelada por motorista com CNH vencida há 6 anos em Araruna Mais assistidos do g1 PR Leia mais em g1 Paraná.