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Governo do Paraná diz que vai tirar Fernando Francischini da Secretaria da Mulher e nomeará ex-deputado cassado para outra pasta

Por Giuliano Saito


Informação foi confirmada nesta terça (17), cinco dias após nome sair em Diário Oficial. Governo estadual alegou que 'nomeação foi provisória'; g1 questionou motivo, mas não teve retorno. Fernando Francischini Sandro Nascimento/Alep O Governo do Paraná confirmou nesta terça-feira (17) que vai tirar a nomeação de Fernando Francischini (União Brasil), ex-deputado estadual condenado e cassado por fake news (relembre abaixo), da Secretaria da Mulher e da Igualdade Racial do Paraná. Ele será realocado em outra pasta. A medida ocorre cinco dias após o nome ter sido confirmado em Diário Oficial. O g1 questionou o governo sobre o motivo da mudança em menos de uma semana, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem. A equipe de Francischini disse que ele não se manifestará sobre a nomeação. Em nota, a administração estadual afirmou que a nomeação de Francischini "foi provisória". Disse ainda, que não há nenhuma ilegalidade porque Francischini não teve o caso transitado em julgado. Voltou atrás: Quatro dias após nomear homem como interino da Secretaria da Mulher, Ratinho Junior confirma deputada federal para comando da pasta Desde 2011, uma lei estipulou vedações para a nomeação de pessoas em cargos públicos no governo estadual. Entretanto, não há menção a impedimentos por condenação por fake news. Um projeto de lei de 2020, de autoria do deputado Requião Filho (PT), tenta incluir o impedimento de nomeação de pessoas que propagam notícias falsas. A proposta está parada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) desde fevereiro de 2021. Nomeação O nome de Francischini foi oficializado Diário Oficial da última quinta-feira (12), mesma publicação em que o governador nomeou um homem branco para gerir a pasta temporariamente. O gestor interino passou quatro dias no cargo, quando a deputada federal Leandre (PSD) foi confirmada como secretária. A mesma publicação também confirmou os nomes dos chefes de coordenação da secretaria - sendo apenas um de uma mulher. Decreto com nomeação de Fernando Francischini para chefe da Secretaria da Mulher foi publicado na quinta (12) Reprodução/Diário Oficial do Paraná Questionado sobre o ex-deputado estadual cassado, ainda no domingo (15), o Governo do Paraná afirmou que não iria se manifestar sobre o assunto. Em nota, o Governo do Paraná afirmou que as nomeações fazem parte da estrutura de cargos montada, "mas o organograma final será definido pela nova secretária, que será uma mulher". Na época da cassação, Francischini contestou a decisão, mas disse que ela foi histórica para a "luta pelas liberdades individuais", estimando que reverteria a condenação no Supremo Tribunal Federal (STF). Leia também: Relembre: Delegado, deputado e apoiador da Lava Jato: quem é Fernando Francischini Família: Flávia Francischini, esposa de Fernando Francischini, é eleita deputada estadual UFPR: Estudante de cursinho preparatório para pessoas de baixa renda passa em medicina Acidente em Curitiba: 'Cena de filme', diz mulher que teve carro atingido por caminhão que bateu em 12 veículos Relembre reviravoltas da cassação de Francischini Francischini foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em outubro de 2021 com base na Lei Complementar 64/90. Ele afirmou no dia da eleição em 2018, sem apresentar provas, que urnas foram adulteradas para impedir a eleição do presidente Jair Bolsonaro. Por conta disso, ele também perdeu o mandato e se tornou inelegível por abuso de poder político e de autoridade. A saída do então parlamentar e outros dois deputados estaduais do então PSL na Assembleia Legislativa do Paraná promoveu uma dança de cadeiras na Casa. Francischini foi o candidato mais votado para deputado estadual daquele pleito, com quase 428 mil votos. Contudo, após recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Nunes Marques deu liminar favorável a Francischini. Ele retomou o mandato em junho de 2022, mas saiu novamente do cargo após dois dias do retorno diante da decisão da 2ª Turma do STF, que derrubou a liminar de Nunes Marques e manteve a cassação. À época, a defesa do ex-parlamentar afirmou que aguardava o julgamento de um recurso extraordinário na Corte. Se Francischini não tivesse sido cassado, o mandato dele terminaria em fevereiro de 2023. Nomes anunciados no governo Ratinho Secretários do primeiro escalão de Ratinho Junior Arte/RPC O primeiro escalão de Ratinho Junior tem, até este domingo (15), 20 nomes definidos. Entre os anúncios mais recentes está o deputado estadual reeleito Mauro Moraes (União Brasil), novo secretário de Trabalho, Qualificação e Renda. Com isso, a vaga do parlamentar para a nova legislatura na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) será assumida por um suplente. Saiba mais: 1º escalão: Confira quem são os secretários de Ratinho Junior para o 2º mandato Análise: Veja as promessas de Ratinho Júnior para o 2º mandato Outros nomes tradicionais da política estadual também estão no rol de secretários. O deputado federal Ricardo Barros, por exemplo, foi nomeado para a Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços. Guto Silva, ex-chefe da Casa Civil, assumiu a Secretaria do Planejamento. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 PR Veja mais notícias do estado em g1 Paraná.