Governo Trump divulga arquivos sobre o assassinato de Martin Luther King

Mais de 230 mil documentos detalham investigações, pistas e ações do FBI; família do líder critica decisão

Por Gazeta do Paraná

Governo Trump divulga arquivos sobre o assassinato de Martin Luther King

A administração de Donald Trump divulgou nesta segunda-feira (21) mais de 230 mil arquivos relacionados ao assassinato do ativista e pastor Martin Luther King Jr., morto a tiros em 4 de abril de 1968, em Memphis (EUA), aos 39 anos. James Earl Ray, um criminoso profissional, confessou o crime na época, mas posteriormente voltou atrás em sua confissão.

A decisão de tornar os documentos públicos gerou polêmica. Em nota oficial, os filhos de King, Martin Luther King III e Bernice King expressaram preocupação com o uso indevido das informações.
“Durante a vida de nosso pai, ele foi alvo de vigilância invasiva e campanhas de desinformação pelo FBI. Pedimos empatia e respeito ao lidarem com esses documentos”, escreveram.

Apesar da oposição de parte da família, a sobrinha de Martin Luther King, Alveda King, elogiou a medida.
“Sou grata ao presidente Trump por cumprir a promessa de transparência. A verdade é o que o povo americano merece”, disse.

Os arquivos revelam memos internos do FBI, relatos sobre supostas pistas, registros da CIA e detalhes sobre o ex-companheiro de cela de James Earl Ray, que teria discutido com ele um possível plano de assassinato. Os documentos não haviam sido digitalizados até então e foram divulgados com mínimas edições.

A diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, afirmou que os registros também contêm informações sobre a busca internacional por Ray após sua fuga dos Estados Unidos. Apesar da condenação de Ray, os filhos de King continuam acreditando que ele foi inocente e usado como bode expiatório.

Essa liberação segue um decreto assinado por Trump em janeiro, que também inclui a divulgação de documentos sobre os assassinatos do presidente John F. Kennedy e de seu irmão, Robert F. Kennedy.

A divulgação acontece em meio à pressão para que o governo norte-americano libere documentos de outros casos de interesse público, como os relacionados a Jeffrey Epstein. Mesmo assim, o Departamento de Justiça e a Justiça Federal já sinalizaram que os registros mais delicados ainda podem levar tempo para virem à tona.

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