Investigação do Gaeco em Ponta Grossa rastreou dinheiro apontado como propina e descobriu suspeitas de fraudes em licitações
Por Giuliano Saito
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Vereador é um dos investigados e foi afastado do cargo. Ele nega as acusações. Irregularidades envolvem shows, eventos e compra de livros didáticos. Vereador de Ponta Grossa é afastado do cargo após operação do Gaeco As investigações do Ministério Público do Paraná (MP-PR) que levaram ao afastamento do cargo do vereador Celso Cieslak (PRTB), de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, começaram com uma denúncia de que o parlamentar ofereceu propina e cargos públicos para frear a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde na Câmara Municipal. Nesta terça-feira (6), o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP-PR, deflagrou a Operação Pactum. Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a uma empresa e a doze pessoas - entre elas o vereador. O parlamentar nega as acusações. A defesa dele afirmou que nada foi encontrado nas buscas e apreensões e que o vereador está à disposição da Justiça. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram As investigações dos promotores indicam que o parlamentar "estaria envolvido em um quadro de corrupção sistêmica, recebendo propina para, por exemplo, buscar reformular o relatório da CPI Municipal da Saúde, ou para direcionar contratos públicos a empresas pagadoras de vantagens indevidas.” Entre os investigados estão políticos, empresários e funcionários públicos. O grupo é suspeito de fraude a licitações de vários municípios, tráfico de influência, corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. As investigações começaram em novembro de 2022, depois que o vereador Geraldo Stocco (PV), também de Ponta Grossa, que não é investigado na operação, levou ao MP as denúncias contra Celso Ceslak. Stocco era o relator da CPI da Saúde. Após a denúncia, o MP-PR rastreou a origem da suposta propina e encontrou suspeita de irregularidades em licitações municipais envolvendo shows, eventos e compras de livros didáticos, por exemplo. O coordenador do Gaeco em Ponta Grossa, Antônio Juliano Souza Albanez, afirma que alguns dos investigados por tráfico de influência tentavam pautar as administrações municipais em troca de benefícios. "Elas realmente têm uma gama de empresas que se utilizam desse serviço ilícito. Para isso eles contam com o trabalho de pessoas que têm alguma influência, como vereadores, como servidores públicos", detalha. Entre as provas apresentadas estão documentos, fotos, trocas de mensagens, intercepções telefônicos. Segundo o MP-PR, em uma conversa com outro investigado, o vereador Celso Cieslak faz intervenções ilícitas nas licitações. "É o seguinte, é, é, eu, eu acho, você tem que dá um 'pega' nesse cacobo [sic], senão nós não vamos ganhas nada, tá entendendo?", diz o parlamentar em trecho de conversa interceptada nas investigações. Em outro trecho, o vereador diz a outro investigado que a licitação só foi ganha por causa da interferência do grupo. Entre os alvos da operação, está o gabinete do vereador Celso Cieslak (PRTB) Redes Sociais A operação aconteceu nas cidades paranaenses de Ponta Grossa, Palmeira, Lapa, Curitiba, Guaratuba e Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Foram apreendidos: dinheiro; carros de luxo; obras de arte; celulares. A Câmara Municipal de Ponta Grossa também disse que colabora com as investigações. Em nota, a prefeitura disse que os processos licitatórios são feitos de forma pública, clara e que estão acessíveis nas plataformas de informação. O município afirmou, ainda, que não admite e nem compactua com qualquer espécie de interferência nesses procedimentos e que colabora com a investigação. Leia também: Morador de Guarapuava acerta 15 números da Lotofácil e ganha mais de R$ 1 milhão Avião de Wesley Safadão vai a leilão em processo movido por vítimas do Sheik dos Bitcoins; entenda Capivara morta a tiros no Barigui estava grávida, diz prefeitura; Polícia pede ajuda para localizar suspeito Afastados das funções O MP-PR chegou a pedir a prisão do vereador. A Justiça negou e determinou o afastamento de Celso Cieslak e de um funcionário da prefeitura das funções até o fim das investigações. Nesta terça, o Gaeco cumpriu mandados de busca no gabinete do parlamentar e na casa dele. O político ocupa uma cadeira na Câmara Municipal há dois anos. Ele assumiu como suplente de um vereador que abandonou o cargo em 2021. Os vídeos mais assistidos do g1 PR: Mais notícias da região em g1 Campos Gerais e Sul.
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