Ponto 14

Fiscais do TCE apontam que obras em trincheira de Londrina podem terminar em maio de 2024 por causa de atrasos

Por Giuliano Saito


Relatório de auditoria será encaminhado ao Ministério Público. Tribunal também responsabilizou prefeitura por não esclarecer projetos que poderiam indicar interferências na obra. TCE conclui vistoria na trincheira da Av. Rio Branco X Leste Oeste O Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) apontou que o ritmo das obras da trincheira das Avenidas Rio Branco com Leste Oeste, em Londrina, norte do estado, estão "muito aquém do necessário". O resultado consta em um relatório de auditoria finalizado neste mês e feito por fiscais do Tribunal, que vieram à cidade em maio. A trincheira tinha orçamento inicial de R$ 25 milhões, mas o custo saltou para R$ 35 milhões após aditivos no contrato. O pedido de fiscalização é de autoria do Ministério Público, que investiga o atraso da construção. A trincheira começou a ser erguida em janeiro de 2021 e deveria ficar pronta em janeiro de 2023. A empreiteira responsável, a TCE Engenharia, pediu prorrogação do prazo até julho, mas, como a obra não ficará pronta, obteve da prefeitura uma nova data: dezembro deste ano. No relatório, fiscais do TCE apontam que, se for mantido o ritmo de 4% de avanço por mês, a trincheira será entregue entre abril e maio de 2024. Quando ela foi vistoriada, 55% dos serviços tinham sido executados. Mais funcionários De acordo com o TCE, o atraso da obra acontece pelas chuvas, problemas no planejamento e por "obstáculos que poderiam ser encontrados pelo caminho". A fiscalização também apontou falta de mão de obra e porque a empresa teve dificuldades para comprar materiais. Tribunal de Contas fiscalizou atraso em trincheira de Londrina (PR) em maio Reprodução/RPC Para o Tribunal, parte dos atrasos poderia ser solucionada com mais funcionários e equipes trabalhando na trincheira. Prefeitura O relatório responsabiliza ainda a Prefeitura de Londrina. Segundo o documento, os projetos da administração municipal para a obra poderiam ser mais claros com interferências existentes. Conforme o TCE, o poder público poderia ter mais agilidade na desapropriação de terrenos em volta da trincheira no início dos trabalhos. Leia mais Morador em situação de rua morre em UPA de Londrina; outros três estão internados Polícia indicia quatro suspeitos de ataque a colégio de Cambé por crimes como homicídio e comércio ilegal de arma O Tribunal recomendou que a prefeitura fiscalize a construção "com mais rigor". O relatório foi encaminhado ao Ministério Público, que irá analisar se alguém deve ser responsabilizado pelo atraso. Em nota, a Prefeitura de Londrina disse que "no processo de penalidade aberto pela Secretaria de Gestão Pública, o relatório apontou responsabilidade da empresa por parte dos atrasos. Por isso, a empresa será notificada a apresentar defesa. Se condenada, poderá ser multada em 5% do valor que ainda falta realizar". Cobrança Na segunda-feira (26), o secretário municipal de Obras, João Verçosa, notificou a empreiteira a agilizar a pavimentação asfáltica de avenidas no entorno da trincheira. No documento que o g1 teve acesso, ele informou que a demolição de parte da Avenida Rio Branco no sentido para a região norte está parada desde 20 de junho, quando o serviço começou. O secretário explicou não ter vistos "avanços" em direção à Rua Recife nas duas últimas semanas. Também apontou a necessidade de iniciar a pavimentação da marginal da Avenida Leste Oeste entre as ruas Xapecó e Chuí, "que está interditada desde maio, prejudicando um comércio localizado neste trecho". Mais assistidos do g1 PR Veja mais em g1 Norte e Noroeste.