Festival de Curitiba chega ao fim com público encantado com as produções: 'Uma atmosfera bem diferente na cidade'
Por Giuliano Saito
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31ª edição do Festival de Curitiba termina neste domingo (9); foram mais de 350 atrações. FESTIVAL DE CURITIBA - ENSAIO GERAL - MISH MASH - Convidados - Alunas do Instituto Futebol Rua do Bairro Cajuru em Curitiba/PR Foto: Giuliano Gomes/PR Press “Intenso”, esta seria a palavra na opinião da assessora parlamentar, Andrea Soares de Lima, para descrever a 31ª edição do Festival de Curitiba. O evento, considerado o maior nas artes cênicas da América Latina, termina neste domingo (9) e trouxe em duas semanas mais de 350 atrações distribuídas em cerca de 60 espaços na cidade e Região Metropolitana. A administradora Talita Botelho aproveitou a programação deste ano - e não há como negar. “Dá para sentir uma atmosfera bem diferente na cidade. É nítido nestas duas semanas como a cidade respira cultura, teatro, arte e muda completamente. Dá vontade de estar na rua, sobretudo porque o clima está colaborando”, destaca Talita. A volta do Fringe, após três anos sem ser realizado por causa da pandemia, trouxe ainda mais brilho para o festival que oferece diversidade artística e muitas atrações gratuitas. “As pessoas estão eufóricas, dá para sentir”, relata o percussionista, Alisson Amador, que integra a equipe musical de Cárcere Ou Porque As Mulheres Viram Búfalos, espetáculo da Mostra Lucia Camargo. “O público aplaudiu a peça em cena aberta, em um momento que nunca tinha acontecido, foi incrível. As pessoas estão quentes, ávidas por teatro. A onda energética que vem da plateia é muito evidente”, conta. “Antes mesmo do espetáculo começar a plateia que estava dentro do teatro começou a pedir em coro para liberarem as cadeiras vazias para quem estava do lado de fora, foi lindo”, conta a musicista também de Cárcere, Amanda de Mello. Vera Holtz participa como atriz pela primeira vez no festival de Curitiba. Wesley Cardozo Leia também: FOTOS: confira fotos dos espetáculos, artistas e público Pedestre abordada na Praça Santos Andrade por companhia holandesa é selecionada para peça do Festival de Curitiba Cia dos Palhaços alcança maioridade e é atração do Fringe; 'Será uma grande festa' Peça-protesto: artistas da periferia sobem aos palcos do Festival de Curitiba; veja programação O espetáculo foi o primeiro desta edição visto pela arquiteta urbanista, Ana Júlia Pickler. Ela ficou impressionada com a qualidade da execução ao vivo da música. “O tema da peça também me tocou muito, é bastante profundo. Me surpreendeu, fiquei com muita vontade de ver mais coisas”, relata. Para a contadora de histórias Samara Rocha, a retomada do Fringe está sendo uma alegria. Este ano ela também conseguiu aproveitar a programação do Interlocuções. “Estamos entrando em contato de novo com as pessoas, compartilhando esses momentos, dá para sentir um outro pulsar da cidade neste período”, comemora. Samara Rocha prestigiou a 31ª edição do Festival de Curitiba Giuliano Gomes/ PR PRESS O companheiro de Samara, Laercio Amaral, que é psicólogo e ator, aponta Prot{Agô}nistas e O Grande Dia, espetáculos exibidos na Mostra de Solos, na Casa Hoffmann, como os preferidos. Hamlet, espetáculo de abertura, também foi marcante. “Estamos tendo a sorte de ver montagens maravilhosas”, conta. Cena de Hamlet, da companhia peruana Teatro La Plaza (Festival de Curitiba 2023) : Annelize Tozetto Descentralização da cultura As opções oferecidas na Região Metropolitana também agradaram o casal. A assessora parlamentar que classificou o festival como intenso também elogiou a descentralização desta edição. “O teatro tem que chegar na periferia, nas favelas. A cultura salva vidas! Ver nossa realidade retratada no palco nos dá esperança, acho que este ano o festival ampliou a possibilidade de alcance da população preta e vem rompendo cada vez mais com a nossa invisibilidade”, elogia. Na opinião do multiartista Wallace Gregório, que acompanhou espetáculos de rua, esta edição trouxe pautas relevantes. “Esse diálogo da arte com a realidade é fundamental, por isso cada ano o evento é diferente e tem que acontecer sempre”, destaca. Festival de Curitiba tem atrações em Araucária, São José dos Pinhais e São Luiz do Purunã Festival de Teatro de Curitiba/Divulgação O cenógrafo, Gabriel Gilio concorda e disse que achou o festival plural. “Tenho percebido também que alguns trabalhos têm dialogado com a literatura clássica, achei muito interessante”. A professora Will Amaral também acompanhou o festival com entusiasmo. Ela conta que até fez parte do elenco escolhido na cidade para compor a peça holandesa Square, apresentada na Praça Santos Andrade. ”Foi sensacional! ” Os vídeos mais assistidos do g1 PR: Mais notícias do estado em g1 Paraná.
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